Eddie Munson 11

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Os "bips" de seu próprio coração ecoando na máquina lhe fizeram acordar. Ainda sentia os efeitos da cirurgia, seus olhos ainda estavam embaçados, tentou mover seu corpo, mas não conseguia.

- está tudo bem, meu amor... Está tudo bem, tudo vai ficar bem... - a voz de sua mãe lhe chamou, sentia a mão dela em sua própria mão, e podia ouvir seu tom choroso, o que só significava uma coisa, aconteceu alguma coisa errada na cirurgia.
- o que... O que aconteceu? - Sn perguntou usando todas as suas forças.
- um terremoto... Hawkins foi atingida por um terremoto e... E sua cirurgia precisou ser interrompida... Os médicos conseguiram remover parte do tumor... Mas, logo você precisará de outra cirurgia... - sua mãe explicou enquanto acariciava sua cabeça. - ele vai te levar pro quarto logo, okay? Mas eu não vou poder ficar com você... - ela continuou a falar com dor em sua voz.
- não... Não tiraram tudo? - perguntou ainda sob o efeito da anestesia.
- não meu amor... Eles estavam retirando parte dele quando o terremoto aconteceu... Eles acharam melhor interromper a cirurgia por medo de outro terremoto atingir... - ela explicou. - eles me disseram que vão esperar seu corpo se recuperar, ver se apresenta alguma... Anomalia... Ou desarranjo que pode ter sido causado pela a retirada do tumor... - ela concluiu, seu tom era doce, mas por trás havia um pavor enorme.

Recebeu seu diagnóstico a pouco tempo, a apenas meses atrás, e somente por causa de um acidente na quadra da escola.

Um de seus colegas de sala, Eddie, estava mais uma vez envolvido em uma briga com Jason, não era novidade... Afinal, Jason era quem sempre começava, porém Eddie eram quem terminava. Entretanto, em meio a briga, o homem de cabelos longos e escuros empurrou o loiro pra longe, não percebendo que sn passava logo atrás dele. A mulher foi jogada do chão, batendo sua cabeça e causando um corte ali. Ela se lembra de Eddie se desculpando milhares de vezes, dele a levando pra enfermaria, e depois, ficando ao seu lado até que sua mãe fosse lhe buscar, já que a enfermeira da escola disse que não poderia fazer nada.

Apesar de ter se ferido, se não fosse por Eddie, seu diagnóstico iria sempre ser esquizofrenia. Por conta daquele corte, seu médico quis ter certeza que não havia nenhum dano cerebral, decidindo fazer uma ressonância magnética, onde descobriram o que causava suas alucinações fortes.

Se não fosse por Eddie, o tumor iria se espalhar pelo seu corpo. Se não fosse por ele, seria sempre a "menina doida" de Hawkins. Se não fosse por Eddie, aquele tumor iria crescer mais e mais, até que seu cérebro não tenha mais como funcionar.

Então, deveria realmente agradecer ao homem.

Porém, antes que tivesse a chance, foi internada para fazer a retirada do tumor, e pelo o que as notícias mostravam, ele estava foragido por assassinar uma de suas colegas de classe, Chrissy.

Primeiro achou que fosse uma alucinação, afinal, aquele garoto que quase chorou quando viu o que tinha feito com você, aquele garoto que ficou do seu lado, distraindo seu corpo da dor, contando histórias de seu jogo... Aquele doce e adorável garoto... Ele não era um assassino.

Infelizmente, não era mentira da sua mente. Era real. Eddie estava foragido por um assassinato. Como ele poderia ter feito aquilo?! Ele foi tão gentil e doce com você... Não faz sentido.

- precisa de mais alguma coisa? - sua mãe perguntou enquanto colocava tudo o que precisaria pra se distrair na mesa ao lado de sua maca.
- ah... Tem outra maca aqui... Achei que eles iam me por em um quarto vazio... - falou se lembrando da conversa com seu médico, dizendo que por conta de sua situação, era melhor que ficasse isolada.
- sim... Mas ele me falaram que você iria ficar sozinha, okay? - sua mãe respondeu num tom que já havia conhecido antes. O tom de "tudo o que você viu é apenas a sua cabeça". - as enfermeiras me disseram que você vai ser monitorada, e... E se você ver ou ouvir qualquer coisa... Aperta esse botão okay? - ela continuou, mostrando o botão em sua cama.
- okay... - respondeu se ajeitando nos travesseiros ainda mais.
- eu vou deixar você descansar okay? Eu volto amanhã depois do trabalho pra te ver... As enfermeiras tem meu número, qualquer coisa me liga, okay? - ela falou num tom preocupado e receoso, afinal, não gostava nem um pouco de deixar a filha no hospital, mas infelizmente, com o terremoto e o estado de emergência, ela não podia se dar ao luxo de ficar ali, e seu trabalho, não podia parar.
- okay... Eu te amo, mãe... - Sn falou sentindo o beijo de sua mãe em seu rosto, ouvindo ela dizer que lhe amava antes de sair do quarto.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE 2Donde viven las historias. Descúbrelo ahora