55 | "Sim, estou bem"

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~𝒜𝓅ℴ𝓁ℴ

O dia estava com uma tensão bem ruim, o clima estava estranho, o céu, escuro, o sol que havia pela manhã, sumiu entre as nuvens pretas que se formaram de repente. Trovões isolados começaram a soar no fim da tarde, mas nada de chuva, nenhum chuvisco sequer. Se você olhasse bem para o céu, sem que os prédios atrapalhasse, veria os relâmpagos de cinco em cinco minutos. Fui embora cedo para casa, precisava resolver algumas pendências, mas deixei que o motorista, Pascoal, levasse Camille para casa.

No entanto, assim que recebi a ligação, não pensei duas vezes antes de pegar o meu carro e dirigir desenfreado pelas ruas de Los Angeles até chegar no prédio de Camille. Havia dois carros pretos estacionados em frente que reconheci logo de cara, eram dos meus seguranças, dois deles estavam na portaria, William e o Conner, um deles estava falando com o porteiro, não quis me intrometer, só queria saber de uma pessoa apenas.

- Onde está Camille? - Perguntei ao William, o que não falava com o porteiro.

- Lá em cima com Pascoal, senhor. - Respondeu ele.

- Não deixe ninguém subir se não for Jenna. - Dou a ordem.

- Sim, senhor. - Assente.

Subo pelas escadas rapidamente, pois não queria esperar por elevador, Pascoal, o motorista e segurança treinado, o mesmo que ficou responsável por Camila, estava na porta de seu apartamento vigilante com qualquer a proximidade suspeita. Quando me vê, acena com a cabeça, eu faço mesmo e entro no apartamento logo em seguida.

- Camille? - Chamo por ela. - Camille! - Minha voz sai mais desesperado do que o esperado.

Ela sai do quarto ainda usando a roupa do trabalho meus olhos pularam direto para seu braço que estava vermelho com uma mistura de roxo.

- Merda, Camille! - Esbravejo.

- Está tudo bem. - Ela diz em uma naturalidade preocupante.

Vou até ela e seguro seu braço, encarando aquela mancha. Automaticamente me sinto estranho ao vê-la daquele jeito, uma sensação de raiva e um pesar enorme no peito. Ver Camille machucada me causou um gatilho que eu nunca presenciei antes, sinto vontade de protegê-la, mas não sei como.

- O que aconteceu, Camille. - Ela geme de dor com meu toque.

- Está dolorido...

- Me desculpe.

- Eu estou, sério mesmo. Só foi um susto. - Ela vai até a cozinha e dá gaveta tira algo que parecia ser uma pomada.

- Porra, um cara invadiu sua casa, te ameaçou, como você pode estar bem? - Vou atrás dela. - Isso é culpa minha...

- Não é culpa de ninguém, eu estou bem. Estou realmente bem. - Ela evita olhar para mim.

- Não foi o que Pascal me disse. Não é o que seus olhos vermelhos de choro estão dizendo.

Os olhos... eles nunca mentem.

- O que você quer que eu diga? - Diz com a cabeça baixa enquanto mexe na pomada, que eu imagino ser para o roxo em seu braço.

- A verdade.

Me aproximo dela e tomo a pomada de sua mão e miro para o banco para que ela possa sentar, ela o faz ainda sem me encarar. Metade disso tudo é culpa minha, nada do que eu fazer vai amenizar isso, mas tudo o que posso fazer é pelo menos dar assistência para Camille, que foi a vítima disso tudo.

Pelo que Pascal me falou, ele estava com um estilete na mão, poderia ter feito algo muito pior. Camille é forte, mas frágil ao mesmo tempo e estava vulnerável nessa hora, não tinha nada nem ninguém para se defender. Imagino o momento terrível que ela deve ter passado.

Apolo meu chefe mentiroso.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora