Eddie Munson 10

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(esse capítulo envolve invocação e bruxaria, além da típica putaria de sempre, então, se não gosta, pode ignorar...)

Era ridículo... Não iria funcionar. Aquilo tudo era apenas... Ficção.

Eddie não acreditava nem um segundo no que fazia, suas mãos desenhando o pentagrama no chão da velha e abandonada mecânica, o único lugar que ele sabia que ninguém iria entrar. Havia velas negras em cada canto, velas que Eddie precisou ir em outra cidade buscar. Ervas e cristais específicos em cada canto do pentagrama, sal grosso circulando tudo, um círculo de proteção. E por fim, no centro do pentagrama, uma cumbuca com mais ervas, e cristais, o único ingrediente que faltava ali, era o sangue de uma virgem...

A poucos dias, Eddie estava no banco de madeira atrás da escola, onde ele normalmente fazia suas vendas. Mas naquele dia, ele estava pensativo, ele havia recebido a nota de mais uma prova, e pra surpresa dele, não estava ruim, suas notas estavam melhorando e ele tinha uma chance de passar de ano... Mas isso trouxe à tona uma grande questão, e depois?

O que iria acontecer depois? Ele obviamente não iria pra faculdade, mesmo que quisesse. Ele não podia vender drogas pra sempre... E claro que, tinha que ajudar Wayne com alguma coisa.

Seu sonho era poder tocar suas músicas em grandes estádios, ser famoso, ter suas músicas tocadas em todos os rádios do mundo... Mas ele sabia o quão aquilo era difícil, era uma questão de sorte. E ele definitivamente não tinha sorte.

- talvez eu devesse fazer um pacto com o diabo mesmo... - ele suspirou colocando as mãos em seu rosto, pesando que aquela forma era a única dele realizar seu sonho.

Eddie foi surpreendido por um vento forte, folhas secas voando em todas direções com força, batendo contra seu rosto, se prendendo em seus cabelos longos.

Quando por fim aquela ventania repentina passou, Eddie xingou enquanto tentava tirar todas as folhas de seus cabelos, porém, algo chamou sua atenção. Um livro ao seu lado no banco, um livro que ele tinha certeza que não estava lá antes. Sua capa era totalmente negra, não havia nome ou qualquer tipo de reconhecimento nele.

Eddie curiosamente pegou aquele livro, levando consigo para casa. Ele se surpreendeu ao começar a ler, vendo que se tratava de um legítimo, oficial e real, livro de bruxaria e invocação.

Foi assim que ele acabou ali, tentando realizar seu sonho, abraçando o título de "esquisitão da cidade", tornando real o boato que ele fazia pacto com o próprio capeta.

Eddie cortou sua mão, deixando seu sangue pingar dentro daquela cumbuca. Ele agradeceu pela primeira vez por ser virgem, afinal, isso seria muito difícil de conseguir.

- Obsecro te, opto-maker... - Eddie falou tendo lido as palavras no livro a poucos segundos.

Tudo ficou quieto, mais quieto que o normal. Os grilos da noite não cantavam, as folhas não balançavam com o vento, o ar parecia ter parado.

Eddie esperou alguma coisa acontecer. Qualquer coisa. Mas nada.

Ele leu tudo que precisava para a invocação de novo, lendo e relendo cada página, vendo se tinha faltado algo, mas não. Estava tudo exatamente como deveria.

Ele suspirou jogando o livro pra longe, sua frustração querendo gritar de seu corpo. É claro que não havia dado certo, o que ele esperava? Nada daquilo existia de qualquer forma.

Eddie se levantou do chão, se virando de costas para o círculo, não se importando com a sujeira no chão, afinal, ninguém iria ali a anos, ele duvidava que isso iria mudar.

E então, tudo mudou, as velas do lugar se apagaram, Eddie se virou imediatamente, ele viu faíscas saírem da cambuca em meio ao pentagrama, e então, todas as velas se acenderam novamente, agora, suas chamas eram negras e mal iluminavam alguma coisa.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE 2Where stories live. Discover now