Parte 86

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Ryan Pirce | Atlanta

— Não me olha assim — Tália diz sentada no banco do meu carro enquanto eu dirijo.

— Quer que eu te olho como?

— Não sei, só não me olha como se eu fosse algo ruim — ela diz se escorando e olho pelo espelho o garoto dormindo no banco de trás.

— Deu o nome do Adam pra ele — digo ao molhar os lábios sério — já era de se esperar.

— Não banque o ciumento — ela ri e me olha e respira fundo.

— Não tenho mais ciúmes de você Tália, aquele jogo de esperar quem você escolheria, eu ou ele, já acabou!

— O que quer dizer com isso?

— Exatamente o que eu disse.

— A paixão acabou, já entendi — ela diz e eu a olho de canto — e você e a Poliana, pelo visto ainda continuam nisso.

— Continuo o mesmo, sem estômago pra relacionamento — dou de ombros.

— O Ryan que eu me lembro, queria até se casar, no Marrocos se me lembro bem — ela diz rindo e eu nego meio que sorrindo de canto ao me lembrar.

— Eu tinha dezessete anos, qual é — digo e ela me olha.

— Você mudou muito — ela diz e eu desvio o olhar do dela — deveria namorar ela.

— Dando conselhos amorosos?

— Não me orgulho do que fiz com você.

— Relaxa, não estou afim de falar do passado, pra mim o que passou, passou.

— Eu não menti sobre nada dos sentimentos que eu disse que sentia por você — ela diz e eu a encaro — era realmente verdadeiro.

— Era verdadeiro quando dizia que estava apaixonada por mim e ia pra cama com meu melhor amigo?

— Éramos novos, curtíamos juntos, eu gostava dos dois, que culpa eu tinha?

— Está mesmo me perguntando isso? — nego rindo — Você está de sacanagem.

— Eu mudei Ryan, eu era egoísta e não pensei no que eu podia causar, mas não sou mais a mesma.

— Estamos quase chegando — digo ao fazer a curva e vê que as SUVS pretas ainda estavam nos seguindo.

— Acha que é seguro ficar nessa casa?

— Alguns seguranças vão ficar contigo até o Carter vim e decidir o que fazer contigo e o garoto — digo sério e ela assente, se virando no banco.

E logo entro pelos enormes portões naquela casa, que Carter usava as vezes pra guardar algumas coisas quando chegava de outro país, tipo armamentos.

— Sua irmã, está mesmo grávida do Carter?

— Está — digo sério e ela me olha.

— Aceitou bem isso?

— Aham, fiquei feliz pra caralho — debocho e ela ri e assente.

— Mas me diz, como isso foi acontecer? Me lembro bem que ela não morava em Atlanta.

— A mãe dela morreu — digo sério — Jasmine veio morar comigo. E o resto você já pode imaginar.

— Quanto tempo ela e o Carter estão ficando?

— Preocupada com isso? — me divirto em provocar ela e ela nega.

— Só quero saber da história — ela diz dando de ombros e eu concordo.

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