Iseka

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No extremo sul das Terras Altas, bem próximo a fronteira sul do Império Izar, se encontrava uma das poucas zonas de terras férteis na Província das Chuvas Cortantes.

O nome dessa zona de terras férteis era Iseka e setenta por cento de suas fronteiras eram compostas por altas muralhas naturais que dividiam as terras férteis do resto do solo rochoso das Terras Altas.

Ao passar do tempo, Iseka foi colonizado por várias Família nobres que derramaram muito sangue para manter o local, e atualmente aqueles que mantinham a posse sobre a região era a Família Prata dos Pan.

Eles possuíam uma propriedade perto da fronteira de Iseka com uma pequena cidade se espalhando a sua volta em uma pequena área de solo rochoso e em outras duas pontas do local se encontravam duas pequenas aldeias.

Os habitantes dessas duas pequenas aldeias, assim como boa parte daqueles que moravam na pequena cidade, eram aqueles responsáveis por trabalhar nas centenas de fazendas espalhadas pelo solo fértil.

De cima da muralha que separava a propriedade dos Pan da pequena cidade de Iseka, a bela e jovem Ling Pan observava o movimento dos soldados marchando sobre a estrada pavimentada que atravessava Iseka até o Portão Oeste.

Sua testa estava levemente enrugada enquanto ela pensava no motivo que tinha forçado todas as forças de Iseka e das proximidades a se moverem e uma flor de preocupações desabrochou em seu peito.

- Nós deveríamos estar indo com eles. – Wei Su resmungou logo atrás da jovem Prata.

- Não sei se concordo com você, Wei Su. – Feng Dol falou em seguida calmamente.

- Desde quando você se tornou um covarde, Feng Dol? – A plebeia perguntou ao Bronze assim que ela ouviu suas palavras.

- Eu não me tornei um covarde. – Replicou o alto rapaz se virando para a plebeia musculosa. – Mas sempre fui cauteloso e não acho que nossas unidades seriam tão uteis em uma operação dessa proporção, infelizmente.

- Besteira, meu pessoal pode acabar com qualquer Predador que entrar em nosso caminho. – Wei Su bateu sua mão contra seu peito com força, mostrado a força de suas palavras. – Já lidamos com outros Predadores antes, qual a diferença agora?

- A diferença. – Ling Pan falou sem se virar para os dois. – Está no tamanho da horda de Predadores que foi avistada vindo em nossa direção.

Diante do frio tom de Ling Pan os outros dois alunos se calaram após trocarem um demorado olhar consternado.

Já tinham se passado dois dias desde a chegada da mensagem de um dos postos avançados dos Pan nas montanhas informando sobre o movimento massivo de uma horda de Ykshas que se continuassem na direção que estavam indo, acabariam chegando em Iseka ou nos povoados que tinham nas redondezas.

As aranhas gigantes sempre tinham sido um estorvo para os Pan, as malditas tinham criados vários ninhos nas terras mais ao sul do Império e uma hora ou outra sempre surgia algum pequeno bando de algumas centenas para atacar os Izanitas, mas desta vez tinha sido diferente, muito diferente.

Quase dez mil Ykshas estavam correndo loucamente em direção as terras povoadas pelos servos dos Pan, e mais preocupante ainda era que essa horda passaria bem perto de Iseka, uma das raras terras férteis que alimentavam Izar.

Se fosse só pelo povo que estava no caminho da horda, os Pan não estariam tão preocupados, podendo mover a plebe até que a horda fosse embora, mas com Iseka estando envolvido, a história era outra.

Mais de dois mil soldados com algumas Maquinas de Guerra e Deuses da Guerra tinham sido mobilizados do exército dos Pan em Iseka para enfrentar a ameaça. Mais dois mil soldados aproximadamente estavam sendo mobilizados de bases nas proximidades além de três pequenas Famílias Bronzes que estavam convocando seus soldados para participar do combate.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IWhere stories live. Discover now