Parte 27

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Jasmine Pirce | Atlanta

— Me ouviu? — digo notando que ele continua sério e ele nega

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— Me ouviu? — digo notando que ele continua sério e ele nega.

— Isso é quase impossível — ele diz e eu me levanto molhando meus lábios.

— A enfermeira disse que é certeza, mas que posso fazer um exame para confirmar — digo explicando e ele me encara de uma forma estranha.

— Eu transei contigo duas vezes porra, e uma delas foi ontem — ele diz alterando a voz — quer me dizer que te engravidei na primeira vez que fomos pra cama? Na porra da vez que tirei sua virgindade?

— Não há outra explicação, não foi ontem — digo séria — foi naquela noite.

Ele nega com raiva passando a mão na cabeça e se vira, e eu nego tentado pensar em algo, mas Carter chuta a mesinha ao lado quebrando a decoração que havia encima dela e eu me assusto.

— Conversa comigo — digo e ele me encara, com o olhar de raiva e nega.

— Não tem o que conversar — ele diz e eu franzo o cenho — vai tirar.

— O que? — murmuro sem acreditar e ele nega.

— Vai me dizer que está feliz com a notícia? — ele diz com raiva e eu nego.

— Não fiquei feliz quando soube, nem sei o que fazer agora, mas... abortar não é uma opção pra mim — digo nervosa e ele ri e nega passando a mão sobre a boca, desviando seu olhar do meu.

— Só pode ser brincadeira — ele murmura e eu nego querendo me aproximar.

— Sei que foi culpa nossa por não ter nos prevenido e tudo mais, só que Carter... é uma vida, não podemos simplesmente pensar em cometer um aborto — digo e ele me encara.

— Garanto a você que será melhor do que aceitar isso — ele diz rouco e seco e eu continuo encarando seus olhos — pra começar, se for uma menina, você não vai ter escolha nenhuma.

— Do que está falando? — pergunto e ele se aproxima, com seus olhos meio que avermelhados.

— Estou falando que se decidir ter essa porra, terá que saber que haverá consequências.

— Carter — digo baixo e ele nega, próximo a mim, e isso me assusta.

— Acho que se esqueceu que não sou a porra de um cara normal, eu tenho uma vida que envolve a máfia, e principalmente, tenho um legado que carrego comigo — ele diz grosseiro e eu dou um passo para trás — se carregar um filho meu, terá que saber que ele será um Carter acima de tudo.

— Não estou te entendendo — digo piscando algumas vezes e ele ri de canto e nega, desviando seu olhar.

— Eu não fui criado para ter filhos Jasmine, fui criado para ter herdeiros — ele diz se alterando e se aproximando mais — herdeiros não somente do meu dinheiro, mas da porra do legado que meu sobrenome carrega. O que significa que se ir adiante com isso e eu assumir seu filho, terá que ser um menino, e se não for, não terá escolha em não tirá-lo, vai ser obrigada.

— Que absurdo — digo sentindo meus lábios trêmulos.

— E ficará nove meses presa a mim, até por ele pra fora e sumir da vida dele — ele diz encarando o fundo dos meus olhos — o que significa que se tentar as aproximar dele, serei obrigado a te matar.

— Isso não é sério — digo sentindo meus olhos marejarem — você tem escolha, mesmo que isso seja verdade, é sua escolha Carter.

— Não é — ele nega e eu nego também e ele se vira, indo até a parede se escorando nela, sem me olhar e eu fico ali parada olhando para o chão pensativa, tentando não acreditar nas coisas que ele me disse.

— Transou com o outro cara? — sua voz soa rouca e ele me encara.

— Está mesmo me perguntando isso? — digo negando e ele molha os lábios.

— Deveria ter transado, assim você não estaria tão na merda — ele diz arrogante e caminha até a porta e eu corro até ele, segurando seu braço antes que ele saia.

— Não pode me deixar assim — digo e ele me encara.

— Se eu não sair daqui vou falar coisa que vou me arrepender depois — ele diz sério — me liga quando decidir resolver isso de uma vez, e já sabe como resolver.

Ele diz puxando seu braço e sai batendo a porta e eu nego chorando, e fico ali parada com as mãos no rosto chorando feito uma criança, e me abaixo sentando no chão em seguida, assustada e perdida.

Como ele pode dizer algo tão absurdo? Aquilo não era sério, não existe isso. Como pode existir um legado sujo dessa forma? É mesmo que exista, ele pode mudar a vida dele, criar um próprio legado.

•••

Deitada na cama do hotel ainda chorando em silêncio, penso em mil coisas, e uma delas é na possibilidade de aceitar tirar essa criança. Meu Deus, criança, da pra acreditar? Pois eu ainda não engoli, não acredito que realmente tem algo dentro de mim, algo que irá crescer. Nego secando a lágrima que cai dos meus olhos e molho os lábios respirando fundo. Eu não faria isso.

Nem que ele não queira, nem que ele não assuma, eu não farei isso, não serei um monstro.

Ouço meu celular tocar e pego ele lendo o nome do Ryan. E não atendo, apenas seco o rosto e olho em volta, pegando meu celular antes de sair. E antes de sair do hotel devolvo a chave para a moça da recepção, que fica surpresa. Mas não diz nada. E caminho pela calçada sentindo o vento frio tocar meu corpo e me encolho, sentindo meus cabelos voarem. Eu assumiria essa responsabilidade. Eu consigo, talvez eu erre, na verdade eu tenho certeza que vou errar muito. Mas minha mãe conseguiu ser minha mãe com apenas quinze anos, eu consigo também. Olho pro céu começando a escurecer e respiro fundo, como se pedisse força aos céus.

Não demoro a chegar no apartamento, e assim que entro Ryan me encara e Poliana continha servindo o jantar com cara de preocupada.

— Onde estava? — Ryan pergunta sério.

— Andando — digo me sentando no sofá e ele continua me encarando.

— Andando Jasmine? Sem nenhum segurança?

— Ryan, estou em casa viva, não estou? — digo sem paciência e ele ri meio que sério.

— Acho que vamos precisar conversar sobre regras — ele diz e eu o encaro — primeira delas vai ser me avisar quando sair, e me atender quando eu ligar.

— E o que mais? Vai colocar um rastreador em mim também? — me levanto e ele franze o cenho — Perdi o apetite, com licença Poli.

Digo passando por ele indo em direção a escada, e solto uma lufada de ar exausta de tudo.

— Jasmine volta aqui — Ryan me chama e eu ignoro — você precisa comer caramba.

Amor e Império Where stories live. Discover now