12 | Carona Torturante

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~𝒞𝒶𝓂𝒾𝓁𝓁ℯ

No carro super-chique de Apolo, fiquei olhando pela janela enquanto passávamos pelas avenidas movimentadas de Los Angeles. Fiquei tão distraída que nem percebi que Apolo estava fazendo um caminho diferente da minha casa.

Quando minha ficha caiu, olhei para ele e para estrada confusa e desconfiada. Meu chefe é um sequestrador de mulheres? Era só o que me faltava. Apolo percebeu minha agitação no banco.

- Antes que você ache que estou te sequestrando, vou passar em um lugar antes. Prometo que vai ser rápido.

Ele leu meus pensamentos...

- Eu não pensei em nada, oxe! - Dou uma risada sem graça.

- Seu nervosismo me diz outra coisa. - Ele aperta o volante e mantém o foco por onde dirige.

O jeito que eles está relaxado no banco com uma mão no volante e a outra na marcha, me faz sentir algo diferente e estranho ao mesmo tempo. Sem querer aquilo me hipnotizou de uma maneira totalmente nova para mim. Suas mãos são bem desenhada por veias que saltam como meus olhos travessos e traidores.

Desvio e coço a garganta assim que percebo o que eu estava fazendo. Oh meu deus... Eu estava comendo Apolo - meu chefe e a pessoa que eu mais odeio - com os olhos. Eu preciso muito ir para casa, tomar um banho, comer e dormir. Esse dia maluco está mechendo com a minha cabeça.

Credo.
Deus me livre...

- Espero que não demore. - Digo, olhando pela janela.

- Não vai.

- Minha amiga deve estar preocupada comigo.

- Você divide o apartamento, não é? - Ele puxa assunto.

- É... já tem alguns anos que moramos juntas, desde que me mudei. - Respondo.

A última parte parece ativar a curiosidade dele.

- Você não é daqui? - Ele perguntou, seu rosto virou alguns segundos na minha direção, depois voltaram para a estrada.

- Não, sou da Geórgia.

- Pensei que era latina, você chamou sua mãe de mamá.

- Você tem um péssimo costume de escutar a conversa das pessoas. - Digo, relembrando o dia que ele ouviu eu pelo telefone tentando fugir do meu encontro. - Acho que já te disse o quanto isso é sem de educação, Sr. Greco.

- Não ouço a conversa das pessoas, só a sua. - Ele ri de canto sem mostrar os dentes. - É mais interessante.

- Que bom que eu não atendo ligações pessoais enquanto estou trabalhando.

- Funcionaria do ano. - Seu tom foi meio irônico.

Olho para ele com os olhos semicerrados.

- Pelo menos consigo achar meus e-mails. - Jogo na cara mesmo.

- Muito cuidado, Clarck. No momento você não está em uma posição muito boa de me provocar. - Ele passa a marcha, depois vira o volante apenas com uma das mão. Isso é estranhamente atraente e me tira um pouco o foco.

- O que quer dizer, Sr. Greco?

- Quero dizer, que sou seu chefe, você está no meu carro e nem sabe para onde estou indo. Posso está te levando para um abatedouro.

- Sabe, eu não duvido. Para quem consegue beber café sem açúcar, acho que é capaz de fazer qualquer coisa.

- Então melhor tomar cuidado.

Apolo meu chefe mentiroso.Where stories live. Discover now