Que comece a Tempestade.

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O tempo passou rapidamente na Fábrica. Os refugiados tinham sido escondidos em salas-galpões iluminadas por enerjom com mantimento simples, mas em quantidade suficiente para aguentarem por quase uma semana caso algo desse errado.

Já os recrutas e a unidade do Tash Pak Lulou tinham se juntado aos soldados da guarnição da Fábrica, eles agora eram quase trezentos combatentes. Ao longo do dia o Mush Jiro Zhang tinha armado os recém-chegados com melhores equipamentos para sobreviverem ao que estava por vim.

Muitos receberam bestas e lanças de qualidade melhor que aquelas que receberam ao sair de Zonam, assim como proteções blindadas para os coletes pressurizados. Lentamente as preparações para o que poderia acontecer durante a noite estavam se completando.

- Eu estive pensando. – Gao falou logo atrás de Xi Zhang conforme eles andavam pelo muro externo da Fábrica. – Existe necessidade de tanta precaução assim? Digo, são só alguns desgarrados, não é?

Xi Zhang não pôde deixar de suspirar diante dos pensamentos do rapaz, afinal, aquela era a mesma mentalidade da maioria das pessoas.

- Se pensarmos neles como criaturas solitárias, então você estaria certo. – Xi Zhang respondeu, parando de andar e olhando para o caminho pelo qual eles tinham vindo mais cedo, lentamente o céu ia escurecendo e a noite ia chegando. – Mas a maioria dos Predadores da Noite se movem em bandos, principalmente os filhotes de Dhagora. Se encontrarmos um Dhagora em nosso caminho, então devemos estar atentos porque muito mais vão surgir e como evacuamos quase todos da região, então eles virão até nós para nos caçar. Eles podem sentir a vida que está atrás desses muros.

O sangue tinha sumido um pouco do rosto de Gao conforme ele escutava Xi Zhang falar aquelas palavras sombrias. Ele fechou os olhos e se lembrou dos companheiros que morreram no encontro com as criaturas naquela noite, um calafrio passou lentamente por seu corpo.

- Não fique ansioso, Gao – Xi Zhang se virou para encarar o rapaz de frente. – Um único Predador é um perigo para qualquer povoado em Izar, um bando deles então... – Xi Zhang fez uma pausa, não querendo pensar em todas as aulas que teve na Academia sobre os desastres causados pelos Predadores da Noite e percebendo que suas palavras estavam deixando o companheiro mais ansioso ainda ele resolveu mudar o assunto. – Mas isso não importa, não agora, não nesse momento. Nós pararemos qualquer um deles que vier até nós e manteremos aquelas pessoas em segurança lá dentro.

- Belas palavras, Sexto jovem mestre. – Um soldado que estava de vigia perto deles falou animadamente, e logo outros repetiram suas palavras, contentes por terem um Bronze com uma mentalidade como a dele entre eles.

- Parem de perturbar o Sexto jovem mestre. – Um Tash de rosto enrugado e uma barba branca rala falou severamente. – Assumam seus postos e fiquem atentos aos arredores. Estamos em alerta máxima até que a Rainha seja eliminada.

Os soldados em volta deles rapidamente ficaram sérios e desviaram seus olhos de volta para o começo da noite, observando os arredores em busca de qualquer sinal de perigo.

Lentamente a noite chegou em sua plenitude, trazendo o reino das sombras para a superfície de Maya. Dando aos soldados de vigia uma sensação de que as trevas os observavam de volta.

Um Tash bradou uma ordem e alguns refletores foram acesos ao longo da muralha, iluminando com uma luz azul escura o caminho pelo qual a comitiva com os refugiados tinha ido para a Fábrica.

As luzes dos refletores causavam sombras longas pelo caminho, sombras que deixavam os recrutas e os soldados de mentalidade mais fracas um pouco ansiosos e temerosos.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IWhere stories live. Discover now