Ciência

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- Eu não entendo, Íris - suspirei cansada devia ser a quarta vez que dizia essa frase para ela.

- Não entende o que Bonnie? - Íris não parecia irritada, mas sim se divertindo.

- O que tem de tão engraçado nisso? Eu não entendo como a mesma ação pode ter reações tão distintas.

- Eu te conheço a muito tempo e você sempre teve as respostas de suas perguntas, sempre entendeu as coisas. É engraçado você não entender algo tão simples - riu da minha cara mas logo se concentrou - e é tão interessante que não seja algo consciente, simplesmente aconteceu na sua vida e você está surtando.

- Isso está longe de ser engraçado - cruzei os meus braços emburrada - me ajude Íris, você na qualidade de minha amiga deveria me ajudar.

- Está bem - rendeu a minha manhã e bateu na cadeira ao seu lado - sente aqui, vamos repetir os experimentos. Aproveitamos que não tem ninguém aqui.

- O que faremos? - Sentei ao seu lado e encarei seu rosto.

- O que exatamente faz você ter essas reações inexplicáveis? - Falou zombando.

- É sério Íris - ela parou e me encarou mais composta - quando eu encostei na Marcy e ela me abraçou, como fazia antes.

- Vem aqui e encoste no meu ombro - estendeu o braço e eu fiz o que ela pediu e ela me abraçou de lado - o que sente?

- Nada - falei confusa - digo, é normal, como sempre foi entre a gente.

- O que difere entre o agora e quando isso aconteceu com a Marceline?

- Primeiro a gente estava na minha cama, então eu realmente estava apoiada na Marcy.

- Não fisicamente criatura - falou me cortando.

- Claro - respondi mudando o foco da minha fala anterior - no começo eu tive aquela sensação estranha do meu sistema cardiorrespiratório não estar funcionando direito. Mas quando ela passou o braço por mim e me segurou, me passou uma sensação de tranquilidade que fez os meus músculos relaxarem.

- Entendo - falou com um meio sorriso no rosto - o que mais?

- Quando eu acordei eu estava abraçada a ela, mas nada de estranho comigo aconteceu, até ela me dar um beijo de bom dia e sair do quarto. Onde seus lábios tocaram ficou com uma sensação de formigamento, mas era bom.

- Ela te beijou de novo!? - Era quase palpável o seu espanto. - E você não fez nada de novo?!

- Na testa Íris, ela me dá um beijo de bom dia na testa - suspirei irritada pela minha situação. - O que eu faço Íris, não consigo viver com essa dúvida e isso está dificultando a minha relação com a Marcy.

- Como assim? - Seu braço me inclinou para frente para ela olhar em meu rosto. - Aconteceu algo?

- Ela está me ensinando a tocar violão, no primeiro dia ela se sentou um pouco atrás de mim para me ajudar a fazer os acordes. Mas quando ela foi me ajudar com o ritmo um arrepio passou pelo meu corpo e eu fiquei tensa. Ela percebeu e se afastou, mas estava mais fácil quando ela estava me ajudando.

- E depois ela se manteve distante, acertei? - Confirmei com a cabeça e senti a minha cadeira ser arrastada para frente. - Vocês estavam assim?

- Mais ou menos - falei sentindo ela me abraçar por trás.

- Arrepio? - Neguei. - Então o problema não são as ações e sim a pessoa.

- A Marcy é o meu problema? - Virei um pouco o meu rosto para encará-la.

Somente vocêWhere stories live. Discover now