Apolo meu chefe mentiroso.

27 | Inamoravel

~𝒞𝒶𝓂𝒾𝓁𝓁ℯ

Apolo pareceu mesmo se importar com meu mal estar, ele ficou mega-furioso quando soube da minha dieta de internet. Nunca o vi falar tantos palavrão em um único dia. E ele demonstrou bastante curiosidade sobre meu relacionamento turbulento com a minha prima. Mas respeitou quanto viu que eu não queria falar sobre.

Só que estou me fazendo uma pergunta desde que meu cérebro voltou a funcionar: O que Apolo fazia na empresa, sendo que ele já tinha ido embora? Será que foi um milagre? Sorte por ele me encontrar? Ou foi o destino?

Eu estava consciente o bastante para ouvir ele chamando-me pelo meu primeiro nome, para ver seu semblante angustiado quando me viu caída no chão. Também senti eu sendo levantada do chão e sendo carregada para a sala de Apolo, como se fosse um nada.

Merda. Eu senti seu cheiro deliramte quando encostei minha cabeça em seu peito firme, senti a sua mão grande espalmada na minha coxa. E eu gostei. Gostei de ser carregada por ele, gostei de sentir seu aperto. Se eu tivesse coragem pediria que ele fizesse de novo. Gostei que ele tocou a minha cintura, mesmo não admitindo isso em voz alta.

Santo Cristo... eu preciso urgentemente comer alguma coisa, a fome está afetando meus neurônios e está me fazendo delirar. Estou tendo pensamentos nada profissionais com meu chefe.

Apolo estaciona o carro na rua e antes de sair ele pergunta:

- Vou pegar uns HotDog para gente.

Meus olhos até brilham.

- Apolo... - Antes que eu diga minhas famosas palavras "não precisa", ele me corta.

- Clarck, dá um segurada nessa sua teimosia.

- Eu só não quero dar trabalho...

- Trabalho você vai estar me dando se passar mal de novo. Quantos HotDog você quer? - Que pergunta difícil senhor!

- Eu... não sei.

- Dois está bom para você?

- Está.

Ele sai do carro e fecha a porta, pelo vidro ele diz:

- Vou trazer três só para garantir.

Eu acabo rindo. Na fome que eu estou, irei devorar os três HotDog com facilidade.

- Para beber...? - Pergunta.

- Pode ser suco de...

- Laranja. - Ele responde sem ao menos deixar eu terminar. Franzo o cenho.

- É. - Acho estranho ele saber minha bebida favorita. Mas resolvo deixar para lá.

Enquanto espero em seu corro, observo-o se aproximar do food truck e fazer os pedidos, o jeito que ele conversa com o homem que faz os HotDog dá a entender que os dois se conhecem a um tempo.

Talvez eu tenha tipo uma má impressão de Apolo. Ele foi gentil e cavalheiro hoje comigo, me ajudou, se preocupou e nesse momento está comprando minha comida favorita. Talvez eu não o odeie tanto assim quanto pensei. Ele pode ser bom, afinal de contas.

Minha ficha começa cair sobre o que aconteceu, quando meus olhos desviam de Apolo. Eu fiz uma baita de uma loucura, arrisquei minha vida, arrisquei minha saúde, por algo tão bobo. Eu não precisava dessa dieta, estou em boa forma, é certo que as vezes exagero na comida, no entanto pratico exercícios diariamente.

Mas encontrar a minha prima e ter aquela sensação de ser motivo de zombaria de novo, aquele de alguns anos atrás, quando eu era apenas uma criança, uma criança traumatizada por seus colegas de classe e por sua própria prima, me fez tomar essa decisão problemática.