A força da tecnologia

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- Resistam! – Xi Zhang bradou golpeando com sua almashas e matando mais um inimigo enquanto seu grupo de soldados se juntava com o dos atiradores e eles iam recuando lentamente em direção ao edifício principal do Forte Shumpei.

Um segundo grupo de soldados recuava lentamente, sofrendo investidas constantes dos guerreiros Exilados a cada passo. Aquele era o grupo de soldados liderados pela Tash Chika e pelo Tash Tou Fuji.

Xi Zhang fez uma contagem rápida e estimou pouco mais de trinta soldados vivos no grupo dos dois Tash e o grupo que ele e Buco Q'wem lideravam não estava muito melhor.

Enquanto isso, os Exilados ainda estavam na casa das centenas, no mínimo uns duzentos guerreiros clamando por sangue enquanto balançavam suas jax para despedaçar seus inimigos ou estocavam com suas lanças para perfura-los.

- Firmes! Mantenham-se firmes! – O Bronze continuava gritando.

A cada golpe seu um Exilado era morto ou ferido gravemente, ninguém conseguia parar sua almashas, mas em contrapartida, ele era um dos principais alvos das investidas dos Exilados, todos queriam a gloria de matar um oficial inimigo e quem sabe, conquistar sua arma.

Lentamente os dois grupos de soldados se uniram e recuaram, colocando suas costas contra o portão de entrada para o edifício principal do Forte enquanto faziam de tudo para sobreviver as investidas dos Exilados.

Armas se chocavam, cortavam e perfuravam. Membros eram decepados e sangue escorria pelo chão junto com as tripas de alguns pobres coitados.

O número de soldados diminuía lentamente, mas a pressão causada pela diferença numérica entre as duas forças fazia com que aos poucos os soldados começassem a ficar mais desesperados. Seus olhos perdiam o brilho da esperança de sobreviver a aquele dia.

Xi Zhang olhou em volta e percebeu que os Exilados estavam todos no pátio, centenas deles, cercando o pequeno grupo de soldados. Não haviam mais grupos fora do forte ou sobre a muralha.

Era chegada a hora de ver se seu plano funcionaria.

- Flecha! – Ele gritou por sua subordinada enquanto se esquivava de um golpe de jax e quase arrancava a cabeça do Exilado que o tinha atacado com um golpe na horizontal.

A arqueira que estava no centro da formação circular de soldados puxou de seu cinto um pequeno chifre branco e o levou aos lábios onde soprou com força a ponta do chifre.

Um grave som soou do centro da formação dos soldados e alguns Exilados hesitaram ao ouvir aquele som, mas eles sabiam que estavam em vantagem ali, que os inimigos não possuíam reforços, por isso, simplesmente deram de ombros e continuaram atacando, sem se importar com os arredores.

Esse foi o erro deles.

Se os Exilados tivessem olhado em volta, teriam visto dois grupos correndo em direção a eles, vindos cada um de um lado do Forte Shumpei. Eram homem de todas as idades, desde jovens de rostos lisos até velhos encurvados. Aqueles eram os civis que os soldados deveriam proteger, os habitantes dos vilarejos em volta do Forte.

Estavam todos armados com lanças, jax e da'mashas. As armas dos soldados e Exilados que tinham sucumbido em combate nos últimos dois dias.

Cada um dos dois grupos era composto por quase cem pessoas e liderando cada um deles estava um soldado armado com uma da'mashas. Aqueles dois soldados eram membros sobreviventes da unidade do Mush Deilong Hul que guiaram a investida dos civis armados.

Alguns Exilados perceberam que algo não estava certo e se viraram para ver os novos inimigos atravessando o pátio correndo desorganizadamente, mas quando tentaram fazer algo para barrar a investida dos novos inimigos, já era tarde demais.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IWhere stories live. Discover now