52 | Casa das crianças

6.8K 715 86
                                    

~𝒞𝒶𝓂𝒾𝓁𝓁ℯ

Hoje eu não fiz horário de almoço, preferi ficar trabalhando e gastando minhas energias tentando não me estressar e não pensar de mais, com toda essa merda as pessoas falam e agem de forma estranha comigo, outros nem olha no meu rosto, apenas abaixam a cabeça ou fingem que eu não existo.

Se Anthony desconfiava de alguma coisa, agora ele tem certeza, aposto que na primeira oportunidade ele ira jogar na minha cara o quanto sou oportunista. Olhei o e-mail e, realmente, chegou muitas propostas para Apolo depois do que aconteceu. E não é só o nome dele que está rodando pelos streaming, o meu também. O mais bizarro é que estão conseguindo informações pessoais sobre mim que poucas pessoas sabiam. A Internet é uma coisa bizarra.

Hoje eu me estressei de mais, trabalhei de mais, minhas energias já se esgotaram, tudo o que eu quero fazer é ir para casa, tomar um banho e comer algo cheio de calorias para me abastecer e depois ouvir Jenna me xingar por não ter dito nada, ela irá acabar com a minha vida por saber dessas coisas pelas redes sociais e não por mim.

- Terminou aí? - Apolo aparece na minha sala abrindo a porta sem bater. Bom, direitos iguais, não é?

- Não, eu não acabei, mas estou cansada. Vou deixar o resto para amanhã.

- Quero que você me acompanhe a um lugar.

- Onde vamos? - Questiono, desconfiada.

- Se você vir vai saber.

- Vamos sair juntos, sozinhos?

- Não a minha vó e meu papagaio vai junto, eles estão esperando no carro. - Diz sarcasticamente.

- Você sabe porque estou perguntando isso.

- Clarck, não se preocupe. É bom que eles nos vejam juntos. Agora arruma logo suas coisas, vou ficar te esperando. - Ele entra na minha sala e se senta na cadeira de frente para mesa.

Enquanto eu termino de mandar os últimos e-mails, para começar arrumar minhas coisas, sinto o olhar de Apolo sobre mim. Não tinha necessidade dele ficar aqui, me encarando enquanto faço minhas coisas igual a um louco. Isso não me ajuda, a presença dele não me ajuda.

Estou tentando ser o mais profissional possível, sério, eu realmente estou tentando, mas depois daquele beijo tudo se complicou, minha cabeça ficou bagunça, qualquer olhar, qualquer gesto, qualquer frase dita por ele em um tom mais baixo, qualquer mordida nos lábios ou uma passada de língua para molha-los, mexe comigo, bagunça a minha mente.

Comecei imaginar coisas que eu nunca na minha vida ousaria pensar sobre meu chefe, como por exemplo, agora. Só deus sabe o quanto eu queria que ele parece de me olhar, por que quanto mais ele me olha, mais vontade eu tenho de ser colocada sobre essa mesa e ser beijada, como naquele banheiro do restaurante.

- Perdeu alguma coisa, senhor Greco? - Questiono enquanto mexo no computador.

- Gosto quando você me chama de senhor Greco nesse tom, sabia?

- Quer alguma coisa Apolo? - Coloco um ênfase em seu nome proposital.

- Você quer a resposta profissional ou a que eu estou pensando? - Travo minha mão no mouse e olho para ele por cima do computador.

- Na verdade eu só queria que você saísse da minha sala ou, pelo menos, parece de me encarar. - Ele dá um sorriso de canto.

- Você acha que é o centro das atenções, Clarck? - Ele se apoia na mesa e inclina seu corpo para frente. - Só porque eu quase te comi em um banheiro não significa que você gira ao meu redor.

Apolo meu chefe mentiroso.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora