Strangers 🎶

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Minhas duas meninas estavam fora, Mary mostraria a faculdade para Alana depois do almoço e eu fiquei para cuidar da loja, afinal eu tinha que trabalhar também. Eu estava mexendo na contabilidade, mas isso me estressa um pouco, parei de ler os papéis e decidir tocar algo. Os instrumentos de cordas sempre foram os meus melhores amigos, prefiro tocá-los do que outros tipos. Peguei um baixo e o conectei na caixa de som, na porta tinha um pequeno sensor que apita quando alguém entra, então me permiti ficar mais tranquila. Senti as cordas passando em meus dedos, trazendo uma paz que não há como explicar, a música passa da minha alma para as minhas mãos e delas para o instrumento. É um movimento tão natural e contínuo, é nato para mim tocar sobre os meus sentimentos. Toquei o que mais me tranquilizava quando era pequena, eu realmente que tudo permanecia que apenas o sútil tinha acontecido. Mas estava difícil em acreditar nas palavras que a minha mãe cantava para mim, nem tudo permaneceu. Escutei o barulho do sensor, mas quando me virei não encontrei ninguém, continuei cantando olhando em direção às câmeras.

— Você continua com uma voz qqlincrível — sua voz era tristemente familiar.

— Obrigada, por qual motivo os ventos tiraram a realeza de seu trono?  — Havia sarcasmo em cada palavra proferida por mim, tudo tinha mudado.

— Fiquei preocupada, escutei você dizer que aquele homem era o Simon — comentou apreensiva.

— Sua preocupação é tardia — sentenciei guardando as coisas.

— Mas eu não sabia de nada, você não me contou — tentou se justificar arrancando uma risada amarga de mim.

— Eu tentei — lembrei do dia em que Simon foi internado e eu precisava de alguém — te liguei precisando conversar e você disse que estava muito ocupada. Depois disso parei de tentar falar com você.

— Marcy, eu sinto muito.

— Não me chame assim, afinal para que veio até a minha loja? — Eu me irritei, nunca fui paciente.

— Eu percebi que temos que conversar, você teria um momento para mim Marceline? — Falou triste.

— Eu tive a um tempo — direcionei a porta a fechando e colocando um bilhete no local — nunca entendi por que você se afastou de mim e mais como sabia que eu estava aqui?

— A Íris passou mais cedo e te viu aqui, pensei que poderíamos conversar um pouco, tudo acabou tão de repente.

— Vamos subir — eu estava nervosa, mas não perderia o meu humor — conversaremos melhor lá.

Eu subi as escadas sem esperar uma resposta dela, fui seguida em silêncio até a porta de entrada. Abri e a deixar passar na frente ela ficou parada no meio da sala e eu fiz sinal para que sentasse no sofá. Peguei uma cadeira e coloquei a frente de onde ela estava, eu estava estranha, talvez pelo fato de não querer jogá-la pela janela. Ficamos nos encarando por um tempo, ela estava mais madura, os traços de seu rosto estavam diferentes de um jeito bom. Seus olhos não tinha mais os brilhos de antes, mas eu não posso julgar ninguém por isso. Fiquei um bom tempo apenas sobrevivendo, até uma certa garota aparecer na minha vida pedindo um emprego.

— O que você queria dizer? — Comecei a encarando com um sorriso sem humor.

— Nesses últimos tempos eu apenas fingi que sua ausência não me afetava mais. Todavia te encontrei recentemente quando voltei para a cidade e fiquei com tanta raiva de como você me tratou. Só que eu não consigo seguir em frente sem resolver o que parece não ter sido resolvido.

— Foi resolvido, você estava distante, terminamos e você seguiu o seu caminho e eu segui o meu. Fim de história, não é?

— Eu não vejo assim.

Somente vocêWhere stories live. Discover now