Apolo meu chefe mentiroso.

14 | Evento das Mentiras

~𝒞𝒶𝓂𝒾𝓁𝓁ℯ

O assunto morre assim que adentramos o salão de festa e damos de cara com vários engravatados e mulheres muito bem vestidas com seus belíssimos vestidos.

Apolo para e cumprimenta alguns grupos de pessoas, empresários, CEOs, amigos de longa data dele, donos de grandes estabelecimentos da Califórnia, entre outros. Resumindo, pessoas muito importantes e que tem dinheiro para queimar.

Os minutos vão passando e vou percebendo o quão tedioso aquele evento está sendo, nada inovador, nada interessante, nada que eu já não esteja familiarizada. Há alguns fotógrafos no lugar, alguns repórteres e comentaristas que reconheci de longe, obviamente foram convidados para fazer uma matéria desse evento.

Em algum momento me separo de Apolo para ir procurar algo para beber, como não encontro água, me contento em beber algumas taças de champanhe. Enquanto mato minha cede com a bebida em um canto sozinha, observo o ambiente, acabo vendo Apolo me olhar de longe, como se já estivesse fazendo isso a um tempo. Sinto um frio na barriga.

Que merda foi essa?

Desvio o olhar para o garçom que está passando com mais taças de champanhe e alguns aperitivos, pego os dois, esse negócio de olhares esquisitos, conversar estressante com Apolo e ficar no mesmo carro que ele me deu fome. Muita fome.

- Clarck, dá uma segurada no álcool. - Sinto uma mão quente e grande segurar meu braço e sussurar no meu ouvido.

Meu corpo todo se arrepia com aquele toque. Essas reações incomuns que estou produzindo involuntariamente, está me deixando um pouco assustada.

- Está cheio de repórteres aqui, não quero virar notícia depois. - Ele continua.

- Eu sei me controlar, não preciso de um pai não. - Desvio do toque dele.

Ele me encara com aqueles olhos castanhos penetrantes, me senti um pouco intimidada.

- Eu já entendi, vou pegar leve. - Falo, para ver se assim ele para de me olhar daquele jeito.

Apolo solta um "hunm" e depois some dentre as pessoas, me deixando sozinha novamente com a minha taça de champanhe e meus aperitivos. Ainda não entendi o propósito da minha presença nesse evento, Apolo claramente não precisa de mim aqui, então porque acompanhá-lo?

Dou mais uma afastada à procura de mais alguns aperitivos, até o momento só encontrei coisa crua ou semicrua. Minha barriga parece que ronca cada vez mais. Por sorte encontrei uma mesa de com alguns queijos, presuntos, azeitonas em cubinhos, salame com gorgonzola, frutos do mar, - que passarei longe, não quero ficar com bafo de peixe - ovo de codorna - outra coisa que vou passar bem longe também. Procurei por qualquer coisa que tivesse algum indício de granola ou amêndoas, pois sou cem por cento alérgica a eles.

Fui comendo o que dava, enquanto observa os burgueses fingindo simpatia pelo o outro. Quanta falsidade meu deus. Se eles pudesse ver as caras que os outros fazem quando saem de perto... Tão inteligentes e ingênuos ao mesmo tempo.

Novamente eu e Apolo trocamos olhares, ele na ponta do salão e eu na outra. Credo. O jeito que ele me olha parece até estar me vigiando para que eu não cometa uma besteira ou ele sabe dos meus pecados.

Devorando os aperitivos, penso em dar uma passadinha do banheiro só para me ver no espelho, mas antes que isso aconteça, uma voz desagradavelmente conhecida, me chama, fecho os olhos orando e torcendo com todas as minhas forças que seja qualquer outra pessoa...

- Camille? Aí meu deus, é você mesmo?

Viro-me devagar na direção da voz e dou de cara com a minha prima Aisha - minha prima - e seu noivo - meu ex - de mãos dadas e com o sorriso mais falso que existe.