61 | Vôlei

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~𝒜𝓅ℴ𝓁ℴ

Algo naquelas pessoas não me agradam, sei que eles foram os responsáveis por deixar Camille desconfortável, queria entender o porquê. Conheço ela, na verdade, mais do que deveria, sei quando não está a vontade com algo ou alguém. Seu corpo e sua postura fala por ela mesma. Ela tenta sorrir e fingir que não está acontecendo nada, mas sei que está.

Depois do almoço fomos para a quadra que tem na casa, debaixo de uma pequena sombra, esperando a boa vontade dos noivos para dizer o que iremos fazer agora. Os padrinhos e alguns da família foram convocados para estar aqui. Enquanto isso, sou ignorado por Camille. Fazendo birra desse jeito, ela irá acabar estragando o plano que ela mesma arquitetou.

Não me simpatizei com ninguém daqui desde que botei meus olhos seja lá quem for aqueles, muito menos com um cara magrelo e esquisito que não para de encar Camille. Travo o maxilar. Sinto vontade de ir até ele e perguntar se ele perdeu alguma coisa para encarar tanto. Camille está distante, nem percebe os olhares açucarados que aquele idiota está dando a ela. O encaro de volta, assim que ele percebe que estou olhando, tenta disfarçar.

Desde manhã a minha namorada de mentira está me ignorando e me dando respostas secas, a não ser que estejamos perto de alguém, então ela é super dócil comigo. Como nesse momento, ela está à alguns metros longe, quando trocamos olhares ela revira os olhos para mim, ou faz uma cara de pouco caso.

Só Deus sabe o quando eu odeio que me ignorem, se a intenção dela é me deixar com raiva, bom, está quase conseguindo. Porém, até agora, me sinto apenas provocado. Irei fazer ela ficar mansa comigo de um jeito ou de outro, ou eu não me chamo Apolo.

Chego por trás dela e agarro sua cintura, como mais cedo. Ela tenta escapar de mim, mas eu pego com mais força, chego bem perto do seu ouvido e digo.

- Você vai continuar me ignorando até quando, Camille? Sabe que não vai muito longe com isso. - Os cabelos da sua nuca se arrepiam, ela se contorce, mas tenta disfarçar.

- Te dou três segundos para você tirar a mão de mim, ou eu chuto suas bolas.

- Pede com carinho. - Sussurro em seu ouvido.

- Seu babaca, pare com isso!

- Parar de ser seu namorado? - Pergunto ironicamente.

A solto para poder olhar em seu rosto.

- Você não precisa fazer isso o tempo todo. - Ela diz.

Estou gostando de interpretar esse papel. Saio no lucro e ainda consigo provocar Camille. Ela não consegue me tirar do sério tão facilmente, sou um homem que gosta de desafios. E Camille é um grande e enorme desafio.

- Aquele esquisito ali é seu ex? - Chego perto dela e digo baixo, para que somente ela escute. Ela se afasta.

- Não precisa chegar tão perto. - Ela diz disfarçadamente.

Seguro a vontade de revirar os olhos, ainda não acredito que ela esteja brava por algo que não tenho culpa. Até agora tenho cumprido com o meu papel perfeitamente, isso é tudo o que tenho feito. Me empenhado.

- É... aquele é o noivo. - Ela responde, dá para ver o asco que sente em dizer.

Camille mal olha para ele, eu diria que ela está com vergonha ou... ressentimento. Será que ela ainda sente algo pelo ex, aquela saracura de um metro e sessenta, que um dia Camille já namorou?

- Deixa eu adivinhar, aqueles são amigos dos noivos? - Pelo jeito engraçadinho deles, chuto que são colegas de escola.

- Sim.

Apolo meu chefe mentiroso.Where stories live. Discover now