K'uk'ulkan/Namor 1.2

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Seus olhos se abriram lentamente, Sn sentia sua cabeça latejando, ela respirou fundo, apenas para uma crise de tosse horrível tomar seu corpo, ela se virou pro lado, abaixando sua cabeça e deixando que a água salgada saísse de sua boca.

Quando finalmente pode retomar seu fôlego, Sn olhou ao redor, ela estava numa espécie de cabana, as paredes eram cobertas de pinturas que a lembravam das pinturas nas paredes de templos antigos, de povos que infelizmente sofreram uma grande extinção por colonizadores intolerantes e estúpidos.

Todas as pinturas, porém, tinham algo em comum. Todas representavam uma luta, e uma figura sempre parecia estar vencendo, uma serpente emplumada, ela sempre vencia.

A mulher então notou, suas roupas não eram as mesmas, agora, era um vestido com ornamentos em jóias pesadas, todas feitas em ouro e esmeraldas. Em seus braços haviam braceletes feitos nas mesma jóias, seu pescoço carregava um colar grande, com decorações tão valiosas quanto.

Ela sentiu seu coração apertar em medo. Suas pernas se moveram por conta própria, saindo da cabana, tentando achar uma fuga daquele lugar.

Porém, assim que seus pés descalços pisaram fora da cabana, Sn quis gritar em medo.

Ela estava em uma caverna, havia água por todos os lados, e as únicas formas de luz, eram animais bioluminescêntes que se alimentavam dos musgos nas paredes de pedra fria.

- não tem pra onde correr, no siuatlahtoani... - aquela voz... Sn reconheceu imediatamente, se virando para ver aquele mesmo homem ali, agora, seus trajes eram diferentes, ele usava uma manta cobrindo seu ombro e parcialmente seu corpo, deixando metade dele sem ser coberto. A manta tinha estampas tribais em tons de vermelho, que davam um contraste perfeito com seu fundo bege. Sn podia ver que debaixo da manta, ele usava aquela mesma peça de roupa verde cobrindo suas partes mais íntimas. Ele ainda usava braceletes de jóias, e seu grande colar do mesmo material. Todos os ornamentos eram decorados nas mesmas cores dos que ela usava. Sn ainda notou que, aquele homem tinha um grande piercing de esmeralda em seu nariz, e suas orelhas carregavam brincos do mesmo material.
- você... Você fica longe de mim! - Sn falou correndo para o lado oposto de onde ele estava, seus olhos vagando por qualquer saída dali. Ela tinha certeza que o som de seu coração batendo rápido ecoava pelas paredes de pedra da caverna.
- por que está correndo, no siuatlahtoani? - ele falou num tom quase como se divertisse ao ver a situação. Sn não respondeu, ao invés, preferiu focar sua atenção ao seu redor, seus olhos vagando em qualquer lugar que poderia ser uma saída. Porém, o homem não gostou do silêncio, voando pela caverna até que parece em sua frente, impedindo que ela continuasse a correr. - eu não gosto de ser ignorado.- ele disse num tom irritado. Sn novamente não respondeu, se virando dele e tentando correr pra longe, mas ele impediu, pegando seus braços e girando seu corpo. Sn se debatia, tentando sair daquela prisão, mas quanto mais ela tentava, mas percebia que era impossível.
- ME SOLTA! - Sn gritou, suas mãos tentando empurrar ele pra longe, mas era impossível, o homem era tão forte que sequer recuava com os empurrões dela. A cada vez que sn o empurrava, ele a segurava ainda mais forte. - SEU MONSTRO! ME SOLTA! - ela gritou, jurando ver um pequeno sorriso nos lábios dele. Sn ergueu uma de suas mãos, dando um tapa estralado na bochecha dele, vendo aquele sorriso desaparecer totalmente, deixando um olhar curioso ali. E então, Sn notou a gravidade do que havia feito. - me deixa ir... Por favor... Eu não vou falar nada pra ninguém... - ela falou em uma súplica, apavorada com o que iria acontecer.
- te deixar ir?! Por que eu faria isso?- e falou como se não entendesse o pedido dela. - tinoaxka... no siuatlahtoani. - ele continuou como se fosse óbvio.
- o que?! - Sn perguntou já se esgotando das falas dele. Ela podia não entender o que significavam, mas ela sabia que não era boa coisa. - você... Você me sequestrou... Por favor... Só...
- te sequestrar?! Eu te salvei! - ele a interrompeu, suas mãos indo para as bochechas dela. Sn sentia os dígitos dele em sua pele, apertando o suficiente para que ela soubesse que não tinha como sair dali. Seu tom era irritado, e assustador, causando lágrimas nos olhos da pobre mulher.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora