Holy🎶

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Acordei me xingando mentalmente por ter dormido de óculos, peguei o objeto sem abrir os olhos e tateando o coloquei no criado mudo ao lado da cama. Imagina se eu tivesse quebrado, teria que fazer outro e ficaria sem até. Meus pensamentos travaram a partir do momento que recobrei aos poucos meus sentidos, eu não uso óculos. Abri meus olhos tentando adaptar a luminosidade do quarto, odeio quando esqueço as cortinas abertas, o que acontece frequentemente. Foquei no objeto e o vi, sabia exatamente de quem era, como que ela consegue perder tanto ele. Não era o mesmo de anos atrás, mas era inconfundivelmente rosa, um mais escuro perto do vermelho, era mais maduro, como ela. Percebi que eu tinha que começar a arrumar a minha cama, faziam dias em que ela não iria para a minha casa. Levantei e resolvi arrumar a minha cama, estiquei o lençol e as cobertas, pareceu apresentável, não achei mais nada de estranho. Peguei meu celular e coloquei em uma playlist aleatória e fui tomar um banho, tinha algumas mensagens mas eu ignorei todas.

Sai do quarto e encontrei dois corpos jogados no meu sofá, passava um filme qualquer e elas estavam comendo pipoca. Alana estava deitada por baixo e Mary estava entre suas pernas comendo e dando comida na boca da outra. Ri da cena e me encaminhei para a cozinha sentia uma fome terrível, eu já estava muito melhor do que antes, 95% recuperada talvez. Eu só estaria na minha totalidade quando receber a minha chave da moto, sim receber, as duas pegaram de mim e esconderam. Eu poderia andar novamente quando elas tivessem confiança de que eu não iria me machucar por culpa disso. Abri a geladeira e peguei um suco para mim, uma maçã e comecei a procurar uma fatia do bolo, encarei o forno que estava funcionando em fogo baixo e fiquei confusa, mas não questionei. As duas nem ligaram para a minha presença, estavam presas dentro da própria bolha e eu comia meu lanche ali na cozinha mesmo.

Mary levantou depois de um tempo e se encaminhou para o meu quarto, segurei o riso premeditando o que aconteceria. Escutei ela me chamar pelo cômodo, era óbvio que eu tinha saído da cama, eu havia a arrumado afinal. Escutei ela me chamar pelo banheiro e voltar correndo e ofegante para a sala.

— Nós perdemos a Marcy! — Ela estava apavorada e não me viu, já que encarava abismada a garota deitada. — A cama dela está arrumada e ela não está em lugar — sua frase foi morrendo — nenhum — ela levanta seu olhar e me vê — quer me matar do coração?

— Oficialmente sou tratada como um bebê nesta casa — comentei rindo e colocando a louça na pia — bom dia pombinhas.

— Bom dia — Alana se limitou a abrir os braços e me encarar sorrindo.

— Bom dia — Mary resmungou, eu não tinha escondido por mal, mas tem tanta coisa na pedra quando não estamos a usando para comer além de um vaso de flor que é difícil me ver.

— O que meus bebês estão assistindo — abracei Alana e a levantei.

— Não faça isso, ainda está se recuperando — advertiu e eu ri.

— Consigo levantar as duas ao mesmo tempo se eu  quiser — retruquei a colocando de volta no sofá — mas agora eu quero um cafuné bem gostoso — brinquei e recebi um beijo na testa da Mary.

— Sente aí que a Alana te faz um, vou ver a comida para hoje a noite — andou a até a cozinha sumindo do meu campo de visão.

— O que tem hoje a noite? — Perguntei curiosa, não lembrava de ter marcado nada com ninguém.

— É Natal Marcy, iremos comemorar se você não se importar — recebi um sorriso terno e concordei — Mary está fazendo as comidas, eu já coloquei os presentes na árvore e você vai ficar sendo mimada um pouco.

— Acho que vou fingir ficar doente para não perder isso quando decidirem que estou melhor — brinquei e recebi um beijo na bochecha, Alana se colocou atrás de mim e começou a fazer cafuné — e é injusto eu não comprar um presente para vocês.

Somente vocêWhere stories live. Discover now