Contando as baixas.

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Xi Zhang permaneceu por um momento ajoelhado ao lado do corpo de Yei, ele olhava com a respiração acelerada e um pouco de sangue escorrendo pelo discreto corte em seu ombro.

Quando se recuperou o bastante para se recompor, ele ergueu os olhos e olhou para onde um grupo de membros da unidade de Koko Fuji e Gou Ming descansavam com os olhos atentos aos arredores e as armas a postos para usar a qualquer momento.

O jovem Bronze procurou com os olhos quem tinha desferido os tiros contra o Exilado, mas muitos soldados armados já tinham se reunido ali, deixando impossível saber de quem tinha sido os tiros que executaram o homem. Ele se sentia um pouco desconfortável e desanimado pelo fim daquele duelo, por mais que soubesse que os soldados agiram certo em diminuir os riscos, eliminando de tal maneira um perigoso guerreiro inimigo, o jovem ainda tinha uma pitada de vontade de vencer um forte oponente em combate, assim, conseguindo mais fama para ele.

- Você agiu bem, Xi Zhang. – Yga Wen falou surgindo ao lado dele, a armadura de plastic manchada com sangue de seus inimigos. – Se você e Ryu Hon não tivessem segurado esse homem, eu não sei quantas outras vítimas ele teria feito antes que conseguíssemos eliminar todos eles.

- Só fiz meu trabalho, Tash Yga. – Xi Zhang respondeu secamente, os olhos se desviando momentaneamente em direção ao corpo destroçado do homem.

O Tash acenou distraidamente para ele e então olhou em volta. Todos os membros da Sétima já estavam reunidos, pouco mais de cinquenta integrantes. A unidade do Mush se encontrava praticamente intocada enquanto duas das unidades estavam praticamente destruídas e as outras duas não estavam muito melhor.

- Vamos nos separar em grupos de dez. – O Mush Fukuro Fuji começou a falar enquanto ouvia o som do combate vindo de outras áreas da propriedade. – Eliminem qualquer inimigo que aparecer diante de vocês, mas se alguém se render, então podem capturá-los.

- Sim, senhor!

Os soldados da Sétima saldaram seu oficial e se viraram para partir em exploração pelo resto da mansão e quem sabe pelo lado de fora com as outras unidades.

Mas bem nesse momento eles ouviram uma poderosa explosão vindo de não muito longe, seguindo o som veio uma longa rachadura que se alastrou pela parede da mansão, fazendo com que todos ficassem chocados no momento que a parede explodiu para dentro e um corpo metálico gigantes despencou bem em direção a eles.

Gritos de medo e desespero começaram a soar dos soldados reunidos, Xi Zhang saltou para o lado e rolou pelo chão com o coração batendo desesperadamente no peito. Para seu azar, ele estava bem próximo do ponto de contato onde os pedaços da parede estavam caindo.

Uma forte cortina de poeira se ergueu e um som similar ao estrondar de um trovão soou pelo interior da mansão. Xi Zhang se encolheu no chão com as mãos cobrindo as cabeças enquanto pequenos pedaços de argamassa caiam sobre ele.

Quando tudo acabou e fez-se silencio, o jovem aspirante a oficial ergueu a cabeça, o elmo torto pelo desespero de se proteger, se apoiando com as duas mãos no chão, ele então olhou em volta para a cena de caos e destruição que o cercava.

Soldados da Sétima estavam espalhados em todas as direções. Alguns cobertos de poeira, outros feridos pela queda dos destroços da parede, mas pelo menos estavam todos vivos e inteiros.

Xi Zhang se ergueu mais um pouco, se apoiando nos joelhos e olhando para a causa de toda aquela confusão. O gigantesco corpo blindado do Deus da Guerra estava sem um dos braços e o peito tinha desaparecido, revelando para Xi Zhang uma boa soma de metal derretido e o que teria sido antigamente a cabine de pilotagem daquela incrível máquina de guerra.

- Um Deus da Guerra... – Xi Zhang estava estático diante do gigantesco corpo metálico.

