A sombra do Imperio

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A Adaga da Tempestade deslizava pelo ar com grandes picos rochosos em volta dela se erguendo até as nuvens escuras e tempestuosas lá em cima. A nave seguia por entre os grandes picos que formavam grandes paredões rochosos e irregulares que criavam uma espécie de labirinto naquela região.

Arkagim estava de pé logo atrás do piloto da pequena nave, olhando para os picos escuros e para as nuvens mais escuras ainda acima deles. Logo começaria a chover, ele sabia disso, e com uma boa chance de queda de raios.

Um alerta começou a soar de repente dentro da cabine do piloto e uma luz avermelhada piscou repetidas vezes no painel. As sobrancelhas de Arkagim se contraíram enquanto ele via aquilo.

Logo em seguida veio um som muito parecido com um zunido que ia aumentando de volume e intensidade. O zunido foi ficando mais próximo e mais alto, tão próximo e tão alto que o ar parecia vibrar.

- Temos companhia. – A copiloto avisou, dizendo o obvio e mexendo em alguns mecanismos do painel.

Arkagim olhou pela janela lateral da cabine de piloto e os viu chegando, uma nuvem viva que saia de dentro de algumas cavernas escavadas nos grandes picos escuros. Ele não pôde deixar de sentir um arrepio na espinha ao ver centenas de Owkaris, os Predadores da Noite em forma de aranhas gigantes aladas, se aproximando da nave.

- Ativando o sinal. – A copiloto falou enquanto mexia em uma alavanca no painel.

Arkagim não ouviu nada, mas sabia que um som estava sendo emitido em uma certa frequência que só aqueles Predadores da Noite poderiam ouvir. Ele acompanhou com os olhos a aproximação dos Predadores da Noite e viu quando eles pararam a exatos cem metros da nave, como se uma barreira invisível e transparente tivesse surgido bem no caminho.

Os Owkaris voaram em círculos, batendo rapidamente suas asas finas de inseto e zunindo pelo ar enquanto observavam a passagem do Adaga da Tempestade com seus vários olhos em forma de bolas de gude.

- Coisinhas nojentas. – Uma voz feminina falou logo atrás de Arkagim.

O homem olhou para trás e viu uma mulher de cabeça raspada sentada em um banco acoplado na parede da cabine. Ela olhava para os Predadores da Noite com um nojo evidente em sua expressão.

- Seria estranho se eles não fossem, Uria. – Arkagim respondeu, voltando sua atenção para os Predadores que voavam em círculos a cem metros da nave.

A nave continuou deslizando pelo ar até que deixou os Owkaris para trás, aquelas criaturas eram bastante territorialistas e só saiam de perto de seus ninhos em duas ocasiões. Para caçar ou para fazer um novo ninho.

Alguns minutos depois e a Adaga da Tempestade entrou em um vale profundo, coberto por uma grossa nevoa que impedia que aqueles na nave pudessem ver seu fundo. Os picos em volta deles se abriam em um grande círculo, cercando o vale como um anel, como uma muralha natural que deixava a todos que não sabiam os caminhos labirínticos até ali perdidos e afastados daquilo que estava no centro do vale.

Arkagim olhou para frente, para a grande forma escura que desafiava o céu como a ponta de uma lança. A Montanha Sombria se destacava naquele cenário desolado cercado por uma grossa nevoa que cobria as regiões mais baixas. Ele sabia que dentro daquela nevoa se escondia um perigo tão grande quanto aquele que residia no céu.

Qualquer tolo que se aproximasse dali teria que enfrentar várias hordas de Predadores da Noite. Cada uma formada por diferentes tipos de criaturas que tinham criado seus territórios dentro daquela nevoa. Uma barreira perfeita para mantes os olhos do Império longe deles.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte ITempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang