Fogo

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Desejo uma ótima leitura a todos vocês
~x~x~

A Bonnie estava estranha, desde aquele incidente eu estava diferente, mas agora que eu consegui ser eu mesma ela muda. Eu estava preocupada, algo a incomodava e eu sentia que era eu quem causava isso, todavia ela nega, diz que é coisa da minha cabeça. Decidi confrontá-la, de um jeito bom, nada rude ou invasivo, apenas uma conversa mais séria e persistente. Recebi gritos pela minha preocupação o que piorou as coisas, nunca tinha visto ela gritar, pensei que fosse incapaz de fazer isso. Rapidamente fiz o que pude, fondue, passei esse tempo todo me preparando mentalmente para a reação dela. Como ela estava instável eu deveria esperar por muitas coisas e a maioria delas não são boas, não queria vê-la mal, queria o seu sorriso, sua felicidade. Eu estava esperando por quase tudo, e este quase foi o que me fez ficar estática. Eu fui aos céus e voltei. Sentir ela se aproximando de mim causou um calafrio por todas as minhas costas. A respiração dela se unindo a minha, o que deve ter sido segundos para mim demorou séculos, contudo ainda foi muito rápido. Seus lábios tocaram nos meus, o doce toque de sua boca sobrepôs a minha, um sensação que eu pensei nunca reviver. Mas desta vez, foi melhor, não fui eu quem tomei a iniciativa, foi ela. Pela ciência, aparentemente. E quem se importava com isso, meus lábios estavam unidos aos dela. O calor dela, tão perto, eu podia tocá-la e foi o que fiz, depositei minha mão delicadamente em suas bochechas. Eu só queria sentir aquele momento, esquecer que o mundo existia, esquecer que aquilo era errado. Aquilo era errado, ela tem namorado, eu não posso me aproveitar dela assim. Com um enorme pesar no coração eu nos afastei a tempo de ver seus olhos abrirem em confusão.

— Não posso fazer isso — sussurrei sem forças.

— Por que? — ela pareceu se assustar com a própria pergunta.

— Você namora e por mais que diga que é pela ciência, para mim não é.

— Não namoro mais — murmurou quase inaudível — desde aquela noite, do primeiro beijo.

— Eu não sabia — eu estava muito confusa, com várias perguntas que não quis fazer. Eu ainda sentia a sua respiração devido a nossa proximidade — mesmo assim para mim significa algo a mais, eu gosto de você Bonnie, não vai ser só uma experiência para você achar respostas, para mim vai ser mais.

— Então — falou meio constrangida — eu achei a resposta. Marceline, só preciso que me responda sinceramente. Por gostar de mim, você sente uma ansiedade sem medidas ou razão por estar próxima de mim? — Confirmei com a cabeça. — Seu coração dispara, mas logo se tranquiliza? — Repeti o gesto anterior. — Por essa respostas que você me deu, outras que eu percebi de mim e agora com esse beijo. Eu conclui que sou burra em determinados assuntos.

— Não diga isso Bonnie — falei acariciando suas bochechas, seus olhos encaravam os meus de forma que ela poderia ler minha alma e eu a dela. — Você é a pessoa mais inteligente que eu conheço.

— Eu sou burra por não perceber que eu, Bonnibel, estou completamente apaixonado por você, Marceline. Algo que deveria ser tão simples e que pouparia muito tempo, que eu não percebi.

— Você o que?! — Eu deve ter entendido alguma palavra errada, acho que o beijo inesperado alterou algo na minha cabeça.

— Eu gosto de você — respondeu calma, mas suas bochechas coradas entregava seu interior — as respostas que eu procurava me levaram a esse sentimento estranho para mim.

— Você vê isso como uma coisa boa? — Eu estava insegura, pela primeira vez em muitos anos eu estava com medo da resposta.

— Como não veria? —  Nossos rostos estavam muito próximos, ainda sentíamos a respiração uma da outra. — Você é a melhor pessoa que me apareceu nos últimos anos.

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