Bucky Barnes 75.2

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O avião tinha caído.
Correção:
O avião tinha explodido, e então, caído numa ilha deserta no meio do oceano.

Se lembrava de algumas coisas, como a aeromoça gentil que lhe levou para a primeira classe. Se lembrava de ouvir ela gritando quando ouviu o barulho da explosão. Se lembrava de Bucky ter quebrado o protocolo e ter colocado a máscara de oxigênio primeiro em você, e depois em si. Se lembrava de ver o oceano se aproximar pela janela. Se lembrava de agarrar Bucky com todas as suas forças e... E mais nada.

Não fazia ideia de como Bucky te tirou do avião, ou como ele não tinha quase nenhum arranhão.

Enquanto tentava se recordar de mais coisas, Bucky havia se sentado ao seu lado, usando outra poltrona como um acento sobre a areia úmida da praia, nas mãos do homem, um pedaço da lataria do avião que tinha sido afiada, e que agora ele estava usando para abrir um peixe e tirar suas entranhas, jogando-as num pedaço de coco seco e aberto, provavelmente ele estava guardando para usar como isca futuramente.

Bucky sentia o olhar da mulher em suas mãos, sentia como os olhos dela estavam confusos e assustados, e ele queria poder dizer algo que fosse acalma-la, mas sinceramente, ele não fazia ideia do que poderia dizer.

- onde aprendeu a fazer isso tudo? - Sn perguntou não somente se referindo ao peixe que Bucky havia pego, mas ao abrigo improvisado, a fogueira acesa, e claro, os curativos que ele havia feito em seu ombro e alguns de seus cortes também.
- na vida... Eu acho. - Bucky respondeu sem olhar pra mulher, como se o que ele tinha feito não fosse algo muito incomum.

Ele colocou o peixe numa pedaço da lataria do avião que estava sobre o fogo, servindo de uma panela improvisada, mas exatamente útil.

O sol começou a se por, e enquanto o peixe cozinhava, as estrelas apareciam no céu.

A mulher se distraiu com os pequenos pontos brilhantes no céu escuro, não eram como nada que já tinha visto antes. Era algo tão belo, tão puro, algo que com certeza nunca veria na cidade.

- aqui... Coma, vamos precisar de energia. - Bucky falou calmo, lhe entregando metade do peixe já cozido.
- obrigada. - Sn respondeu pegando o peixe servido num pedaço do avião.

Enquanto os dois comiam em silêncio, Sn não pode deixar de notar Bucky. Ele tinha algo que parecia ser tão familiar, como se ela já tivesse visto ele em algum lugar, mas não conseguia se recordar.

O jeito como as luzes alaranjadas da fogueira beijavam a pele clara, um pouco rosada do sol, de Bucky, o jeito que seus olhos azuis intensos olhavam o fogo queimar com atenção. Sua blusa tinha as mangas dobradas até seu cotovelo, revelando mais ainda daquele braço escuro, que refletia a luz da fogueira como um metal.

Ela queria perguntar sobre seu braço, mas ao mesmo tempo, ela não sabia se deveria. Pareceria ser um assunto muito íntimo sobre ele, e com certeza Sn não queria aborrece-lo e acabar piorando toda a situação.

O tempo passou, e a escuridão da noite tomou a ilha. Sn não podia ver muita coisa além do pequeno e improvisado abrigo que Bucky tinha feito.

O abrigo poderia ser simples, mas Sn com certeza estava grata em ter algo sobre sua cabeça durante a noite. E, apesar de não lhe proteger muito do frio, já lhe passava alguma segurança.

- você... Você tem alguém? - Sn perguntou cortando o silêncio da noite, chamando a atenção de Bucky pra si. - uma namorada... Ou namorado. - o homem a olhou confuso e curioso, sem saber a onde ela queria chegar. - alguém que possa estar te procurando... - ela falou olhando pro mar, que não podia realmente ver pela escuridão, mas podia ouvir as ondas quebrando na areia.
- oh... Sim... Eles... Eles devem me procurar. - Bucky respondeu entendendo por fim o que ela queria dizer. Ele queria perguntar se ela não tinha alguém esperando por ela em casa, mas algo lhe dizia que Sn não tinha ninguém a sua espera.
- Bucky? - a mulher chamou mais uma vez.
- hum?
- obrigada... Obrigada por me salvar... Por construir esse abrigo... Por... Por tudo. Obrigada. - Sn falou olhando nos olhos de Bucky, que sorriu fraco como resposta. Sn sentiu a mão de Bucky tocar na sua e fazer um pequeno carinho em sua pele, tão delicado e tímido, mas ao mesmo tempo, calmo e carinhoso.
- vamos ficar bem. Eu vou cuidar de você... E vamos sair dessa juntos. Okay? - ele falou olhando no fundo dos olhos de Sn, que sorriu pro homem, tendo um pingo de esperança em seu olhar.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE 2Where stories live. Discover now