Apolo meu chefe mentiroso.

48 | Eu percebi, só não admito

~𝒜𝓅ℴ𝓁ℴ

Daqui algumas horas iremos voltar para Los Angeles, antes, das outras vezes que eu vinha para cá, era só mais uma viagem. Uma viagem de negócios. Então para mim não fazia diferença em chegar na ilha ou voltar para casa, as vezes eu tinha vontade de ir embora logo, ficava cansado de passar tanto tempo em um ambiente tropical, onde só via água, árvores, mato e mais mato, flores e tudo muito colorido.

Por mim eu só fazia um cheque ou depositava uma boa quantia na conta de Isaac e Anabel, eu não precisaria participar dessa bobagem de leilão e jantares. Ver flores de mais, alegria alheia, pessoas sorrindo atoa, sendo simpáticos de mais, te obrigando a usar um colar de flores, ver o exagero de cores em tudo quando é lugar, parecendo que um unicórnio vomitou arco-íris na ilha toda, isso tudo me dava náuseas.

Eu sou amante daquilo que é simples e modesto, não gosto de cores que não seja preto, branco ou cinza, de vez enquanto um azul. Dificilmente eu sorrio sem necessidade, e mais difícil ainda ser simpático. Eu não sei ser simpático. Não gosto de interagir com pessoas, por que isso me obriga a ser educado e simpático. Mas eu faço esse esforço pelas ONGS, principalmente pelo orfanato...

Mas agora, eu não sei... estou me sentindo mal por estar fazendo minhas malas para voltar, por incrível que pareça, essa foi a melhor viagem que eu fiz para o Havaí, a primeira vez que eu me diverti, que eu realmente sorri sem parecer forçado, onde o colorido do lugar me trouxe paz. Como que o lugar pode ter mudado de uma hora para outra? Então é aí que me lembro. Não é o lugar onde eu estava e, sim, com quem eu estava.

Eu não vim sozinho dessa vez. Algo mudou. Será possível? Será possível uma pessoa mudar tanto o ambiente assim? Será possível a presença de uma pessoa ser tão significativa, capaz de fazer eu querer ficar mais aqui, de não querer voltar para minha realidade, nossa realidade, onde sou chefe de Camille e ela é minha secretária?

É... eu gostei da companhia dela, gostei de ter um deslumbre de como é ter sua amizade, de conhecê-la melhor, gostei de como as pessoas se encantaram com ela, e também, quando confundiram nós como um casal, mesmo a gente se provocando o tempo todo, mesmo ela querendo me matar - achei que nesses quetro dias isso aconteceria - mas sobrevivemos, eu sobrevivi, estou inteiro. Acho que não a provoquei o bastante, não fiz meu trabalho direito.

Camille pode até dizer que não, mas ela também gostou tanto quanto eu, ela não queria ir embora, vi isso em seus olhos quando disse ontem que a na tarde de hoje iriamos voltar. Seu semblante ficou triste. Se eu pudesse, com certeza ficaria mais alguns dias, mas tem muito trabalho que me aguarda em Los Angeles, aguarda Camille também, ainda mais agora, que ela terá duas funções.

Não quero que ela deixe de ser minha secretária, Camille é a única que conhece o andamento da empresa e conhece a mim tão bem quanto eu mesmo. Nunca vi alguém tão dedicada e empenhada em um cargo simples quanto o dela, Camille faz mais do que pode, faz além da sua função, todos os dias em três anos, sempre me surpreendia, ela sempre via com uma ideia nova, conseguia resolver problemas que nem mesmo eu, em estado pleno, conseguiria resolver. Confio nela de olhos fechados e sei com toda a certeza qur fiz uma boa escolha, fiz bem em coloca-la como a nova estilista da Empire Fashion. Ela é a minha pessoa ideal. Quer dizer... a secretária ideal. Minha funcionária ideal.

Parece loucura eu estar pensando nessas coisas, enquanto estou sozinho, sentado em um sofá improvisado no meio da praia, ansioso para um jantar romântico - que já estava planejado - enquanto aguardo Camille. O restaurante escolhido por Isabel e Isaac é perto de onde estamos hospedado, vim primeiro pois ela disse que ainda estava se arrumando e eu poderia ir, que logo ela chegava.