As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte I

Decisão tomada.

- As chances estão contra nós, mesmo com nossos equipamentos. – O Tash Yang comentou franzindo seu único olho bom.

Estavam os sete Tash sentados em volta do Mush Go Goro que estava em silencio, pensando nas informações que eles tinham conseguido tirar dos civis que as unidades de Xi Zhang, Buco Q'wem e Qi tinham conseguido salvar.

Eles agora sabiam onde era a base inimiga e tinham uma ideia de contra quantos inimigos estavam enfrentando naquela missão. E a descoberta não tinha sido nada animadora, eles já esperavam uma diferença numérica entre eles e os Exilados, mas não algo no nível que estavam enfrentando.

Os três Clãs Exilados juntos deviam ter uns mil e quinhentos membros no total, um pouco menos agora se contassem as baixas que sofreram ao atacar Três Escudos, mas seus números ainda deviam superar os mil no momento, sendo que boa parte era composta de combatentes.

- Nossas bestas de repetição nos dão uma vantagem para abater um grande número deles rapidamente, mas eles também devem ter algumas armas tecnológicas. – Yang continuou falando. – Pelo menos algumas dezenas de armas equipadas com enerjom e provavelmente algumas bombas criadas a partir de corações de enerjom danificados.

- O risco é muito grande. – A Tash Chika concordou com um grave aceno de cabeça.

Xi Zhang observava seus companheiros oficiais com atenção. Yang e Chika pareciam receosos de partir para um ataque só com as forças deles enquanto Qi incentivava que eles deveriam se aproveitar que a presença deles na região ainda não tinha sido notada, pelo menos não com muito foco.

Buco Q'wem parecia apático a tudo aquilo e Ryu Hon demonstrava estar inquieto, como se esperasse receber a qualquer momento a ordem para partir para o ataque. Já Tou Fuji se mantinha em silencio, tão pensativo quanto o Mush.

- Não temos tempo para ir até Três Escudos em busca de ajuda e de qualquer jeito eles não poderiam nos ajudar. – O Mush se pronunciou de repente, suas palavras chamando a atenção de todos os Tash. – Infelizmente também não temos muitos suprimentos para prolongar uma luta contra os Exilados. – Ele fez uma pausa e olhou nos olhos de seus subordinados, de um em um. – Nossa melhor opção é um ataque o mais rápido possível em direção aos Exilados.

Ele ergueu uma mão silenciando os protestos de Yang e Chika antes mesmo que os dois começassem a falar. Os dois Tash fecharam lentamente suas bocas e desviaram seus olhos em direção ao chão.

- Iremos atacar, isso não está em questionamento. – As palavras frias do Mush fizeram com que todos sentissem arrepios. – Mas não se preocupem, não guiarei vocês em um ataque cego aos portões da base inimiga. Primeiro, quero batedores recolhendo o máximo de informações sobre o terreno e o poder de fogo inimigo. Segundo, iremos atacar de acordo com as informações recolhidas, mas provavelmente iremos seguir uma linha de ataque com as unidades dos Tash Qi e Yang abatendo rapidamente e silenciosamente os Exilados, deixaremos que as outras unidades cuidem de qualquer grupo de inimigos que chegue perto para ameaçar as nossas unidades de atiradores. Terceiro, iremos resgatar os civis mantidos como prisioneiros e retornaremos para Três Escudos. Após descobrirmos mais sobre a base inimiga nós teremos um plano mais detalhado, mas a princípio esse será nosso plano. Dispensados.

Os Tash se curvaram para o Mush e começaram a se levantar, se afastando do homem de armadura branca e seguindo para suas unidades. Xi Zhang hesitou por um momento antes de se curvar uma segunda vez e perguntar.

- Mush, peço permissão para continuar interrogando os civis que resgatamos.

- Não devemos incomodar demais aquelas pobre almas, Tash Zhang.