Templo abandonado

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- Porque temos que ir a pé? – Primeira Lança resmungou enquanto a unidade de Xi Zhang se esgueirava por uma trilha entre as montanhas.

O próprio jovem Tash marchava pela trilha com sua unidade, liderando o caminho enquanto a unidade do Tash Qi vinha logo atrás, com suas bestas de repetição carregadas e apontadas para todas as direções.

- Não temos certeza de que há algo nas ruínas do templo. – Xi Zhang respondeu sem se virar para sua subordinada, os olhos focados no caminho a frente. – Se não houver nada, então voltamos para onde deixamos a nave, mas se houver...

- Então seriamos vistos por nossos inimigos enquanto nos aproximávamos. – Braço Direito completou dando a Primeira Lança um olhar de canto de olho e um meio sorriso.

A garota revirou os olhos para o segundo em comando da unidade e continuou marchando.

Outras duas unidades estavam indo em direção as ruínas do templo por outros caminhos. Garantindo que se fossem entrar em combate, os inimigos teriam que se dividir para lutar em vários campos de batalha contra eles.

Xi Zhang ergueu sua mão fazendo sinal para que todos parassem quando viu um vulto se movendo logo a frente e esperou enquanto Flecha ia correndo em direção a unidade.

- E então? – Xi Zhang perguntou assim que a batedora se reuniu com os outros.

Flecha respirou fundo controlando sua respiração e depois endireitou o corpo. Todos conseguiam ver que a garota tinha uma grossa camada de suor cobrindo o corpo derivante das longas corridas que ela teve ao patrulhar o caminho a frente.

- Tash Zhang, as ruínas do templo estão a uns vinte minutos de marcha no ritmo que estamos. – Ela começou a falar se virando para olhar Xi Zhang de frente. – A entrada pelo caminho que pegamos dá diretamente no que parece ser a entrada principal do templo, uma longa escadaria com centenas de degraus. Uma rota sem proteção.

- Viu algum sinal do inimigo? – Xi Zhang perguntou franzindo um pouco a testa.

- Nenhum sinal de qualquer ser vivente, pelo menos não deu para ver nenhum do lado de fora, mas não posso garantir nada sobre o lado de dentro.

A garota deu de ombros e Xi Zhang fez um sinal para que ela voltasse a marchar com os outros por um tempo. Ele provavelmente teria que manda-la para patrulhar o terreno ao redor mais uma vez, mas por hora era bom dar um pouco de descanso para ele.

O jovem Tash se virou e deixou sua unidade avançando enquanto esperava que a unidade do Tash Qi chegasse até ele. O homem esquelético andava no centro de sua unidade, com uma besta estilizada em mãos e um olhar frio que parecia julgar a tudo que existisse.

Xi Zhang conteve um suspiro exasperado por estar fazendo par com aquele oficial em questão e passou para o homem as informações que Flecha tinha conseguido.

Qi ficou em silencio enquanto digeria as palavras de Xi Zhang e por fim olhou o outro Tash nos olhos enquanto falava.

- Não é porque não vemos nada pelo lado de fora que não há nada lá. – Ele fez uma pausa e depois assentiu, como se tivesse se decidido de algo. – Vamos nos organizar na base das escadas, meus homens darão cobertura enquanto um pequeno grupo dos seus subordinados sobe e verifica a entrada.

Era um plano arriscado, principalmente para os membros da unidade de Xi Zhang, mas o próprio Bronze sabia que era a única coisa que podiam fazer com os recursos que possuíam em mãos.

As duas unidades não demoraram para chegar e se posicionar sorrateiramente em volta da base da escadaria que levava para a entrada do antigo templo. Os olhos de Xi Zhang dardejaram de um lado para o outro enquanto analisava os arredores.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IWhere stories live. Discover now