K'uk'ulkan/Namor 1

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Essa história é um pouco dark, contém descrições de morte, sequestro. Leia por sua conta.
Alerta de spoiler (?)

Sn sempre teve medo da água, principalmente do mar. Ela podia não saber o que tinha naquela imensidão azul, tinha pavor em pensar nas criaturas do mundo submerso ali. Então, num pensamento de lutar contra seus maiores medos, ela se inscreveu num estudo sobre o mar, e pra sua surpresa, fora aprovada.

Agora, ela morava em um grande barco de pesquisas submarinas, explorando e entendendo as criaturas que lhe davam tanto medo e ansiedade, mas, com a segurança de estar dentro de um barco. Sem sequer precisar colocar seus pés na água.

Já tarde da noite, sn estava no convés do grande navio, observando as estrelas brilhando na escuridão total da noite. Por mais que fosse assustador estar ali, ela não podia negar que amava as noites no mar, o silêncio ensurdecedor, mais estrelas no céu do que pudesse contar, a lua grande brilhando sobre ela. As ondas criando pequenas nuancias da luz da lua. Era o ambiente mais belo que poderia imaginar.

Porém, seu foco das estrelas foi totalmente tirado, ao ouvir o som da água sendo mexida de forma brusca, como se algum peixe tivesse pulado pra fora do oceano. Sn rapidamente correu para o parapeito do navio, procurando a origem do barulho, e ao invés de um peixe, sn viu algo que não conseguia identificar, não com a escuridão da noite. Mas sua silhueta não parecia de um animal, parecia de um humano a observando.

Ela correu até a bóia de emergência, pensando que fosse um dos seus companheiros de pesquisa, que haviam caído do barco. Surpreendentemente, já havia acontecido algumas vezes.

Sn jogou a boia amarrada ao barco pra onde a silhueta estava, parando a poucos metros dela, com certeza, se fosse um de seus companheiros de pesquisa ele teria nadado até a bóia. Mas a silhueta observou o objeto flutuante antes de se virar pra sn, quase como se não entendesse sua ação.

A mulher começou a ficar em desespero, gritando pra que ele nadasse até a bóia, mas nada. Aquele suposto homem apenas a olhava, um olhar que dava calafrios na pele de Sn.

E então, aqueles som de água novamente chamou sua atenção, logo sendo substituídos por sons de metal sendo quebrado, ela olhou pra baixo, no casco do navio, vendo pessoas escalando com o auxílio de lanças. Apesar da luz ser pouca, sn podia ver que aquelas pessoas não era iguais a ela, ou qualquer um no navio.

Sn olhou pra silhueta na água novamente, vendo que não havia somente ela ali, mas sim, milhares atrás dele.

Algo como uma música, uma melodia tenebrosa, começou a ser cantada por aquelas silhuetas na água. Um canto que fazia o corpo todo de Sn tremer em pavor.

Ela correu até o alarme na parede da cabine, mas antes mesmo que pudesse tocar, a grande e pesada porta de metal se abriu, homens e mulheres companheiros de pesquisa, todos ainda usando seus pijamas, saiam para o convés, com um olhar neutro, quase como se estivessem num transe.

- Arthur?! - sn chamou o companheiro, mas era como se ela nem estivesse ali. O homem passou por ela, indo para a grade que separava o navio do mar, subindo sobre ela e caindo na água. - ARTHUR! - ela gritou em pânico, correndo até o parapeito e vendo o homem na água sendo atacado por aquele povo. E antes mesmo que pudesse pedir ajuda, mais e mais de seus companheiros se jogaram no mar, todos sendo atacados antes mesmo que pudessem reagir.

Ela correu pra longe da grade, vendo aquele povo escalar por ela e subir no convés. Com a luz do navio, sn podia ver que eles definitivamente não eram como ela. Sua pele num tom azul claro, suas roupas pareciam terem sido feitas de forma tradicional aos povos Incas e Maias. Seus trajes, apesar de serem feitos com escamas, espinhas de peixe e esqueletos de outros animais oceânicos, ainda tinham traços tradicionais, como o dourado, as tranças ao redor de seus bíceps, as típicas penas que eram usadas nos trajes, foram substituídas por espinhos venenosos de peixes. Seus braços cobertos por uma braçadeira feita do que parecia ser alga, com as escamas de peixe, usando os detalhes dourados. Todos eles carregavam lanças que pareciam ser feitas de metal, tão afiadas que sn tinha certeza que com a minina pressão, já poderiam cortar seu corpo ao meio. Todos eles, tinham uma característica própria, um traje próprio, como os guerreiros astecas, que adicionavam cada batalha vencida em seus trajes, sendo penas, presas, ou a pele de suas presas, no caso deles, eram esqueletos, escamas, espinhos, dentes de animais marinhos, alguns que sn sequer reconhecia. Entretanto, todos tinham algo em comum, uma máscara translúcida em um tom azul claro, que  cobria seus lábios e narizes.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE 2Where stories live. Discover now