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Eu nunca tive vocação para acordar cedo, não vejo de outra maneira este ato, deve ser vocação, um dom, pois para mim é quase tortura. Posso estar exagerando, porém é tão bom ficar deitada na minha cama, ainda mais quando estou com uma boa companhia. Abri meus olhos lentamente para acostumar com a luz, se for para admirar a beleza da Bonnie eu não me incomodo de acordar cedo. O fato é que desde que Zoe está conosco, nós revezamos quem sai com ela de manhã e quem vai a noite. Eu ficaria com todos os turnos da noite, se não tivesse que trabalhar, então nada mais justo que eu dividir os turnos como todas nós. O lado bom é que quando Bonnie está aqui nós vamos juntas e passamos o passeio todo conversando. Eu olho para a sua serenidade e me arrependo de ter que acordá-la, por mim a deixaria dormindo, todavia é quase impossível eu sair da cama sem que ela percebesse. Sua cabeça está pousada em meu peito, qualquer movimento que eu faça ela saberá que eu estou "fugindo".

— Bom dia — sua voz estava manhosa e seus olhos permaneciam fechados.

— Bom dia — respondi com minha voz rouca como toda manhã — tenho que levar a Zoe para passear.

— Está bem — ela se levantou brevemente e subiu para me beijar — mas antes quero o meu beijo de bom dia.

Olhei para ela e beijei sua testa, recebendo um olhar reprovador, por incrível que pareça estamos indo aos poucos. Aparentemente nenhuma das duas está preparada para as emoções que nossas ações podem trazer a tona.  Ela cerrou os olhos, circundou a minha cintura com suas pernas, sentando em mim e lentamente segurou os meus braços. Dei um pequeno sorriso desacreditado de suas ações, quem era ela para me prender, eu lhe dei um beijo. Ela abaixou lentamente juntando as nossas respirações, eu podia senti-la tão perto. Quando estava quase selando nossos lábios ela desvia e beija a minha testa. Com um sorriso se afasta, deixando-me indignada. A joguei para o lado e subi em cima, meus joelhos apoiados ao lado dos seus quadris, minhas pernas por cima das dela, as prendendo, e minhas mãos segurando seus pulso sobre a cabeça. Ela sabe que eu gosto de provocar, entretanto odeio ser provocada, pois eu não iria parar até ela pedir e orgulhosa como é, não daria o braço a torcer.

Desci meu rosto para ficar frente a frente com o dela e ela desviou o olhar, pude perceber um pequeno sorriso em seus lábios. Prendi as duas mãos com apenas uma minha e segurei seu queixo gentilmente para que a mesma olhasse em meus olhos. Conseguindo o que eu queria, selei nossos lábios, o toque era suave, como sempre sua boca quente causava arrepios em meu corpo. Era apenas um beijo casto, apenas o toque de nossos lábios, soltei seus pulsos e suas pernas, pressionando levemente meu corpo ao dela. Suas mãos estavam em minha cintura e subiram lentamente, minha pele estava arrepiada e um pequeno gemido escapou por minha boca quando a mesma apertou suas mãos contra a minha pele. Eu estava dormindo como sempre, uma blusa fresca e apenas de calcinha, ninguém de casa mais se importa com os meus costumes, cada uma tem a sua mania. Sentir sua pele esquentando a minha desta forma estava me levando a um estado ótimo. Aproveitando que abri um pouco meus lábios ela invadiu minha boca com sua língua, sem nenhuma calma ou pudor. Chupei sua língua e soltei mais um pouco meu peso sobre ela, ela arfou e vi meu convite para continuar. O beijo esquentou a partir daí, seu toque era macio e delicado, mas ao mesmo tempo mostrava toda a luxúria que sentimos naquele momento. Uma mão minha estava servindo de apoio ao lado de sua cabeça, enquanto a outra acariciava sua cintura. Ela não vestia muito mais do que eu, a única diferença era que ela estava com um shorts curto, colado e uma regata soltinha.

Uma de suas mãos subiu e, por dentro da minha blusa, traçou um caminho imaginário de carinhos em minhas costas. A falta de ar veio, entretanto eu não queria deixar sua pele, separei nossos lábios com pequenos selinhos e desci as carícias para o seu pescoço. Um pequeno gemido escapou de seus lábios quando mordisquei de leve o seu pescoço próximo ao ponto de pulso. A mão que estava nas minhas costas cravou suas unhas e arranhou a mesma, sorri de seu gesto.

Somente vocêWhere stories live. Discover now