IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE 2

Neteyam 4.4

O fim da estação chegou ao mesmo tempo que M'Tesyrik foi exilado. Neteyam poderia mentir e dizer que sentia por ele, que isso não deveriam ser assim... Entretanto, Neteyam odiava mentir.

"Como está seu ferimento?" Sn perguntou tocando na área coberta por um curativo de folhas, por baixo, contendo uma pasta de ervas cicatrizantes e medicinais. Ela tentava ignorar o olhar que Neteyam lhe dava, sabendo muito bem porque ele a olhava com aqueles olhos.

- você está tão bela, Ma'tìyawn... - ele falou colocando uma mão em seu rosto, a puxando pra perto deixando um beijo delicado e carregado de amor em seus lábios.
- Sn, você já... - Ronal começou a falar, mas ao entrar no Marui e viu a cena em sua frente se calou, cruzando seus braços em sua frente e esperando que os dois se separassem.
- Ronal! Quer dizer Tsahík! - Neteyam falou se afastando imediatamente, igual Sn, que foi para o outro lado do marui, tentando não deixar que sua mãe visse seu rosto corado em vergonha. - Oel ngati kameie... - ele falou se levantando do chão e saudando a mulher mais velha.
- eu pensei que você iria começar os preparativos com ele, e não ficar de namoro! - Ronal falou olhando pra filha, que continuava fingindo fazer algo, com sua cabeça baixa.

"Desculpe, sa'nok... " Ela respondeu se virando pra sua mãe e seu futuro companheiro. "Eu acabei me distraindo" acrescentou desviando o olhar de Neteyam, que sorria de canto de boca para sua futura companheira.

Sua mãe fez um pequeno som antes de começar a pegar o que precisava para a cerimônia. Sn se fez útil, começando a tirar o curativo antigo de Neteyam, e colocando um novo.

"Para a sua cerimônia, precisamos tirar suas tranças... Eu posso chamar Neytiri se quiser..." Sn falou olhando para Neteyam com um pouco de timidez.

Para os Metkayinas, as tranças não eram algo tão símbolo quanto para os Omaticayas. Para o povo dos recifes, as tranças podiam ser feitas por qualquer um, e eram de um estilo completamente diferente. Já para o povo das florestas, as tranças representavam algo extremamente pessoal, as contas colocadas poderiam fazer parte da história de sua vida, eram extremamente simbólicas e só poderiam ser feitas por três pessoas. A Tsahík da vila, a mãe e o/a companheira/o de vida.

No caso de Neteyam, era sua mãe que fazia suas tranças, uma vez que, ele ainda não tinha uma companheira de vida, ao menos, não oficialmente.

" Não precisa chamar minha mãe, você poderá desfaze-las... Eu já considero você como minha, e eu sei que sente o mesmo... Você pode desfaze-las, Ma'tìyawn" Neteyam falou com suas mãos, antes de coloca-las no rosto de Sn e deixar um beijo no topo do nariz da mulher, sorrindo com a forma que sn ficou feliz em ouvir suas palavras.

Ela se pôs atrás do homem, se sentando ao chão e Neteyam fazendo o mesmo. Ele sentiu os dedos dela começarem a trabalhar, seus cabelos sendo soltados cuidadosamente por ela. Neteyam fechou seus olhos aproveitando aquela sensação maravilhosa.

Ronal sorriu vendo os dois em sua frente, apesar de suas hesitações, ela sentia que Neteyam e Sn fariam Eywa feliz.

A mais velha pegou as ervas que seriam necessárias para a cerimônia de iknimaya de Neteyam, pegando igualmente as ervas para a cerimônia de junção.

Horas depois, Sn havia finalmente acabado com as tranças no cabelo de Neteyam, fazendo um penteado com os fios lisos e escuros dele. Ela não deixava de achar incrível como eles eram diferentes, e perguntava todos os dias, como alguém tão belo como ele poderia estar apaixonado por alguém tão comum como ela.

Mas Sn sabia, que Neteyam pensava o mesmo.

O cabelo do homem estava preso com duas simples tranças que saiam da lateral da cabeça dele e se juntavam atrás de sua cabeça, Sn ainda, colococou algumas das contas que estavam nas tranças e as prendeu no novo penteado, sabendo que significavam para Neteyam.