Eddie Munson 12

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Começou depois do terremoto.

As luzes piscando sem parar, de novo e de novo. Já havia se cansado de chamar eletricistas, pagar uma fortuna para eles simplesmente lhe dizerem que "o terremoto bagunçou a cidade, as luzes vão falhar" ou "a culpa é de sua casa velha, deveria refazer as doações por inteiro".

Entretanto, Sn sentia que era mais do que isso. Sentia que tinha algo que ela não sabia explicar, estava acontecendo.

Começou um pouco depois do terremoto,  alguns dias depois na verdade. Começou na cozinha, a luz piscando sem parar, te distraindo enquanto ouvia sua música e fazia sua janta. E então, como se corresse, passou para a sala, piscando de novo e de novo. Antes parar por completo.

Achou estranho, óbvio, mas não pensou que fosse grande coisa.

Até começar a acontecer com mais frequência, sempre que ligava seu rádio, as luzes piscavam, como um curto circuito... Um curto circuito estranho e confuso. Já que, ele parecida correr de cômodo em cômodo, não seguindo um padrão exato.

Um dia, começou assim que chegou em casa, estava distraída a princípio, não percebendo que sequer havia ligado as luzes, focada demais na muscia tocando em seu wakieman. Porém, as luzes de sua casa se acendendo chamou sua atenção a força. Viu aquele padrão desconexo acontecer, correndo da cozinha, até a sala, subindo as escadas e indo para seu quarto, depois descendo de novo, e parando bem sobre sua cabeça, piscando de novo e de novo.

Obviamente ficava assustada, principalmente quando começou a acontecer. Porém, depois de algum tempo, as luzes piscando começaram a deixar de ser um problema, sendo substituídas por algo um pouco mais tenebroso.

Vozes em seus sonhos, a sensação de ter alguém deitado ao seu lado na cama... Tudo isso tornou sua vida um pouco mais interessante, assim por se dizer.

Ao menos, aquele ser misterioso nunca havia lhe feito nenhum mal. Muito pelo contrário, uma vez, ele até mesmo havia salvado sua vida.

Por um descuido, havia deixado o fogão ligado enquanto asisstia um filme, não percebendo que havia pego no sono. Acordou com o som alto da televisão, um som que não havia deixado antes de se deitar. E então, as luzes da sala começaram a piscar loucamente, fazendo um caminho apressadamente para a cozinha, piscando de novo e de novo. Seus olhos até doíam pela forma que a luz piscava, mas foi isso que salvou sua casa de pegar fogo, já que se levantou e percebeu seu grave erro... Não antes de perder alguns panos de cozinha, e receber uma conta alta de gás naquele mês.

Naquele dia, foi a primeira vez que agradeceu ao "fantasma", e depois disso, depois de sua primeira comunicação, as coisas ficaram mais interessantes.

As luzes piscantes reagiam as suas palavras. Quando chegava em casa, e dizia um calmo "Olá" as luzes piscavam como se saudavam de volta. Quando saia de casa, faziam o mesmo, como se, se despedissem.

Em algum momento, sua comunicação com a entidade havia dado um passo a mais. Perguntas simples, com respostas mais simples ainda. Como: você gosta desse filme? Uma piscada pra sim, e duas pra não. Ou o que achava dessa banda? Gosta de rock? Uma piscada pra sim, e dias pra não...

Óbvio, ninguém acreditava em suas histórias, todos diziam que ou havia perdido a cabeça, ou estava inventando tudo. Afinal, fantasmas não existiam.

Porém, tudo ficou ainda mais interessante, quando viu um brinquedo numa loja infantil, uma lousa magica, que lhe permitia escrever palavras com pequenos pinos, que quando ligados na tomada, brilhavam como luzes de natal.

Obviamente comprou a lousa, chegando em sua casa gritando que havia pego um presente. As luzes piscando lhe fez rir fraco, antes de começar a montar a lousa como uma criança feliz.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE 2Where stories live. Discover now