As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte I

Inimigos nas sombras

Os quatro soldados se esgueiraram pelas trilhas rochosas sobre o Distrito Uni. Gojo ia a frente, verificando a segurança do terreno com sua escorpioneta. Ziko Hon ia logo atrás dele com sua da'mashas desembainhada e pronto para se jogar contra qualquer inimigo que surgisse.

Logo atrás vinham Saka e Ryu Hon. O primo mais velho com sua lâmina desembainhada vigiava a retaguarda e o estado de seu primo ao seu lado.

Por mais que Ryu Hon tenha dito que estava bem, Saka Hon ainda estava preocupado com o dano no braço dele. O jovem aspirante a oficial estava segurando sua da'mashas com uma única mão, enquanto o outro braço permanecia pressionada contra o flanco do corpo.

- Não vejo movimento a frente. - Gojo disse de repente, fazendo todos pararem de andar.

Um pouco mais a frente. Quase uma centena de metros para ser exato. Se encontrava um pequeno edifício quadrado com teto em forma de pirâmide coberto por telhas escuras. Do edifício saia uma luz amarelada, a única nas redondezas.

- Não estou vendo os vigias. - Resmungou Gojo.

- Eu e Ziko vamos dar uma olhada. - Falou Saka Hon se virando para Ryu Hon em seguida. - Permaneça com Gojo e o proteja se algum inimigo chegar perto.

Ryu Hon preferia ir com os primos verificar a Casa de Vigia, mas sabia que no estado atual que ele estava, não seria muito útil para eles. Na verdade, ele seria só um peso morto. Por isso ele permaneceu agachado com Gojo ao seu lado, observando seus dois primos avançando sorrateiramente em direção do edifício.

O jovem viu quando Saka e Ziko Hon hesitaram ao chegar perto da entrada iluminada da casa. Eles pararam como se tivessem encontrado algo no chão e após isso saíram correndo até a entrada do edificou se posicionaram cada um de um lado da porta aberta antes de se lançarem rapidamente para dentro.

- O que eles estão fazendo? – Perguntou Gojo ao estranhar o comportamento dos primos. Sair correndo daquela maneira não fazia parte dos planos.

Menos de um minuto depois, Saka Hon apareceu na entrada da Casa de Vigia, sinalizando para que eles fossem até lá. Gojo olhou em volta mais uma vez com sua escorpioneta antes de sinalizar para Ryu Hon o acompanhar até o edifício. Quando estavam chegando perto da entrada, eles viram o que fez os primos pararem para olhar o chão naquela hora.

Deitado de barriga para baixo se encontrava um dos membros da unidade deles. Um soldado veterano que deveria estar de vigia na entrada do edifício e teve a garganta aberta por uma lamina antes que pudesse avisar aos companheiros o que acontecia.

Um sentimento horrível envolveu Ryu Hon que correu para dentro do edifício, se chocando contra seu primo que continuava parado na entrada da Casa de Vigia.

Do outro lado da porta, onde ficava a sala principal da Casa, se encontrava um cenário de carnificina. Seis membros da unidade estavam largados por todos os lados, mortos. Os dois mais próximos tinham morrido com golpes de laminas pelas costas. Um terceiro estava sentado com as costas na parede e três flechas no peito. O quarto tinha sacado a arma antes de ter um corte aberto do ombro até o umbigo. O quinto tinha levado uma flechada no olho e o ultimo tinha morrido na entrada da sala de comunicação. Tinha sacado sua arma, talvez até trocado alguns golpes antes de ter a cabeça aberta por alguma lamina pesada.

- Seu pai não está aqui. – Saka Hon falou ao lado do primo. Sua voz estava tremida de tanto que ele se controlava para conter a raiva. – A sala de comunicação foi destruída, nossos equipamentos foram pilhados e nossos companheiros mortos.

- Outra equipe estava patrulhando. – Ziko Hon falou, sua expressão tão sombria quanto a de Saka Hon. – Não sabemos se foram atacados também e se sobreviveram, o Tash deve estar na propriedade do Lorde. Devemos ir nos certificar que eles estão bem...