57 | Você não está preparada

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~𝒞𝒶𝓂𝒾𝓁𝓁ℯ

Eu deveria estranhar a demora dele? Quer dizer, já estou aqui no aeroporto a mais de cinco minutos e Apolo até agora não chegou, achei que ele faria a gentileza de me buscar em casa, mas claro que ele mandou um de seus seguranças. Minha mãe já me ligou umas duzentas vezes perguntando se irei para o casamento mesmo. Dona Celine é minha mãe, mas meu deus, ela consegue ser bem chatinha quando quer.

- Não é normal ele demorar assim. - Digo ao Pascal, o que me trouxe até o aeroporto e está me fazendo companhia até agora.

- Ele deve estar a caminho, senhorita Clarck. - Responde.

- Apolo te disse alguma coisa, te avisou, ligou, mandou mensagem?

- Não, o senhor Greco não me disse nada.

- O avião sai daqui alguns minutos, se Apolo demorar mais devo embarcar sem ele?

- Creio que sim.

Não acredito que cheguei até aqui para ter que ir sozinha. Uma hora desse minha família e a puta que pariu toda deve estar esperando a chegada do meu namorado rico, quando chegar lá sem ninguém serei o assunto e a vergonha da semana. Todo meu sacrifício e horas e horas ouvindo minha mãe ao telefone, o Havaí, aquelas merdas de manchetes, terá sido em vão.

Meu celular apita avisando que uma mensagem chegou, pego ele do bolso da calça e olho para ver que é.

JENNA

"Não consegui me despedir, mas boa viagem Foguinho"

"Se divirta brincando de namoro faz de conta com o gostosão do seu chefe"

"Aposto que vou ganhar cento e cinquenta dólares de Melissa"

"Me conte tudo sobre os detalhes sórdidos dessa viagem" (Emoji de diabinho)

"Manda um abraço e um beijo para seu irmão" (Emoji piscando)

Jenna não presta mesmo, preciso sempre me lembrar de manter ela bem longe de Ethan.

- Bom dia. Desculpem a demora, tive um pequeno imprevisto. - Uma voz masculina conhecida surge atrás de nós. - Obrigado por fazer companhia para Camille, Pascal. - O mesmo da um tapinha em seu ombro. - Te vejo daqui uma semana. Aproveite a folga. - Ele sorri. Vejo Apolo colocar algo no bolso do terno de Pascal, que eu imaginei ser dinheiro.

- Obrigado, senhor. Boa viagem. - Pascal agradece e se afasta.

Nunca fui tão feliz por ver esse rosto.

- Você veio! - Impulsivamente o abraço.

Ele não retribuiu o gesto, acho que não estava esperando aquele gesto tão espontâneo meu e logo cedo. Mas eu estou feliz de mais para ligar para isso.

- É... eu vim. Por que eu não viria? - Questiona confuso.

- Não sei. - Desgrudo dele. - É que... você demorou, eu achei que me deixaria... - Percebi como essa frase saiu esquisita. - Ir sozinha, isso que eu quis dizer. Achei que me deixaria ir sozinha.

- O avião é meu, ele não sai sem mim.

- Faz sentido. - Fico sem graça por ter feito uma sena atoa.

- E outra... - Ele faz uma pausa. - Foram só cinco minutos Clarck. - Cinco minutos que levaram uma eternidade.

Com toda essa preocupação e alívio ao mesmo tempo por ver Apolo, nem me reparei na roupa que ele usava.

- Você tem me abraçado com uma grande frequência. Devo me preocupar? - Ele me olha desconfiado.

- Olha só que horas são. - Mudo de assunto rapidamente, olho para meu relógio de pulso. - Hora de embarcar. Melhor irmos. - Saio andando e escuto um riso de Apolo atrás de mim.

Apolo meu chefe mentiroso.Where stories live. Discover now