37 | Havaí

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Maratona 3/6

~𝒞𝒶𝓂𝒾𝓁𝓁ℯ

Acordo do meu sono gostoso, na poltrona macia do avião, coberta pela manta com o cheiro de Apolo, assim que ele pousa sobre terra firme. Está de noite e escuro, não consigo ver o que tem lá fora. Apenas sei que chegamos quando Apolo diz, já tirando seu cinto.

- Chegamos. - Ele fala.

A aeromoça, que antes deu em cima de Apolo, passa por nós para abrir a porta. Depois não a vejo mais. O dois pilotos também saem de seus postos, nos cumprimentam formalmente, pegando nossas bagagens.

Me apresso para tirar o cinto e sair do avião também, mas pelo visto não sei como fazer, já que ele parece estar emperrado. Apolo deve me achar patética, pois eu disse que já havia andado de jatinho antes, quando na verdade, nunca se quer vi um de perto. E agora, não consigo tirar a porcaria do cinto.

- Eu ajudo. - Apolo diz, se aproximando de mim. - Com licença. - Pede antes de me tocar.

Aí minha nossa, ele está muito perto agora, tipo muito perto, quase grudado em mim, e eu estou sem reação nenhuma. O que me resta é ficar parada, olhando ele tentar tirar meu cinto, enquanto prendo a respiração, coisa que eu nem percebi que estava fazendo. Por algum motivo Apolo e sua desgraçada aproximidade me deixa nervosa, e seu perfume faz eu ter alguns delírios que não deveria ter.

Seu rosto está tão perto do meu, que eu posso sentir seu hálito de menta, posso sentir seu toque, seu calor. Antes eu estava com frio, repentinamente tudo aqui esquentou. Finalmente Apolo consegue soutar o cinto, seus músculos se flexionam na camisa social branca com a força que ele faz o movimento, é impossível não notar. Cristo. O que é isso?

Seus olhos encontram os meus, eu não consigo desviar deles, dessa vez não foi um ou dois segundos nos olhando, acredito que foi mais que isso, pois senti como se o tempo tivesse parado, agora estou com um calor inexplicável e uma sensação estranha na barriga. Merda, as borboletas. Essas malditas borboletas. Vão se ferrar suas malditas!

Diga alguma coisa Camille, para você sair dessa situação estranha e constrangedora. Sei lá o que está acontecendo aqui.

- Melhor você pedir para dar uma olhada nesse cinto, eu poderia ter ficado presa. - Quebro o gelo.

Apolo desvia o olhar e se levanta ficando ereto, me levanto logo em seguida.

- Pode deixar. - Ele diz. - E eu arrebentaria o cinto caso fosse necessário.

Ui! Ele é tão forte assim que seria capaz de arrebentar um cinto? Cristo, agora estou imaginando essa cena, e na minha cabeça ficou sexy para um caralho. Foco, Camille! Foco! Não pensa em Apolo e seus músculos, não pensa em nada sexy com ele. Ele é seu chefe, ele é uma merda, ele é escroto, ele é arrogante, ele é tudo de ruim.

Caminhamos para a saída, há um pouco de luz iluminando o pátio onde pousamos e a escada onde estamos prestes a descer. Apolo vai na frente, como sempre, ele precisa ser o primeiro. Sempre se colocando em primeiro lugar e... Ele estende sua mão para me ajudar descer as escadas.

Agora ele foi totalmente contra e o contrário do que eu imaginei. Conseguiu fazer eu me sentir uma idiota e calar todos os absurdos que pensei. Agradeço a gentileza, depois vamos para um carro, uma Ferrari preta, muito, muito bonita, tanto por dentro quanto por fora.

Pude perceber que o clima aqui é bem agradável, porém venta um pouco, imagino que seja por causa do mar. O carro que estamos provavelmente é alugado, não tem motorista para nos levar, Apolo mesmo dirige, para onde, eu não sei. Enquanto isso aprecio a vista magnífica no qual estou sendo presenteada.

Apolo meu chefe mentiroso.Where stories live. Discover now