02 | Farsantes/Primos

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~𝒞𝒶𝓂𝒾𝓁𝓁ℯ

Não, eles não passaram reto, o homem de terno azul está com um sorriso indecifrável no rosto. O que esse cara vai fazer, meu deus? Ele continua se aproximando, enquanto o Paulo não para de falar, sobre o um assunto que desconheço, não estou prestando o mínimo de atenção.

O engomado junto com a loira para na nossa mesa.

- Prima! - Ele diz olhando na minha direção. Eu fico com cara de paisagem, sem saber o que fizer ou como reagir. - Quanto tempo eu não te vejo. - Ele me abraça e no meu ouvido ele sussurra "entra na brincadeira".

- Primo! - Digo, com um sorriso muito falso.

Nossos parceiros nos olham com um ponto de interrogação no meio da testa. Assim como eu, porque não estou entendendo merda nenhuma.

- Grace essa é a minha prima... - Ele aponta para mim, então percebo que ele está querendo que eu diga meu nome porque ambos não disseram na hora da discussão.

- Sou Camille muito prazer! - Estendo a minha mão para cumprimentá-la.

- Prazer, Grace! - Ela aperta minha mão. - Não sabia que você tinha prima Apolo.

Ah, então o nome dele é Apolo. Combina com o jeito babaca dele.

- Poxa, desculpa a falta de educação da minha prima. - Lanço um olhar mortal para ele. - Sou Apolo, e você deve ser o namorado dela, certo? - Ele estende sua mão para Paulo.

- Paulo. - Os dois apertam as mãos - E...

- Não estamos namorando. - Respondo antes que ele diga uma besteira. - Estamos nos conhecendo.

- Será que seria muito incômodo se nós nos ajuntarmos a vocês?

Apolo pergunta educadamente, nem parece o grotesco que me chamou de "pouco gentil" a dez minutos atrás. Cruzo os dedos para que Paulo fale algo inteligente pelo menos uma vez.

Diga que sim, diga que será um incômodo.

- Claro que não, sente-se com a gente. - Me decepciono mais uma vez.

- Será que você pode ir para a cadeira ao lado de Paulo, querida? - Apolo diz, em um tom de deboche.

Vou enfiar o querida em um lugar bem desagradável para ele.Sento-me na cadeira ao lado direito de Paulo, Grace se senta a sua esquerda, e Apolo logo ao meu lado.

- Então... me fala um pouco sobre a Camille, já que ela é um enigma para mim. - Diz Paulo.

Cruzo os braços e olho para o homem ao meu lado.

- É primo, diz um pouco sobre mim. - O incentivo, não sabendo o grande mentiroso que ele é.

- Ah nossa, a Cami sempre foi uma garota diferente de todas as outras. Quando criança ela usava uma touca de porquinho e ficava imitando o animal achando que era um. Era engraçado vê-lo imitando um porquinho. Já viu a risada dela?

Faça um "o" com a boca não acreditando na grande mentira que acabei de ouvir. Ele acha que eu também não sei mentir, eu vou acabar com a vida dele e com sua possível foda.

- Falando em porquinho, me lembro no nariz que você tinha na adolescência, primo. - Olho para ele e sorrio. - O coitado sofria tanto bullying porque tinha um nariz de batata, mas graças a deus ele fez uma plástica e consertou. Estão vendo esse nariz perfeitinho, pois é, pura plástica. - Aponto para seu rosto.

Grace e Paulo riem, enquanto Apolo está com uma cara do tipo "isso não vai ficar assim".

- Não fique bravo primo, hoje em dia todos fazem plástica, é normal. Só não é normal o processo que leva pra ele ficar assim, o nariz dele começou soltar um líquido bem nojento, parecia pus, uma hora era amarelo as vezes um tom de verde. Você lembra disso Apolo?

Apolo meu chefe mentiroso.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora