Matt Murdock 7

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Matt ouviu pela primeira vez quando chegou em seu apartamento depois de uma noite de combate ao crime. Claro, ele estava acostumado em ouvir seus batimentos no apartamento, afinal, morava ali, entretanto, tinha algo a mais. Um coração a mais ali.

Ele prestou mais atenção, ele pôde saber exatamente onde você estava. No quarto, usando uma camiseta dele como pijama, havia escovado os dentes com uma pasta nova, já que pelo o que ele se lembra, a antiga acabou hoje mais cedo. Havia lavado seu cabelo, ainda tinha o cheiro delicioso do condicionador com o aroma floral. Sua pele ainda tinha o cheiro do hidratante, um cheiro suave e delicioso. Matt podia sentir até mesmo o cheiro de seu protetor labial, na qual ele sabia que tinha um gosto delicioso. Seu corpo estava coberto até a cintura, estava deitada de lado, suas pernas dobradas e seus braços esticados no colchão vazio ao lado, esperando ele chegar em casa.

Aquele batimento vinha do mesmo lugar onde você estava.

Não era um outro alguém, os batimentos eram rápidos demais para ser de um adulto, e não havia nenhum outro cheiro além do de Sn e dele.

Não poderia ser um animal também, afinal, ele não ouvia respirações, ou sentia o cheiro do pelo, ou rações ou até mesmo as necessidades de um animal no apartamento.

Matt tirou seu capacete, colocando ele sobre o balcão da cozinha, andando calmamente até o quarto, onde os batimentos ficaram mais altos, assim como os seus.

Ele se ajoelhou ao lado da cama, ao lado de sua namorada desacordada, podendo ouvir aqueles batimentos se misturando com os seus.

Matt não conseguia crer, os batimentos vinham de dentro de seu corpo, vinham de dentro de seu ventre, o que só podia significar uma coisa, anos de amor e carinho entre os dois, anos de adoráveis noites, manhãs, tardes, anos de "estreia" de móveis e até mesmo, trajes de herói... Anos de um relacionamento belo e maravilhoso... E o resultado disso... Uma milagrosa junção de DNAs, um monte de células, um pequeno coração batendo... Uma pequena vida dentro do útero de sua amada.

Ele não deixou de sorrir, não deixou de conter as lágrimas. Matt queria te acordar e gritar as notícias para o mundo, queria gritar para toda Nova York que ele seria pai.

Porém, ao mesmo tempo que ele queria fazer tudo isso, Matt também queria saber quando você descobriria. Queria saber qual seria sua reação ao descobrir.

Pelos cálculos dele, aquele pequeno coração deve ter começado a bater naquele mesmo dia, afinal, ele só ouviu agora, e Sn saiu antes dele para seu trabalho... Ou seja, ele não tinha visto ela o dia todo. Se o coração começou a bater hoje, significava que ela estava com aproximadamente 18 dias de gestação... Era pouco demais para qualquer que não tivesse sentidos sobre humanos perceber. Ou seja, Sn talvez sequer pensasse nessa possibilidade.

Matt sorriu maliciosamente se recordando no dia em que aconteceu, exatos 18 dias atrás, Sn havia surpreendido ele em seu escritório. Matt sentiu o cheiro dela assim que ela entrou ali, ele podia sentir o cheiro doce e excitado de seu corpo. Sua pele estava mais quente, sua voz mais doce... Matt não se segurou, devorou seu corpo em sua mesa, de novo e de novo. Ele arranhou orgasmo atrás de orgasmo de seu corpo, e por fim, se desmanchando deliciosamente ali.

Entretanto, ele não pensou que aquele dia, aquele delicioso dia, resultaria num misto de células em seu ventre. Se transformaria em uma vida que Matt já amava mais do que poderia pensar que fosse.

Ele nunca tinha comentado sobre esse desejo antes... Claro, a conversa e as provocações de Foggy eram constantes "quando vem o pequeno bebê?" "Namoram todo esse tempo e não tem um bebê ainda? Talvez seus olhos não são os únicos que não funcionam..." "Eu vou ser o padrinho, certo?" Porém, Matt e Sn sempre riam sobre, mandando o amigo se calar.

Mas Matt não podia negar... Era um desejo dele. Ele poderia facilmente ver um futuro onde os dois tinham suas vidas perfeitamente arranjadas, e uma pequena criança em meio a eles. Matt iria ensinar seu filho a ler e escrever em braille, iria ensinar ele a se auto defender, ensinar ele a andar de bicicleta, a nadar, a cozinhar... Iria ensinar seu filho a dar nós em gravatas, iria sentar no banco do passageiro enquanto Sn gritava no banco de trás e seu filho no volante. Iria ensinar ele a como se defender e usar as leis ao seu favor. Iria ajudar ele quando se machucasse, iria abraçar seu filho quando chorasse ou rir junto a ele quando fizesse uma total bagunça. Iria brigar com ele quando chegasse tarde, ou rabiscasse a parede...

Uma de suas mãos foi até a parte mais baixa da barriga de Sn, colocando sua palma por debaixo do pijama dela, sentindo sua pele quente e macia ao seu toque. Matt se concentrou no que sentia, no que ouvia. Ali dentro, ali dentro estava seu filho. Um fruto do amor de Sn e ele.

- Matt? - uma voz sonolenta chamou a atenção dele. Sn estava acordando, seu coração ficou um pouco mais rápido, porém o coração em seu ventre continuou constante. - o que houve? Está machucado? - Sn perguntou ainda sonolenta, mas mais acordada. Ela se levantou, tirando a mão de Matt de sua barriga, e ascendendo  o abajur para ver  o  rosto dele, se assustando ainda mais ao ver lágrimas em seus olhos. - Matt?!- falou puxando o corpo dele pra mais perto, suas mãos imediatamente vendo se seu corpo tinha machucados. Mas não via nenhum. - o que houve? O que está acontecendo? Você não está ferido.
- está tudo bem, meu amor... - Matt falou pegando as mãos de Sn e levando ela para seus lábios.
- então... Por que está chorando? - perguntou completamente confusa.
- porque... Eu te amo e eu amo ter você ao meu lado todos os dias. Amo que você me apoia em minhas decisões mais estúpidas, me apoia mesmo quando todos dizem que é idiotice. Mesmo assim, você está ao meu lado... E quando tudo explode, você me reconstrói. - Matt falou ouvindo o coração de sua amada acelerando em paixão por suas palavras. - eu amo você, Sn. - ele falou simples, antes de beijar os lábios de sua amada.
- eu também amo você, Matt... - Sn respondeu achando que talvez ele só tivesse tido uma noite difícil, e precisasse sentir seu abraço e ouvir doces palavras.

Matt abraçou Sn, antes de se afastar e arrancar seu traje, somente para pular ao laddo de Sn na cama, abraçando seu corpo, fazendo questão de repousar a mão sobre a barriga de Sn, que estava com muito sono para perceber qualquer mudança de comportamento de seu amado.

- boa noite Matt... - Sn falou caindo no sono de novo.
- boa noite meu amor... E boa noite pra você também, meu pequenino... - Matt falou num sussurro, não querendo acordar Sn ao seu lado.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE 2Where stories live. Discover now