IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE 2

Neteyam 2

Ela sabia que não deveria estar tão longe de seu clã, tão longe de sua casa, mas, sua Tsahík a mandou seguir pela floresta até que achasse o que procurava. Eywa mandou ela ir em busca de algo.

Seu clã, sua família, eram diferentes de todos os Na'vis que já havia visto. Não eram tão altos e fortes, seus olhos não eram como os dos outros, e sua pele não era em tons azulados, na verdade, eram bem longe disso. Eram o que os outros Na'vis chamavam de "fantasma", uma espécie que tinha a capacidade de se camuflar em meio ao ambiente, mudando totalmente a cor de sua pele, olhos e até mesmo cabelos podiam se disfarçar. Tinham a habilidade de se tornarem invisíveis aos olhos de todos.

Por conta dessa habilidade, seu povo era tido como mito, como uma lenda, já que além de possuir essa capacidade, eram extremamente reservados, nunca saindo para explorar além de seus horizontes, e nunca permitindo a entrada de visitantes.

Porém, claro, isso não impediu o povo do céus de acharem sua aldeia e matarem diversos de seu povo, levando-os para seus laboratorios e acabando com suas vidas apenas para estudo.

Foi assim que acabou ali, vagando sem rumo, dias a fio, andando pela floresta em busca de uma nova vida, de um novo motivo para viver. Eywa disse que encontraria.

Sn colhia algumas frutas para sua refeição, nunca foi boa caçadora, quando ouviu o sons de um animal correndo pelo chão da floresta. Assim que o animal chegou em sua vista, correndo pela sua vida, Sn imediatamente se camuflou ali, não deixando que ele percebesse sua presença, ou o que quer que estivesse atrás dele também.

Sn viu o animal cair imediatamente ao ser atingido por uma flecha. Ela ficou assustada, afinal, era o primeiro sinal de outros Na'vis, ela nunca havia visto alguém de fora, sem ser o povo dos céus, claro.

Ela permaneceu em silêncio, e totalmente camuflada, invisível para todos os olhos que a procurassem, esperava para ver quem havia atirado contra o animal.

Poucos segundos depois, Sn viu um Na'vi completamente diferente dela aparecer pelas folhas da floresta. Ele era alto e forte, sua pele era azul escura com listras ainda mais escurecidas, Sn percebeu que ele tinha algumas pintinhas mais claras espalhadas por todo seu corpo e rosto. Seus grandes olhos amarelos observavam o animal caido sem vida. Os cabelos escuros dele eram presos por tranças com detalhes de ornamentos em algumas. Ele usava um colar e braçadeiras de mesmo material, parecia ser couro, em seu peitoral havia algo que ela não sabia o nome, ou o motivo de ser usado, era feito do mesmo material que a braçadeira e o colar. A parte mais intima de seu corpo era coberta por um tecido roxo escuro. Ele carregava consigo, uma faca afiada, flechas e seu arco em suas mãos.

Dizer que os.olhos de Sn ficaram imediatamente presos no Na'vi era um eufemismo. Ela jamais tinha visto alguém como ele, o povo dos céus não era nada assim, eles usavam trajes estranhos e carregavam armas que faziam barulho demais. Mas aquele homem ali, era totalmente diferente. Sn podia sentir isso, podia ver a forma que ele era completamente distinto dos que mataram sua família.

A mulher viu ele se abaixar em frente ao animal caído, colocando a mão sobre sua face, fechando os olhos do animal e os seus próprios. Ela ouviu ele dizer uma pequena oração pela vida do animal, um custume que sua aldeia também fazia.

Sn viu quando ele abriu seus olhos de novo, percebeu como as orelhas dele se moveram para a direção que ela estava, ainda totalmente invisível. Seus olhos amarelos e poderosos olhavam diretamente pra ela.

Seu corpo todo tremeu sentindo o arrepio por aquele simples olhar, Sn viu as orelhas dele se movendo como se ele procurasse algo. Ela sabia que ele não podia vê-la, mas o pensamento que talvez ele estivesse olhando pra ela, fez seu coração bater mais forte.