Apolo meu chefe mentiroso.

38 | Outro Sonho

Maratona 4/6

~𝒞𝒶𝓂𝒾𝓁𝓁ℯ

Depois daquele episódio constrangedor com a Ohara, onde ela supôs que eu gostasse de Apolo e ele de mim - que aliás, me deixou bem envergonhada - clima entre eu e ele ficou um pouco estranho. Na verdade, bem estranho e esquisito.

Mas essas coisas acontecem mesmo, Ohara não tem culpa, como ela iria adivinhar que não eramos um casal, quando nós dois dois vamos para um Resort juntos, porém não deixa de ser esquisito.

Eu precisava quebrar aquele gelo de alguma forma.

- Lindo o lugar. - Digo. - Muito lindo mesmo, eu amei.

O resort é gigante, tínhamos que andar um pouco até chegar em nosso quarto.

- Não é uma lua de mel, Clarck. - Ele disse em um tom rude.

- Grosso. - Reviro os olhos.

- Eu não te trouxe para gente passar as férias. - Qual é o problema dele, por que está me dando tantas patadas?

- Apolo... - Olho para ele. - Com todo o respeito. - Dou um sorriso falso. - Cala a boquinha. Eu só fiz a merda de um elogio. Agora estou proibida disso?

- Está.

- Desculpa se eu não estou acostumado com essa vida como você, para mim é novidade, é a primeira vez. Meus olhos são virgens, entende?

Ele abaixa a cabeça e passa a mão no rosto. Acho que Apolo fez um som de uma risada abafada.

- Que porra de comparação foi essa? - Pergunta e olha para mim.

- Ué, foi para você entender melhor. Quanto pagou? - Pergunto sobre o valor.

- Eu não pergunto o valor. Mas acho que deve ser 6200 dólares.

- Olha achei barato, vamos passar quatro dias aqui.

- Por pessoa e por dia.

- Como é que é? - Quase me engasgo. - Está de sacanagem? - Paraliso no meio do corredor. - Vamos embora agora, Apolo!

- Não.

- A comida está inclusa desses quase cinquenta mil que você vai pagar depois?

E por apenas quatro dias. São só quatro dias que vamos ficar aqui, cinquenta mil é muito dinheiro, dinheiro que será gasto sem necessidade, podemos ir em um lugar mais barato. Na verdade, Apolo nunca aceitaria menos que isso, ele está acostumado com luxo, é aqui que ele deveria ficar, mas eu não.

- Você pode ficar aqui, eu vou para um lugar mais barato, um hotel mais simples, não sei. - Dou as costas para Apolo e saio andando.

- Você não vai a lugar nenhum! - Ele agarra meu braço, admito que aquele gesto fez minhas borboletas se agitarem na minha barriga. - Não sei porquê você está tão preocupada. Cinquenta mil não é nada pra mim, eu ganho esse valor por minuto. - Claro que tinha que sair algo arrogante de sua boca.

Olho para sua mão que ainda está no meu braço e depois para ele.

- Você gostou daqui, não? - Ele pergunta.

- Gostei.

- Então pronto, vamos ficar aqui. - Seus olhos praticamente penetram os meus.

Não sei fazer nada mais do que olhar para ele também, por um resquício de minuto eu juro que o vi olhando para minha boca. Ele solta meu braço.

- Eu preciso de você por perto. - Ele diz, quebrando o silêncio.

- Tá bom, eu fico. - Digo.

Merda. Por que não consigo desviar o olhar, isso já está ficando estranho?