8 | Deve Ser o Sono...

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~𝒞𝒶𝓂𝒾𝓁𝓁ℯ

Hoje fiz questão de chegar mais cedo, só para esfregar naquele rosto irritantemente bonito de Apolo. Antes passei no Starbucks e peguei quatro cafés, um frappuccino de chocolate para mim, um amargo expresso para Apolo, um expresso com açúcar para Hunter, e um frappuccino de caramelo para Margareth. Eu sempre fazia essa gentileza de levar café para eles também.

Hunter e Margareth são uma das poucas pessoas que interage amigavelmente comigo naquela empresa, desde a minha entrevista. E a Lissa é óbvio. Não poderia me esquecer dela.

Os seguranças sempre estão com cara fechada como se odiasse o universo e qualquer um que passasse por eles e desse bom dia. Estou começando achar que eles odeiam bom dias.

- E aí, o pé no saco chegou? - Pergunto assim que me aproximo de Hunter e Margareth. - Primeiramente, bom dia. - Dou um sorriso.

Dou o café deles.

- Bom dia flor do dia! - Diz Margareth, pagando seu café. - Não, o gostosão não chegou ainda.

- Você está bem adiantada. - Hunter diz. - Que milagre aconteceu?

- O milagre se chama: "esfregar na cara do pé no saco que posso chegar cedo". - Respondo.

- Ele continua pegando no seu pé? - Pergunta Margareth, experimentando seu frappuccino.

- E quando ele parou? A vida dele é fazer da minha vida um inferno.

- Ainda bem que eu não sou você. - Diz Hunter.

- Obrigada pelo consolo, da próxima vez que eu for pegar café para você eu peço para que coloquem sal ao invés de açúcar.

- Você pode anotar isso na sua caderneta. - Os dois sabem da minha caderneta imaginária que eu anoto na minha cabeça formas de me vingar de Apolo.

- Boa. - Sorrio. - Bom trabalho para vocês, o inferno me aguarda.

- Pra você também! - Os dois dizem.

Assim que cheguei no meu andar, como de costume, abri a sala de Apolo e deixei que um pouco de luz adentrasse no ambiente, deixei o café - que dessa vez estava fervendo de quente - em cima da mesa dele.

Ontem eu saí antes dele e não arrumei sua mesa, hoje ela estava uma bagunça. Como alguém pode se concentrar com essa desorganização? Só ele mesmo.

Recolhi os lápis jogados e as canetas - as vezes penso que ele faz isso de propósito - coloco-os no porta-caneta preto, que parece mais um copo da Stanley. Reviso os documentos para ver quais são os que eu preciso guardar, descartar, ou deixar em cima da mesa dele. Juntos todos os papeis que precisam ser guardados e coloco-os na pasta e guardo na gaveta. O resto eu empilho e deixo em cima da mesa.

Quando olho para frente Apolo está parado na porta com os braços cruzados, me encarando como um psicopata. Ele está em um lindo terno azul da mesma cor que a calça, camisa branca e gravata quase da cor da camisa.

- Merda! - Coloco a mão no peito. - Que susto.

Esqueci do palavrão.
Merda de novo.
Ele me encarou.

- Desculpe... - Dou um sorriso sem graça. - É que você me assustou. - Ele andou até mim com uma sobrancelha arqueada.

- Acho que você deveria rever as regras de etiqueta no seu contrato, onde está em negrito. Pelo que eu saiba você tem uma cópia, não é mesmo? - Sinto como se tivesse levado um patata daquelas.

- Já pedi desculpas, você me assustou com esse olhar de psicopata. - Ops...! eu não deveria ter dito isso em voz alta. - Palavrão é o que as pessoas falam quando levam um susto daqueles. - Tento me justificar.

Apolo meu chefe mentiroso.Where stories live. Discover now