As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte I

O Alvo de Arkagim.

Quatro pessoas caminhavam por um largo corredor no castelo do Senhor da Cidade de Fuujitora. A direita deles se encontrava uma lisa parede coberta por pequenos pisos de porcelanas de várias cores que se tornavam a imagem de uma praia de areias brancas com várias ondas azuis, algo que o izanitas não viam com muita frequência.

Já a esquerda desse quarteto se encontrava uma amurada que possuía a altura um pouco superior a cintura deles. Além da amurada se encontrava um espaço vazio com vista para a base militar no distrito Giin, se olhassem com atenção, eles podiam ver as colunas de fumaça que se erguiam dos lugares que as Lâminas Imperais de Fuujitora tinham atacado.

- As Lâminas já cuidaram dos inimigos em Giin, meu Senhor. – O Sham, comandante das forças pessoais do Senhor de Fuujitora, relatava ao Senhor dos Jinx.

O Sham, assim como os outros dois guardas que acompanhavam o Senhor, estava trajando uma armadura completa de enerjom. Seu corpo estava escondido dentro de uma armadura metálica de coloração prateada que podia ser coberta por uma película de enerjom que os deixariam quase que invulneráveis. No flanco esquerdo deles, presa a um sinto, se encontrava uma almashas.

- Ótimo. – Falou o Senhor da Cidade. Ele trajava uma simples camisa branca por baixo de um kimon cinza, uma roupa muito usada pelos nobres de Izar.

O kimon era quase como que um roupão que cobria toda a parte superior do corpo e descia até os joelhos de quem a usava. As partes da direita e esquerda da frente eram unidas por dois cordões que se entrelaçavam em forma de X desde a cintura até a gola apertada do pescoço. As partes que cobriam as coxas se abriam revelando sua calça de tecido fino de um cinza escuro.

O Senhor da Cidade não portava nenhuma arma, mas qualquer pessoa que olhasse para ele podia dizer que o homem era uma arma em si.

- E o resto de minha cidade, Yau Lim? O que aconteceu nos outros distritos? – O Senhor da Cidade perguntou ao Sham enquanto parava de andar e observava as colunas de fumaça se erguendo em sua amada cidade.

- As coisas em Mune já estão quase que sobre controle. – O Sham Yau Lim respondeu prontamente. – Mas não possuímos uma resposta conclusiva das Lâminas enviadas para o distrito industrial.

- Quero tudo resolvido antes do anoitecer, Yau Lim! – Ordenou o Senhor da Cidade se virando para voltar a andar.

Nesse momento o Sham ergueu o braço barrando a passagem de seu Senhor. O Senhor da Cidade lançou um olhar incrédulo para o líder de seu exército pessoal e abriu a boca para perguntar o motivo daquele comportamento inapropriado quando percebeu que Yau Lim não estava olhando para ele, mas sim para um ponto a sua frente.

Quase na mesma hora os dois guardas atrás deles sacaram suas almashas e se colocaram em volta do Senhor da Cidade em uma posição defensiva.

- Porque não se mostram de uma vez! – Yau Lim gritou de repente, a mão direita pousada sobre o cabo de sua arma.

- Hahaha! – Uma risada surgiu de repente do vazio e o ar começou a ondular na frente do quarteto.

O Senhor da Cidade acompanhou aquelas ondulações no ar e abaixo delas ele podia ver vagamente algumas botas se movendo.

Mecanismo de Camuflagem? Ele se perguntou em pensamento enquanto via aquilo. Como um nobre e Senhor da Cidade, ele sabia sobre as melhores tecnologias que existiam e os custos para elas. Ao ver um grupo aparecendo dentro de seu castelo com essa tecnologia de camuflagem fez com que ele se tornasse excessivamente cauteloso.

- O Sham do Senhor da Cidade de Fuujitora é mesmo habilidoso como os relatos diziam. – Uma das figuras escondidas atrás do Mecanismo de Camuflagem disse de repente.