O retorno a Iseka

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As terras ao norte de Iseka eram compostas por uma vasta planície de solo rochoso que só não se estendia infinitamente até o horizonte por causa de algumas poucas pequenas montanhas que eram vistas isoladamente em alguns cantos.

Uma grande caravana de andadores de todos os tamanhos estava atravessando essa planície rochosa nesse momento. Dezenas e mais dezenas de andadores carregando milhares de soldados imperiais em direção as terras férteis de Iseka,

Ling Pan estava em pé no teto de um andador de tamanho médio. Uma máquina de guerra de oito pernas com uma pesada blindagem e dois canhões giratórios de cada lado do gigante de aço. Aquele era um andador de guerra, uma máquina que servia tanto para transportar pessoas ou objetos assim como para trocar disparos com os inimigos.

A jovem Prata estava com os braços cruzados atrás das costas enquanto observava dois gigantescos paredões de pedra que se estendiam para leste e para oeste no horizonte, divididos por um gigantesco e maciço portão de aço e uma grossa e alta muralha.

Aquele era o portão norte de Iseka, ela sabia bem disso já que não era a primeira vez que ela via ou se aproximava dele. Ver o primeiro sinal de Iseka encheu ela de sentimentos complexos. Ela se lembrou de quando era menor e tinha visitado Iseka a lazer com seu pai. Depois se lembrou de sua última visita a cidade quando estava em treinamento pela Academia Militar Imperial o que foi o começo de todas as adversidades pelas quais passou nos últimos meses.

Ao fechar os olhos, ela podia ter um vislumbre de seu primo, o Aush Hong Pan que a princípio ela nunca tinha se dado muito bem, mas mesmo assim ele deu sua vida bravamente para que ela escapasse da cidade junto aos filhos do Senhor da Cidade. A esse momento seus pequenos primos deveriam estar em segurança na capital dos Pan, ao lado do Patriarca da Família.

Se lembrar de seus pequenos primos a fez se lembrar de seu falecido tio, Liong Pan, o Senhor da Cidade de Iseka. Um bravo guerreiro e um grande líder que caiu no Vale do Mar de Pedra enquanto tentava reconquistar sua casa. Aquela derrota tinha pesado mais sobre os Pan do que a perda de Iseka. Uma cidade podia ser reconquista, reconstruída, mas uma vida não poderia ser devolvida após a morte.

Tantas mortes, tantas perdas, mas de algum jeito, ela ainda estava aqui. Ela, Wei Su e Feng Dol. Uma pena os outros dois alunos da Academia que faziam parte da sua equipe na Academia Militar Imperial não terem conseguido sobreviver ao ataque noturno em Iseka.

- Seus pensamentos estão se refletindo em sua postura, Mush. – Feng Dol comentou despreocupadamente de trás dela.

Suspirando, Ling Pan endireitou sua postura que estava ficando levemente curvada para frente enquanto seus ombros iam pendendo para baixo.

Tentando ignorar o jovem Bronze que ela sabia que estaria com um sorriso no rosto nesse momento, ela tentou se focar no que aconteceu nos últimos dias. Eles deveriam ter chegado a Iseka alguns dias atrás, mas tinham precisado de muito mais tempo para eliminar as ameaças no Vale e então o grande exército se dividiu em quatro partes.

A primeira, composto inteiramente por soldados do Vale das Tribulações, retornou para o norte para ajudar a defender a Torre de Ikako enquanto caçavam qualquer Exilado pelo caminho. Enquanto isso, um segundo grupo composto por soldados de Odako retornou para fortalecer a cidade-buraco, caçando os Exilados em seu caminho como o primeiro grupo estava fazendo.

O terceiro grupo que era uma mistura dos exércitos do leste e do norte foi para o leste, caçando os Exilados naquela direção antes de se mover para o sul, para se reunir em Iseka onde era o destino do quarto grupo, composto por soldados do Vale e da Espada Imperial além de quase todos os feridos demais para lutar.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora