Parte 33

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Jasmine Pirce | Atlanta

Assim que entro na mansão, vejo a sala vazia e molho meus lábios soltando a mala e respirando fundo, querendo apenas deitar em uma cama e chorar até não aguentar mais, ouço os passos e vejo ele sair do escritório, com uma mulher loira atrás dele, a que eu já vi antes, ele estava com uma bolsa térmica no rosto, e ao me ver tirou entregando para ela que me olhou de cima abaixo e sorriu ajeitando seu pequeno vestido no corpo.

— Se decidiu? — ele pergunta sério e eu molho meus lábios.

— Ryan me expulsou de casa — digo e ele concorda sem se importar — eu vou ter esse bebê, Carter.

— Já falamos sobre isso — ele diz enquanto me encara e eu concordo, mas me sinto desconfortável com aquela mulher me olhando, e ele percebe, e olha pra ela fazendo um sinal com a cabeça e ela rola os olhos, passando por ele indo em direção a escada e abaixo o olhar pensativa, até que ela sai.

— Quando esse bebê nascer, quem vai cuidar dele? — pergunto e ele franze o cenho.

— Babás treinadas pra isso — ele responde seco.

— Será um bom pai? — pergunto enquanto ele me olha e sinto meus olhos lacrimejarem — Você não parece ser unido a ninguém da sua família.

— E não sou, planejo a morte do meu pai e do meu avô todos os dias — ele diz caminhando até a mesa de bebidas e eu nego.

— É assim que quer que eu aceite te dar o meu filho?

— Não tive um bom pai Jasmine, não faço ideia em como ser um, mas isso vem com o tempo, meu filho será treinado pra ser melhor que a mim, e se depender de mim vou estar ao lado dele pra isso — ele diz e eu molho meus lábios.

— E se um dia ele perguntar por mim? — pergunto e ele bebe me encarando.

— Ele não vai querer saber.

— Como sabe?

— Se por acaso ele pergunte, direi a verdade — ele diz enquanto me olha — foi uma barriga de aluguel.

Nego sentindo vontade de chorar, sentindo que eu iria desmaiar a qualquer momento, mas apenas caminho até o sofá e me sento passando a mão no rosto enquanto tento controlar minha respiração.

— Tem que assinar um contrato — ele diz e eu olho pra ele — de preferência agora, já que está decidida a ficar.

— Quero ler o contrato — digo e ele assente, indo para o escritório e eu me levanto caminhando até lá, fechando a porta ao entrar.

Carter se senta na poltrona e puxa a gaveta pegando alguns papéis, e joga alguns grampeados sobre a mesa e eu os pego, me sentando na cadeira de frente a sua mesa.

"Contrato de barriga de aluguel"

— Belo título — digo ao ler e ele bebe em silêncio e eu abro a primeira folha, lendo algumas coisas insignificantes até chegar lá embaixo.

A contratada terá que fazer todos exames abaixo antes de ser usada como barriga de aluguel, terá que fazer exames frequentes de gravidez enquanto não confirmada, após confirmação de gravidez terá que fazer acompanhamento médico e exames com frequência, mantendo a saúde saudável para não prejudicar o feto. Seguindo restrições médicas como por exemplo, não ingerir bebidas alcoólicas ou usar substâncias de drogas, não manterá relações sexuais com qualquer outro homem a não ser seu contratante.

— Terei que ficar com você? — pergunto ao ler isso e encaro seus olhos e ele nega.

— Não se preocupe com isso — ele diz sério.

— Aqui diz que...

— Isso serve para mulheres que contrato pra engravidar, você já está grávida Jasmine, não preciso te fuder de novo — ele diz grosso e sem paciência e eu o encaro com raiva e volto a ler o papel.

Após o acordo, não poderá haver desistência, de nenhum dos lados. Em casos de abortos, a tentativa de uma nova gravidez acontecerá após quinze dias.

— Se for menina? — sussurro baixo, mas ele ouve, e levanto meu olhar até os dele e ele coloca o copo novamente sobre a mesa.

— Estará livre após o aborto — ele diz e eu molho meus lábios respirando fundo.

— Não sente nada ao dizer isso?

Carter me olha e bebe mais da sua bebida, não me respondendo, o que me irrita ainda mais, e eu continuo lendo tudo aquilo, incluindo a parte que deixa claro que o meu filho não é meu, que eu não terei acesso a ele nunca mais depois que ele nascer, leio também a cláusula que diz que o contratante terá acesso ao meu corpo após a gravidez, oque ele não me disse.

— Quero que tire isso — digo mostrando a folha e ele lê e logo me encara.

— Já falei pra não se preocupar com isso — ele diz e eu nego.

— Não vou assinar com isso aí — digo e ele solta uma lufada de ar.

— Meu advogado tira — ele diz e eu concordo.

— Eu não vou poder nem escolher o nome dele? — digo ao ler e o Carter me olha e eu encaro a folha novamente lendo aquelas regras ridículas — Ok, já li o suficiente.

Digo deixando as folhas na mesa e ele assente me analisando e eu molho meus lábios me escorando na cadeira pensando em tudo isso e nego.

— Não viu o valor do seu pagamento, se achar que está pouco, podemos negociar — ele diz e eu o encaro.

— Não fale como se eu estivesse fazendo isso pelo seu dinheiro — digo quase chorando.

— Sei que não, mas vai precisar da grana depois — ele diz e eu me levanto.

— Posso ir para o quarto?

— Meu advogado vai passar a limpo, para você assinar — ele diz e eu apenas concordo — a empregada irá arrumar seu novo quarto.

Carter se levanta e eu continuo parada, encarando a mesa dele enquanto penso no que estou fazendo, talvez não seja tão difícil, aguentar nove meses, não me apegar a esse bebê, fazer novos planos, sair de Atlanta e esquecer tudo isso. Olho pra ele e molho meus lábios notando uma blusa feminina sobre o sofá ao lado.

— Aquela mulher, ela também está grávida? — pergunto e ele me olha e nega.

— Ainda não — ele diz pegando um cigarro.

— Vai engravidar ela? Pra ter um herdeiro?

— Ela assinou o contrato antes de você me dar a bela notícia da sua gravidez — ele diz acendendo seu cigarro e eu rolo os olhos.

— E vai continuar?

— Não sou de voltar a trás em meus acordos — ele diz sério e eu o encaro e apenas desvio o olhar e ele continua me olhando, e eu apenas concordo e saio de seu escritório.

Caminho até minha mala e vejo Carter chamar sua empregada, que sorri ao me ver, foi a mesma mulher que me ajudou com os lençóis aquele dia.

— Arrume um quarto pra ela — Carter diz sério.

— Me acompanhe — ela diz sorrindo e eu molho meus lábios puxando minha mala indo até a escada com ela.

Amor e Império Where stories live. Discover now