19 | O Inferno Congelou

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~𝒜𝓅ℴ𝓁ℴ

Só falta ela me pedir para cantar também, assim como faz quando acha que não tem ninguém vendo. Mas como um bom observador, eu vejo tudo.

- Não, estou falando bem sério, Sr. Greco. - Ela parece determinada.

- Tá bom. - Melhor eu concordar logo de uma vez antes que Camille mude de ideia. - Você terá meu bom dia, Clarck, se você faz tanta questão.

- Foi bom fazer negócios com você. - Camille anda até mim com um sorriso satisfeito, para na minha frente e estende sua mão.

- Sabe que eu não deveria estar fazendo isso, quando quem disse para eu me foder foi você. - Aperto sua mão, olhando fixamente para aqueles olhos verdes que agora estão cheios de vergonha. Ela cora e dá um sorriso sem graça.

- Foi mal, eu não deveria ter falado aquilo, eu estava nervosa, irritada e cheia... Acabou escapando. Me desculpe.

- Vou dar um desconto, eu mereci.

- É... mereceu. Mas isso não vai se repetir, nem que você mereça muito.

- Se eu mandasse se foder todos os funcionários que são insolentes... - Ela revira os olhos, dou um sorriso de canto.

- Bom, senhor Greco, como eu disse da última vez, se o chefe fosse um pouco menos duro, talvez as funcionária não fosse tão insolentes.

- Talvez se os funcionários fizessem o trabalho corretamente aí talvez o chefe não precisasse ser tão duro.

- Comece dando bom dia, senhor Greco. Aí talvez eles façam o trabalho corretamente.

- E o que o bom dia tem haver com a competência do funcionário?

E lá vamos nós novamente.
O que aconteceu com a trégua?
Onde enfiamos o acordo de paz?

Enquanto estávamos nos bicando - que é o que fazemos de melhor - nem percebi que ainda segurava sua mão - que aliás era muito macia e pequena para a minha mão gigantes.

Olhei para nossas mãos juntas e depois para ela, foi então que a mesma percebeu o ato. Ela largou a minha mão, com um pouco de timidez e se afastou, porque sem perceber, acho que acabamos nos aproximando de mais também.

- Sabe... estou quase me arrependendo de ter aceitado sua proposta.

- Eu estava apenas brincando com você. Sabe, para não perder o costume. - Dou um sorriso sem mostrar os dentes.

- É... - Ela me olha, depois olha em volta da casa. - Merda, eu nem percebi que a casa estava uma bagunça. - Ela coloca a mão na boca. - Aí desculpa, esqueci do palavrão.

Camille tem um rostinho de boneca - sem soar esquisito - e parece ser uma pessoa muito meiga, mas o que sai de palavrão da sua boca...

- Ah jura? Eu nem percebi. - Digo ironicamente. - Eu não queria dizer nada, mas já que comentou... - Brinco.

- Olha só... - Ela se prepara para atacar.

- Ei, é brincadeira. Calma. - Ela estreita os olhos e balança a cabeça em negação.

- Desculpe, nobre senhor, se a minha casa não comporta vossa majestade. É que minha residência não é em Bel Air. - Diz ironicamente. - E sim numa favela de Los Angeles. E não tenho empregados para limpar a minha casa. - Completa.

- Bel Air não é tudo isso. - Balanço a cabeça em negação.

- Só burguês fala isso... Enfim, é... Eu vou guardar isso aqui. - Refere-se aos papéis que está segurando. - Você toma Uísque, vodka, cerveja? Vinho... Talvez champanhe?

Apolo meu chefe mentiroso.Where stories live. Discover now