Amor e Império

Parte 67

Adam Carter | Cancún

Vejo meu pai ri com o rosto arrebentado e nego levantando a mão pra socar ele novamente e ele cospe sangue e sinto um dos meus homens me tirar de cima dele, e empurro o filho da puta pra trás e encaro meu pai no chão.

— Você nunca foi bom em dividir — ele diz entre dentes com a mão sobre a barriga e eu saco minha arma a destravando e apontando pra cabeça dele e por um segundo estava decidido a puxar o gatilho.

Isso até o Kolt me puxar com tudo pra trás fazendo eu apertar o gatilho e ouvir o grito do meu pai, mas infelizmente não foi na cabeça, foi no ombro.

— Ele estão em vantagem, não estamos em nossa área chefe — Kolt me lembra e eu encaro ele — se matar ele, não conseguiremos sair de Cancún com vida.

Encaro a garota chorando escorada na mesa, desço meu olhar pelo seu corpo e nego com raiva, encaro meu pai que gritava com a mão sobre o ombro e guardo a arma indo até Jasmine, que nega quando toco nela, vejo seu vestido rasgado e tiro meu blazer, cobrindo ela que segura ele na frente o fechando e eu a puxo pra mim.

— Mandem preparar o carro — digo a um dos meus seguranças e vou saindo com Jasmine da sala, onde ela se escora em mim enquanto ando agarrado a ela ao enorme corredor com meus seguranças me fazendo escolta. E vejo alguns seguranças do meu pai subir a escada e passar por nós indo lá pra cima, e precisávamos sair da porra do local imediatamente.

Algumas pessoas olhavam pra mim e Jasmine e eu ignorei, saindo pela saída do evento, evitando fotógrafos, logo ouço a voz do Ryan. E vejo que ele e mais alguns seguranças se juntam a nós.

— Que merda aconteceu? — ele encara sua irmã — O que aconteceu com ela?

— Me tira daqui — Jasmine sussurra e eu encaro a rua vazia, tínhamos poucos minutos até a galera notar que estávamos saindo por aqui e isso aqui lotar de paparazzi.

— CADÊ A PORRA DO CARRO?

Grito fazendo a Jasmine apertar meu braço assustada e Kolt aponta para o outro lado da rua e eu concordo, pegando Jasmine em meu colo enquanto caminho até lá, e quando estávamos entrando na limusine ouço tiros em nossa direção.

— Vamos — digo notando alguns seguranças revidarem os tiros.

Ryan e Kolt entram, deixando os seguranças pra trás e eu encaro Jasmine ainda em meu colo, que chorava sem dizer nada. Ryan me encara assustado e eu desvio o olhar.

— Mandem recolher tudo do hotel, sairemos agora mesmo de Cancún.

— Bateram nela? — Ryan pergunta — Dá pra você me responder caralho?

— Não sei porra, cheguei ela estava assim — digo sem paciência e ele encara sua irmã e nega com raiva.

Encaro o Kolt e ele escora no banco, e eu faço mesmo, ele viu a mesma cena que eu, Jasmine estava sendo abusada assim que entrei naquela porra, e isso me faz arrepender de não ter dado um tiro na testa meu pai, eu sabia que isso era pra me atingir, ele sabe que Jasmine está na porra da minha casa carregando meu filho, e defender ela na frente dele meio que deu a ele, esperança dela ser meu ponto fraco. E estuprando ela, ele acha que me atingi, nego com raiva tentando não pensar na cena que vi, e aperto ela sobre meu colo, sentindo ela molhar a camisa do meu terno com suas lágrimas.

Em questão de minutos chegamos na pista de voo, saio do carro com ela em meu colo, e meus seguranças fazem a guarda. Enquanto Ryan e Kolt entram comigo no jato, e coloco Jasmine na grande poltrona. E quando vejo seu cabelo sair de seu rosto e olho em seus olhos, vejo o quão assustada ela ainda está, vejo sua boca inchada e avermelhada por sangue, seu rosto vermelho e com o lado esquerdo meio inchado, fecho meus punhos com raiva disso e me apoio na poltrona, sentindo a raiva passar pelas minhas veias.

— Eu quero voltar pra mansão — ela pede com a voz fraca e eu molho meus lábios ao concordar.

— Tem algum lugar ferido? Tenho que saber antes de levantarmos voo — pergunto rouco e ela assente, deixando lágrimas caírem.

— Eu sinto dor em todo lugar Adam — ela chora e eu mordo meu lábio com raiva.

— Tenta dormir — digo e logo Ryan se aproxima encarando sua irmã.

— Puta merda, o que fizeram contigo? — ele diz colocando a mão sobre a cabeça ao ver o rosto dela e ela apenas nega. Ryan me encara e eu me afasto, deixando ele se sentar com ela.

— Prepara um calmante pra garota, ela tem que dormir durante a viagem — digo a aeromoça que concorda e eu encaro o Kolt, e me sento na poltrona estressado e sinto levantarem voo.

— Começamos uma guerra hoje — Kolt diz e eu o encaro.

— Não é a primeira vez que dou um tiro no merda do meu pai — digo sério — e ele começou essa guerra. E já passou da hora de por um ponto final nela.

— Alertei nossos homens, chegaremos em Atlanta com uma grande escolta.

Apenas concordo e vejo ele olhar pra Jasmine e também a olho por alguns segundos, e não demora pra aeromoça voltar com o remédio pra ela, e Ryan a ajuda com o copo de água e vejo ela beber sem reclamar e escoro a cabeça no banco ao negar. Que merda eu deixei acontecer?

Jasmine Pirce | Atlanta

Eu estava tão dopada, que não me lembro quase nada do banho que Poliana me ajudou a tomar, me lembro que ela ficou em silêncio todo o tempo, lembro que quando recusei a comida ela não insistiu, apenas me deu um copo de água e me ajudou a vestir a grande camiseta que parecia mais um vestido em mim, me deitei na cama e senti ela me abraçar e chorei ao fechar os olhos e sentir a sensação horrível me invadir, mistura de medo, com tristeza, eu ainda tenho flash de ontem naquela sala, eu sinto as mãos dele em meu corpo, meu corpo dói ao lembrar, e as marcas roxas de mordidas em meu ombro, só me deixava mais apavorada ainda. E consigo dormir rapidamente, sentindo Poliana agarrada a mim.

— Jas — sinto alguém acariciar meu rosto e fecho os olhos com mais força — sua médica está aqui.

Abro os olhos notando Poliana me olhar, e vejo que ela está sem uniforme, e apenas me mexo devagar na cama e respiro fundo. Ela me ajuda tirando o edredom de cima de mim, e sua cara assustada me assusta.

— Minha nossa — ela põe a mão sobre a boca e eu olho entre minhas pernas notando uma pequena quantidade de sangue e engulo seco, voltando a encarar ela.

Poliana corre até a porta e eu continuo encarando o sangue no lençol e começo a me tremer, não sei o que estava acontecendo, mas eu estava passando mal. Poliana grita por ajuda e eu engulo seco, eu estou perdendo o bebê. Em segundos vejo dois seguranças invadir o quarto, mais quando Carter chega, automaticamente eles saiem, e vejo Ryan também entrar assustado e eu encaro o Adam.

— Acho que estou perdendo nosso bebê — digo rouca e assustada e ele encara minhas pernas e depois meu rosto e eu nego.