Libertando prisioneiros

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Os soldados das três unidades avançavam rapidamente pelo terreno rochoso enquanto uma chuva fraca, porem constante, caia sobre eles, encharcando o caminho e deixando as rochas sobres suas botas traiçoeiramente escorregadias.

O anoitecer já se aproximava, mas mesmo assim os soldados seguiam o rastro que a batedora Flecha da unidade de Xi Zhang tinha encontrado momentos antes quando um terceiro corpo de um civil tinha sido achado dentro de uma depressão no terreno com duas flechas cravadas nas costas.

Os soldados avançavam sem reclamar do frio que ia se impregnando em seus corpos conforme eles iam ficando cada vez mais molhados. Todos possuíam expressões sombrias sob seus elmos conforme iam sentindo que estavam cada vez mais próximos de suas presas.

Alguns dos soldados da unidade do Tash Qi surgiam um pouco mais afastados da coluna de soldados em movimentos, fazendo papeis de batedores assim como a jovem Flecha. Eles procuravam por rastros que indicassem uma mudança de percurso daqueles que eles estavam caçando ou quem sabe sinais de uma emboscada por parte dos Exilados, ou até mesmo algum Predador da Noite errante passando por ali.

Os perigos eram muitos e nenhum dos três Tash queria se arriscar a ser pego desprevenido.

Em meio a sua unidade, Xi Zhang se virou para ver Buco Q'wem liderando sua unidade enquanto corriam logo atrás da do jovem Bronze. Xi Zhang não podia deixar de acenar internamente com a cabeça para o companheiro da Academia, se lembrando de como Buco Q'wem era antigamente, e que a essa hora ele já estaria sem fôlego e ficando muito para trás enquanto os outros iam ganhando distancia na marcha.

Sim, Buco Q'wem tinha mudado muito nos últimos meses, amadurecendo de várias maneiras diferentes, conquistando com sangue e suor seu lugar na liderança de sua unidade.

- Senhor. – A voz de Braço Direito soou ao seu lado e Xi Zhang voltou sua atenção para a frente da coluna de soldados.

Ele viu que Qi tinha feito um gesto e os soldados pararam de correr na mesma hora enquanto Flecha e outros dois soldados armados com bestas da unidade do Tash Qi se aproximavam deles.

Xi Zhang e Buco Q'wem se afastaram de suas unidades, avançando e ficando lado a lado com o esquelético Tash da Espada Imperial.

- Nós encontramos eles. – Flecha falou assim que se aproximou dos outros.

- Pelo menos trinta Exilados, senhor. – Um dos atiradores que estava ao lado de Flecha se pronunciou diretamente para o Tash Qi. – Parece haver alguns prisioneiros entre eles.

- Onde eles estão? – O Tash Qi perguntou friamente ao seu subordinado.

- Eles encontraram uma depressão em um paredão a uns quinhentos metros de nossa posição com um teto natural que os está protegendo da chuva. – O segundo atirador que acompanhava Flecha falou em seguida.

Qi assentiu para os dois soldados e para Flecha antes de se virar para os dois jovens Tash. Por causa do visor que protegia seu rosto, nenhum dos outros dois conseguia ver a expressão no rosto do esquelético Tash, mas o frio em sua voz quando falou foi o bastante para deixar claro qual eram suas intenções em relação aos Exilados.

- Devemos priorizar a segurança dos civis. – Ele começou a falar. – Minha unidade vai tentar derrubar o maior número possível deles a distância. Deixarei para vocês dois o trabalho de se aproximar e enfrenta-los em combate próximo.

- Felizmente a chuva não está forte o suficiente para bloquear nossa visão. – Xi Zhang comentou erguendo a cabeça e olhando para cima enquanto sentia as gotas de chuva caindo constantemente sobre seu corpo.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IDonde viven las historias. Descúbrelo ahora