44 | Verde Esmeralda

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Sem revisão

~𝒜𝓅ℴ𝓁ℴ

Eu guardo muito bem qualquer coisa relacionada a minha vida pessoal, coisas que nem meus melhores amigos ou meus pais sabem. Deixei enterrado meu passado, minha época no colégio, o vôlei, o maldito Kaleb, que sempre se gabava por ser jogador de futebol americano.

Teve uma época que fomos amigos, uma época bem passada, anos e anos atrás, mas me afastei quando percebi o quanto sua amizade era falsa e problemática. A Alisson, que outrora eu gostei, ficou bem no meu passado, na minha época do colegial. Essa fase da minha vida está bem enterrada, assim como outras coisas que prefiro não comentar.

Ver pessoas que já fizeram parte dessa minha fase me deixou bem incomodado e desconfortável, eles conseguiram acabar com a minha noite em segundos e fazer com que o clima ficasse desagradável com tanta incoveniência. Nem sei o que exatamente eles estavam fazendo naquele jantar, em tantos lugares para eles estarem, como? Como eles me encontram justo ali, em uma ilha?

Por alguns minutos eu juro que pensei em voar sobre a mesa que separava eu e Kaleb, só para poder fazer o que sempre tive vontade, desde que ele assumiu o namoro com Alisson. Eu quebraria sua cara só por ser um babaca. Porém desde que comecei a terapia, consigo me controlar, pelo contrário eu ficaria cego e quebraria a cara dele. Não só a cara, mas os dentes, o nariz, as pernas dele e talvez seus braços. O meu sonho desde que me formei era mandar Kaleb para o hospital.

Por motivos assim faço terapia, e muito, muito exercícios físicos, para poder descontar toda minha raiva no meu próprio corpo, pego pesado, levanto pesos que daria três de mim, até quatro, corro até minhas pernas fracassarem, até não sobrar ar nos meus pulmões, até eu sentir que estou lúcido e longe de toda fúria que me domina.

Mas naquele dia, naquele exato dia, alguém salvou minha noite, alguém totalmente improvável, alguém que nunca sequer passaria pela minha cabeça - pesar dela estar o tempo tola lá - eu nunca imaginaria que a pessoa que sente aversão por mim, que vive dizendo que me odeia e deixa isso bem claro, nunca imaginaria que ela, Camille, salvaria aquela noite péssima para mim.

Camille salvou a noite, mas no final eu acabei estragando, eu me confundi, eu confundi as coisas, confundi a situação, eu pensei que... Merda. Não era. Nem eu mesmo acredito que quase a beijei, não sei o que deu em mim, Camille é confusa, ela me deixa confuso. Eu espero que essa noite as coisas não fiquem estranhas.

Eu espero que não saia nada travesso da minha boca, como ontem, que fiz o comentário sobre os seios de Camille, que convenhamos não estava nada discreto nada que eu estivesse acostumado como seus ternos que usa no trabalho eu não estava preparado confesso que com Davi eu senti um frio na barriga. Eu nunca sinto isso não sinto frio na barriga.

Camille não estava tão chamativa, se eu não conhecesse, ela não seria alguém que me chamaria a minha atenção naquele evento. Eu prefiro coisas mais ousadas. Por isso não entendo o porquê de um vestido longo, uma maquiagem simples, um cabelo que já vi milhares de vezes chamar tanto a minha atenção.

Eu a vi desarrumada, a vi de pijama, a vi descabelada quando havia acabado de acordar e não liguei, eu deveria ter me importado deveria ter pelo menos demonstrado alguma expressão facial deveria ter achado horrível mas para mim foi a coisa mais normal e atraente ao mesmo tempo.

Eu tentei evitá-la hoje o dia todo, e parece que ela também estava tentando fazer o mesmo, já que não a vi desde a hora que acordei. Quando fui chamá-la para tomar café em seu quarto, ela não estava. Então fui para a academia que tem aqui no hotel, depois que voltei, tomei um banho e fui até seu quarto novamente para chamá-la para almoçar.

Apolo meu chefe mentiroso.Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα