Bucky Barnes 62.3

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Tudo em seu corpo doía. Não podia pensar em uma única parte de seu corpo que não estivesse doendo como nunca.

Tentou mover sua mão, mas sentia como se estivesse tentando levar um peso de cem quilos. Sentiu uma agulha sobre sua pele, e logo, os sons das máquinas hospitalares começaram a ecooar no quarto.

Seus olhos aos poucos começaram a querer se abrirem, a luz do quarto fez suas pulpilas latejerem e seus olhos se fecharem rapidamente, sua garganta soltou um grunido, e então pode sentir o quão seca sua boca estava. Tentou abrir seus olhos novamente, piscando várias vezes antes de finalmente conseguir abrir seus olhos por completo.

- aqui... - uma voz grossa e rouca chamou sua atenção, mas não teve forças pra girar a cabeça. Sentiu o copo encostar em seus lábios secos, rapidamente começou a beber tota a água do copo, sentindo o líquido queimar sua garganta seca antes de finalmente refrescar sua pele. - quer mais? - apenas balançou a cabeça, não sabendo como conseguia falar. Ouviu o barulho da água encher o copo antes de senti-lo em sua boca novamente, bebendo tudo em questão de segundos. - mais? - dessa vez, sua cabeça negou, sentindo seu estômago cheio do líquido. - tudo bem... Quer que eu chame os médicos? - ele perguntou, sentiu uma mão começar a fazer carinho em sua cabeça, acariciando seus cabelos provavelmente bagunçados dos travesseiros.

Usou toda sua energia pra girar sua cabeça, tentando achar quem era que estava falando.

- B-bucky...? - falou num fio de voz, não conseguia se lembrar de muita coisa, não sabia como havia chegado no hospital, não sabia quanto tempo estava desacordada, ou como sequer estava viva. Mas se lembrava de uma coisa, Bucky te odiava. Passou todas as semanas da missão te desprezando, por que ele se importaria com você agora? Por que ele estava ali?
- está tudo bem... Está tudo bem agora...- ele falou puxando uma cadeira e se sentando ao lado da cama hospitalar. - podemos conversar depois okay? Tenta só descansar agora... Eu vou estar aqui quando acordar okay? - ele falou continuando os carinhos em seu cabelo, sentiu o gelado do metal em sua mão, olhando pra baixo vendo o braço esquerdo de Bucky sem o disfarce, exibindo o metal escuro e dourado que Wakanda lhe deu.

Por mais que tivesse milhões de perguntas, seus olhos pesavam como nunca. E apesar de estar acordada a poucos minutos, seu corpo rapidamente voltou ao sono, precisando suar toda sua energia pra se recuperar, e não se manter acordada.

Não sabe quanto tempo se passou, se foi horas, dias... Não faz ideia. Quando seus olhos se abriram de novo, o dia estava acabando, podia ver os raios de sol dourados invadirem o quarto do hospital do Complexo, dando uma cor dourada pra parede branca do quarto.

Se sentia melhor, conseguia mexer seu corpo com mais facilidade, sentindo menos cansaço, mais disposição.

Virou sua cabeça pra ver Bucky ainda ali, seus olhos focados em um livro em sua mão, enquanto a outra segurava a sua com firmeza.

- B-bucky...? - chamou o homem que rapidamente levantou os olhos do livro, fechando-o e o guardando numa mesa que havia ao lado. Bucky se levantou pegando um copo de água e levando em seus lábios secos. Bebeu toda água do copo, vendo o homem colocar mais água e levando até sua boca novamente, dessa vez, bebeu apenas meio copo. - obrigada...- falou vendo ele lhe dar um meio sorriso, colocando o copo de lado junto ao livro.
- como está se sentindo? - ele perguntou passando a mão em sua rosto, sentindo sua pele quente contra os dedos dele.
- o que aconteceu? - perguntou ignorando a pergunta dele. - Jeffrey? Joana? Eles...
- estão mortos... Eu... Eu matei eles... Natasha e Steve invadiram a casa deles depois que... Que te trouxemos pro hospital e acharam documentos da HYDRA, documentos ultrasecretos da SHIELD, e mais milhares de coisas ilegais... - ele respondeu.
- quanto... Quanto tempo eu estou aqui?
- quase... Quase um mês. - Bucky respondeu com um pouco de dor na voz. - seus ferimentos eram... Era muito graves. Tinha uma perfuração em sua artéria femural, algumas fraturas em seus dedos e nariz... Ferimentos por facas... - ele falou sentindo o nó em sua garganta voltar em apenas se lembrar do seu estado. - você... Você estava a beira da morte, Boneca. - ele falou te fazendo rir fraco. - o que foi?
- é a primeira vez que você me chama de boneca em meses, e foi pra falar que eu quase morri. - falou soltando a mão dele e cruzando seus braços. - já pode ir embora agora, Barnes. Já estou acordada, não precisa ficar se remoendo em culpa. Está liberado a voltar a me tratar como um ninguém. - falou com uma voz séria, escondendo sua raiva e dor.
- acha que eu estou aqui por culpa?! - Bucky perguntou quase indignado com sua insinuação.
- bom, com certeza não é por que você se importa, deixou isso bem claro nos últimos meses. - respondeu como se fosse óbvio, vendo Bucky abaixar a cabeça e remoer o que havia dito.
- seis meses atrás... Quando... Antes de eu... Antes de eu me isolar, de afastar todos eu... Eu tive um pesadelo... Mas foi diferente... Não foi uma lembrança do passado... Ou um fantasma voltando pra me assombrar... - Bucky começou a falar, pode ver as mãos dele tremendo enquanto ele fugia de seu olhar, como se tivesse vergonha do que iria dizer. - eu tive um pesadelo com você. - ele finalmente falou. - eu... O Soldado Invernal tomava o controle e... E eu te atacava... Eu vi o pânico em seus olhos, eu podia ouvir seus gritos implorando pra que eu parasse, mas eu não conseguia, eu... Eu não parava de te atacar. Eu sentia seu sangue molhar minhas mãos, ouvia seus gritos, suas súplicas... - viu o homem limpar uma lágrima de sua pele rapidamente, fungando o nariz tentando disfarçar, mas era óbvio. As palavras fugiram de sua boca, sua mente entrou em branco. - eu... Eu vi seus olhos perderem o brilho, ouvi seu último grito e... Senti seu coração bater uma última vez enquanto eu apertava seu pescoço. Ouvi seu corpo caindo no chão, sem vida alguma e eu... Eu apenas fiquei ali, observando seus olhos sem brilho, as marcas das minhas mãos em sua pescoço e por toda sua pele... Boneca eu te matei... Eu... - ele tentou falar, mas seus soluços impediam sua fala, nunca havia visto Bucky chorar daquele jeito.
- Bucky...- tentou chamar a atenção dele, mas ele estava perdido em sua própria mente.
- toda vez que eu... Que eu olhava pra você, eu me via te matando... Eu via sua vida sumir de seus olhos... Por minha culpa boneca... Eu... Eu não cosnguia sequer olhar pra você sem ver isso tudo...- ele continuou, ignorando seu chamado. - por mais que eu tentasse ignorar o pesadelo, ele sempre voltava... Ele sempre me assombrava, todas as noite e... E eu comecei a pensar que... Que talvez não seja uma pesadelo... Talvez fosse um presságio... Talvez se.... Se eu continuasse a te amar, eu acabaria te matando... E... Eu não podia deixar que isso se tornasse real... Não podia te perder assim... - ele continuou. - sabe qual foi a parte mais difícil disso? Foi eu ter que ser cruel com você... Foi eu ter que fingir que não gostava da sua presença ao meu lado... Foi eu fingir que não te amava... E... Todas as noites eu tinha que me lembrar que não podia ir até seu quarto e pedir pra ficar, com você até que pegasse no sono, como a gente fazia antes...- ele sorriu com a lembrança, mas seus olhos se encheram de lágrimas novamente. - eu tive que te afastar Boneca... Eu... Eu não queria te matar. Eu preferi mil vezes você ser feliz sem mim, do que ter você ao meu lado e eu te... Te matar, boneca. - ele completou, podia sentir a dor mas palavras dele, a sinceridade em sua voz. Levou uma de sua smaosnate o rosto dele, limpando suas lágrimas antes dos olhos dele finalmente se encontrar com os seus. - eu te amo tanto Sn... Mas eu não posso arriscar te perder assim... Eu... Eu não consigo viver sem você, Sn... - ele falou chorando como uma criança. Se aquietou na cama, puxando o braço dele pra ele entendesse que era pra ele se deitar ao seu lado.

Bucky ficou hesitante no começo, mas finalmente se levantou e se deitou ao seu lado, abraçando seu corpo, sentindo seu calor, ouvindo seus batimentos levemente acelerados, graças a máquina hospitalar, sentindo sua pele macia sob a dele. Bucky finalmente sentiu seu próprio corpo relaxar, a primeira vez em meses.

- foi só um sonho Bucky. - falou erguendo sua cabeça pra encontrar os olhos de Bucky, os olhos vermelhos e inchados, tentando esconder sua dor, mas falhando miseravelmente. - você nunca me machucaria. - afirmou.
- você não sabe... Eu... Eu posso acordar um dia e... - ele tentou falar, mas não o próprio corpo dele impedia de finalizar a frase.
- você nunca me machucaria, Bucky. - afirmou de novo. - sabe como eu sei disso? - perguntou e ele negou com a cabeça. - porque você escolheu ser infeliz do que apostar a mínima chance de sonho de tornar real... A eu digo mínima, porque a chance desse sonho se tornar real é zero. Você escolheu me proteger, mesmo de uma situação que apensas existiu em seu subconsciente. Por isso eu sei que você nunca me machucaria... - falou vendo Bucky escutar suas palavras com atenção, mesmo não tento certeza se podia confiar nelas.
- eu... Eu tenho medo de te perder, Boneca. - ele admitiu como se fosse um segredo de estado, te fazendo sorrir antes de acariciar as bochechas dele, sentindo ele se inclinar contra seu toque, implorando silenciosamente por mais. - quando... Quando eu cheguei em casa e vi você... Eu nunca senti tanto medo em toda minha vida. - ele falou se perdendo em seus toques.
- mas você me salvou... Me trouxe pro hospital a tempo... - falou com voz doce, reconfortante o homem.
- me desculpe. - ele falou olhando em seus olhos. Suas sombrancelhas se juntaram, tentando entender pelo o que ele estava se desculpando. - me desculpe por ser um babaca com você nos últimos meses... Me perdoa boneca, eu... Eu sei que só isso não é suficiente, mas se você me der uma chance eu... Eu vou te te recompensar por tudo o que eu fiz... - ele falou fazendo um pequeno sorriso surgir em seus lábios.

Antes que Bucky continuasse a falar, juntou seus lábios nos dele, num beijo delicado e amoroso. Seus lábios se encaixavam perfeitamente, podia sentir o cabelo da pele de Bucky contra sua, sentia o carinho, o amor que o homem tinha com você. As mãos de Bucky abraçavam seu corpo delicadamente, tentando não tocar em nenhum ferimento.

- assim que você tiver alta do hospital eu vou te levar pro melhor encontro da sua vida. - ele falou num tom mais humorado, ouvindo sua doce risada antes de sentir seus lábios nos dele novamente.
- eu não preciso de um encontro perfeito... Só de você estar aqui já é o suficiente. - respondeu vendo ele sorrir com sua resposta, mas não acreditando em uma única palavra.
- boa tentativa. - ele respondeu deixando um beijo em sua testa.
- Bucky? - chamou a atenção dele. - só me promete uma coisa?
- qualquer coisa, boneca.
- não me afasta de novo... - falou com um pouco de dor em sua voz. - eu te amo Bucky e... E esses últimos meses foram horríveis. Não me afasta de novo, por favor... - implorou. - se... Se você tiver outros pesadelos só... Só me conta e podemos resolver juntos okay? Não... Não me afasta, por favor.
- tudo bem... Tudo bem...- Bucky falou deixando mais beijos sobre sua pele, tentando acalmar seu coração, sentindo sua angústia em sua voz. - eu prometo.

Fim...

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE 2Where stories live. Discover now