Sem rumo

624 48 96
                                    

~x~x~x~
Um capítulo mais fofo para compensar o sustinho, eu realmente adoro vocês 😉
~x~x~x~

A lista do "Eu nunca pensei que passaria por isso" só aumentava, eu e Alana estávamos deitadas no sofá tentando prestar atenção em algo. Tenho certeza que os nossos pensamentos estavam no mesmo lugar e nos importunava da mesma forma. Tentei mudar de canal, trocar de filme, começar uma série nova, ver um documentário ou conversar com a menor, mas tudo acabava no mesmo pensamento. Quarto horas atrás, aproximadamente, Mary decidiu que teria que passar no shopping para ver algumas coisas, até aí tudo bem. Ela juntou seus pertences e se direcionou a Bonnie a convidando para ir junto, ou melhor, intimando a mesma para a acompanhar. Desde então eu e Alana estamos esperando que elas voltem e que nada de ruim tenha acontecido. Depois do incidente delas terem me visto na cama com a Bonnie e eu ter explicado o que aconteceu o clima estava agradável, todavia repentinamente Mary soltou essa bomba e nos deixou nessa situação. Depois de alguns segundos de incômodo percebi que a tempos a televisão tinha parado de emitir sons e o aplicativo perguntava se ainda estávamos assistindo ao documentário.

- Você quer assistir algo - quebrei o silêncio vendo a menor me olhar lentamente - de diferente?

- Será que a Mary a matou e está escondendo o corpo? - Soltou tão inocente que eu não podia crer que as palavras foram ditas por ela.

- Elas foram comprar alguma coisa, é pós Natal todo mundo deve estar comprando o que esqueceu - disse mais para mim do que para ela - será que Mary brigou com ela e aconteceu algo ruim? - Supus apreensiva.

- Não - Alana ponderou - não fisicamente, só se elas discutiram e no meio dela algo pior aconteceu.

- Tipo? - Falei receosa, minha cabeça já estava cheia de suposição absurdas, mas todas críveis.

- Uma delas, ou as duas, não perceber e acabar na rua atropelada - disse longe - isso explicaria muito.

- Vamos ligar! - Sugeri já pegando o celular e discando os números.

- Não! - Fui impedida e a encarei confusa. - Mary vai ficar furiosa se você não confiar nela.

- Você também está com vontade de fazer isso - acusei soltando o celular.

- Estou, mas também estou tentando me convencer que tudo isso é paranóia da minha cabeça.

- A Mary não gosta dela e esses últimos tempos ela só suportava a outra.

- Eu sei e também sei que ela é um pouco rancorosa.

- Mas eu estou bem com a Bonnie agora, eu acho.

- Não, a Mary não vai.

- O que? - Sua frase foi cortada e nós nos assustamos com o barulho da porta sendo aberta. - Matar a Bonnibel? - Olhamos para a porta e Alana fraquejou do meu lado e eu a amparei segurando a sua cintura.

- Mary, o que é isso na sua camiseta? - A camiseta branca tinha alguns respingos de vermelho e na barra uma mancha que passava para a sua calça.

- Sangue - sorriu brevemente e eu senti a minha pressão se alterar mas me forcei a ficar em pé - eu meio que fiz uma bagunça com a Bonnibel - ela coçou a cabeça - o que foi, vocês estão bem?

- A gente sim, mas...

- Mas? - Ela instigou Alana continuar.

- Mas a dona do sangue não.

- Provavelmente não, já que morreu a um tempinho.

- Cadê a Bonnie? - Soltei no tom de brincadeira.

Somente vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora