Perfeita

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Íris me deu a melhor ideia do mundo, a poucos dias Simon estava preocupado com Marceline, na verdade nós dois estamos a muito tempo, todavia esse sentimento cresceu recentemente. Estava chegando o aniversário da adoção dela, mas essa data era uma incógnita para Simon. Ele nunca sabia como Marcy iria se sentir em relação a isso naquele ano, então fazia de tudo para que ela não se sentisse mal. Sabendo disso também tentei fazer com que ela se sentisse bem, com a distância que nasceu entre nós estava difícil. Eu sei que ela não quer se manter perto por medo de me machucar e por gostar de mim, o que não fazia sentido para mim. Se ela gosta de mim deveria querer ficar perto, ou não é assim que as pessoas agem? E ela nunca iria me machucar, tenho certeza disso, ela se importa muito comigo. Cheguei desesperada para Íris depois de escutar Marcy cantando algo que me preocupou por várias razões. Uma era que sua voz estava sofrida, como sempre, ela cantava sentido a música. Outra é que meu peito doeu tanto por ouvir aquela música, era algo estranho que eu nunca havia sentido. Confusa fui falar com a minha amiga, que deu a ideia do piquenique, segundo ela isso resolveria todos os meus problemas.

Chagamos em casa na hora do almoço, o cheiro estava tão bom que resolvemos comer, o clima estava agradável como Simon queria. Naquela mesa tivemos um almoço muito agradável e animado, todos estavam brincando e se divertindo. Marcy exibia o seu presente com as chaves de casa presas nele e mostrava a minha palheta. Ela parecia muito animada, feliz, como não estava a dias, Simon comentou que quando ela estava com a cabeça cheia trabalhava o máximo que podia e tocava o violão tarde da noite. E assim ela estava durante esses dias, como a convivência estava estranha eu deixava a porta da cozinha encosta e a do quarto aberta. Qualquer coisa que acontecesse eu escutaria e podia ajudar, escutava principalmente suas músicas, nenhuma feliz.

— Bonnie eu gostaria de sair com a Marcy hoje a tarde — Simon falou abraçando ela de lado.

— Eu não poderei ir, tenham um ótimo passeio — respondi entendendo sua intenção — nem precisa levar a chave que eu não vou sair — sorri para ambos.

— Você não vai junto? — Marcy parecia confusa, eu sabia que Simon queria ficar a sós com ela e não iria atrapalhar.

— Vou ficar em casa — sorri para ela e vi Simon piscando com um olho para mim — mas quero que se divirta.

— Até mais Bonnibel — Simon se despediu já na porta — você tem cinco minutos Marceline.

Marcy correu para o seu quarto para não se atrasar, se existia algo que ela não gostava era de fazer os outros esperarem por ela. Passou por mim algum tempo depois e depositou um beijo em minha testa, senti uma sensação estranha, mas ignorei. Poucos segundos depois pude ouvir o som de motor do carro de Simon e logo ele ficou distante. O piquenique resolveu somente um dos meus problemas, o humor da Marcy, mas me criou mais alguns, eu estava mais confusa que antes. E só tinha uma pessoa que sabia de tudo e que parecia imparcial, relutantemente eu resolvi ligar para ela.

— Boa tarde, Bonnibel — Íris falou animada no outro lado da linha — me diz que tudo deu certo hoje, pois deu trabalho fazer o seu lanche.

— Desculpa ter te dado trabalho — comentei mais baixo do que gostaria — eu posso te atrapalhar mais um pouquinho?

— Aparentemente não deu certo — comentou chamado alguém ao fundo.

— Mais ou menos, mas eu precisava conversar com alguém — minha voz estava estranhamente trêmula, eu mesma não entendia o porquê.

— Você está em casa? — Eu podia ouvir barulho de chaves.

— Não precisa vir agora, mas eu estou  sim.

— Espero que tenha almoço aí, senhorita Bonnibel — ameaçou e ouvi o barulho do alarme de seu carro.

— Obrigada Íris.

Somente vocêWhere stories live. Discover now