Bucky Barnes 75.6

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Quando seus olhos se abriram novamente, estava no que parecia ser um quarto hospitalar. Os aparelhos conectados ao seu peitoral apitavam, ele sabia que estava sem seu braço esquerdo, afinal, podia sentir a falta do membro. Além disso, sentia os curativos grudados em sua pele, mesmo com o soro de supersoldado, que fazia com que seus ferimentos se curassem mais rápido, ainda havia curativos ali. Bucky supôs que, o estado que seu corpo estava, sobrevivendo as migalhas, era um causador para o soro estar atuando mais lentamente.

Ele viu os acessos em seu braço, viu os remédios sendo medicados em seu corpo, provavelmente, nutrientes e água. Porém, o que ele não viu, ou mais precisamente, quem, foi Sn. Ela não estava ao seu lado, ele estava sozinho no quarto, sequer Sam estava ali.

Bucky se levantou da cama, sentindo a náusea e a visão turva por causa do tempo que passou desnutrido e deitado na maca. Mesmo assim, ele arrancou as agulhas de seu braço, e começou a cambalear em direção a porta, não se importando com a camisola hospitalar aberta em suas costas, deixando a mostra, toda a parte posterior de seu corpo.

Bucky abriu a porta, sendo recebido imediatamente por enfermeiras que passavam, pedindo para que ele voltasse a cama, mas o homem pouco se importava com o que elas falavam, ele só respondia um único nome: Sn.

- sargento Barnes, por favor, volte pra cama... - uma delas falou. - o senhor ainda está fraco, por favor...- ela continuou.
- não... Não... Sn, onde ela está?! - ele respondeu em meio a tontura e a confusão de sua mente.
- sargento...
- ONDE ELA ESTA?! - ele gritou, mas mesmo assim, não recebia uma resposta.

Sua mente pensou o pior, talvez ela não tenha resistido aos ferimentos. Talvez seu corpo fraco não conseguiu lutar mais... Talvez Sn tenha morrido.

Bucky sentiu seus pulmões fechando, seu coração batia em sua cabeça, suas pernas fracas, tremiam assim como suas mãos. Sua mente entrava num looping eterno das memórias que dividiam juntos, aqueles maravilhosos dias em que ele podia segurar ela nos braços, podia sorrir junto a ela, ou limpar suas lágrimas, aquelas noites em que ela o abraçava enquanto o sono... Ele nunca mais poderia ter aquilo?

Ele não notou como ainda lutava com as enfermeiras, ou quando as Dora Milaje chegaram, cercando ele e apontando as lanças em sua direção. Seu corpo finalmente cedendo, deixando que suas pernas falassem e ele caísse de joelhos ali, em meio as lanças afiadas e rostos neutros em expressão.

- Sargento Barnes, se eu fosse você, iria para a cama. - Okoye falou em frente a Bucky, sua lança guardada ao lado de seu corpo, sabendo que não precisaria usá-la, ou ao menos, esperava não usá-la.
- general, talvez devêssemos pedir pras enfermeiras sedarem ele...  - Ayo falou com a mulher, que olhou para uma enfermeira, o bastante para ela começar a preparar o sedativo.
- onde ela está? Por favor... - Bucky falou num tom choroso, seu pânico tomando o melhor de si. Porém, antes que Okoye mandasse que administrassem o sedativo, alguém interviu.
- esperem... Bucky... Bucky consegue olhar pra mim? - Sam perguntou passando por entre as Dora Milaje e se ajoelhando em frente a Bucky, que ergueu sua cabeça e viu o amigo em sua frente. Pra surpresa de todos, Bucky jogou seu corpo contra Sam, que não esperou para retribuir o abraço.
- onde ela está Sam? - Bucky perguntou chorando no ombro do amigo. - eu disse que ia ficar com ela até o final... Onde ela está? Eu preciso ficar com ela... - Bucky continuou, não vendo que o exército de Dora Milaje se moveu para longe, ficando somente Okoye ao lado deles.
- se ele quiser, poderá vê-la. - a general falou, chamando a atenção de Bucky que imediatamente tentou se levantar, mas seu corpo fraco e cansado, e talvez sob o efeito dos sedativos que ele não sabia que estava tomando, fez com que suas pernas falassem de novo.
- vamos com calma, okay? Eu acabei de sair do quarto dela, Sn está sob o efeito de sedativos, seu corpo precisa se recuperar... - Sam começou a falar, chamando a atenção do amigo em sua frente, mesmo sabendo que Bucky não escutava nada além do nome de Sn. - Bucky, presta atenção em mim. - Sam chamou o homem, que o olhou um pouco assustado, mas esperou que continuasse. - Sn precisou passar por uma cirurgia de emergência, a faca atravessou seu estômago, danificou o intestino e o fígado, ela está fraca, seu corpo estava desnutrido e sob uma desidratação intensa. - Sam falou no tom mais sério possível, vendo Bucky o ouvir com um claro terror em seus olhos. Ele já aos pensou que veria o Soldado Invernal daquela forma, tão fraco e tão amendrontado, nunca pensou que Bucky, o ciborgue sem sentimentos ou emoções, seria tão humano afinal das contas. - ela está na UTI, mas está bem. Está estável. - ele concluiu vendo o claro alívio.
- eu posso ver ela? - Bucky perguntou, mesmo que Okoye já tenha falado que poderia.
- eu te levo até lá... Okoye, você sabe me dizer onde eu consigo uma cadeira de rodas pra ele? - Sam perguntou para a general, que bateu sua lança duas vezes no chão, fazendo com que a enfermeira viesse, em suas mãos, empurrando a cadeira de rodas.
- eu não preciso da cadeira de rodas. - Bucky falou voltando ao seu tom emburrado como o custume de Sam.
- se você conseguir ficar em pé, eu deixo você ir sem a cadeira de rodas. - Sam respondeu se levantando do chão, sabendo muito bem o que iria acontecer. Bucky tentou se levantar, tentou colocar fermeza nos pés, mas não teve sucesso.
- me dá a cadeira. - ele falou emburrado, cedendo a necessidade de seu próprio corpo.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE 2Where stories live. Discover now