- Sim, mas nosso ou deles? – Perguntou Ryu Hon com uma voz abafada pelo nariz quebrado, ele veio cambaleando para perto de Xi Zhang com o corpo coberto de poeira e sangue.

Xi Zhang olhou mais atentamente para aquele ser metálico tentando distinguir em qualquer parte dele alguma coisa que indicasse a qual lado ele pertencia, mas não encontrou nada a vistas.

- Deve ser o deles. – Xi Zhang opinou.

Ryu Hon acenou e então eles olharam para o lado de fora da mansão pela parede quebrada, de lá de fora vinha um fraco som do que restava do combate.

- Se abatemos o Deus da Guerra deles. – Fukuro Fuji começou a falar enquanto seus soldados iam se levantando. – Então não deve levar muito mais tempo para que tomemos o controle das coisas por aqui.

E assim como Fukuro Fuji tinha dito, os soldados das outras Lâminas invadiram a mansão e eliminaram todas as forças hostis presentes, capturando pouquíssimos que eram feridos e nocauteados, mas incrivelmente nenhum deles se rendeu perante as forças imperiais. As duas forças inimigas apesar de serem bem diferentes, possuíam um tipo de ódio e rancor pelo exército imperial que chegava a ser assustador.

Minutos mais tarde eles estavam reunidos no jardim frontal da propriedade. Dos trezentos soldados que tinham participado da operação, pouco mais da metade estavam vivos e com lesões leves, uma parcela menor estava severamente ferida e pelo menos uma centena estava claramente morta, dentre eles um Mush e três Tash.

Além disso, uma nave e um Deus da Guerra tinham recebido uma boa quantidade de dano por causa das defesas da propriedade da mansão.

Nesse momento, Xi Zhang esperava com alguns poucos enquanto a maioria dos soldados entravam e saiam da mansão, trazendo corpos dos inimigos para a contagem.

Até onde o jovem Bronze sabia, pelo menos duzentos inimigos já tinham sido contados, e esse número ainda iria subir um pouco.

- Foi mais do que esperávamos. – Tou Fuji comentou enquanto se deitava no gramado do jardim, seu rosto estava seco e levemente queimado pelo calor do disparo do canhão de enerjom mais cedo.

- Como uma força desse tamanho entrou em Fuujitora? – Buco Q'wem perguntou enquanto massageava as próprias coxas. – O que a guarda da cidade esteve fazendo nesse meio tempo?

Ryu Hon que se mantinha em silencio durante todo o tempo após o termino da missão simplesmente deu de ombros enquanto desviava o olhar para o horizonte.

- Vocês estão vendo as coisas pelo lado errado. – Tou Fuji falou enquanto fechava os olhos e suspirava.

- O que quer dizer? – Xi Zhang perguntou franzindo a testa.

- Não percebeu, Xi Zhang? Essa é só uma das instalações deles e nem é a maior. – Ele abriu os olhos e fitou os olhos do companheiro Bronze. – Há mais de duzentos homens aqui, quantos você acha que estão lá fora?

A testa de Xi Zhang se franziu mais ainda enquanto ele pensava nas palavras de Tou Fuji. Se ele calculasse por alto quantos inimigos existiam levando em conta quantos estavam ali, então, eles estavam enfrentando pelo menos mil invasores.

- Pelos Padrinhos! – Exclamou Xi Zhang em choque.

- Parece que você entendeu.

- O que estão querendo dizer? – Buco Q'wem perguntou confuso.

- Pense, Buco. – Xi Zhang se virou para o amigo. – Pense no número que há aqui, multiplique pelo número de bases que descobrimos, aumente esse número um pouco levando em conta o tamanho dos outros lugares... e então acrescente o poder de um Deus da Guerra, o que você acha?

Xi Zhang observou enquanto a testa do gorducho ia se enchendo de suor e a cor ia sumindo do rosto de Buco Q'wem. Pelo visto ele conseguiu imaginar bem o perigo que tinha se infiltrado dentro de Fuujitora.

- Rezemos aos Padrinhos para que todos tenham tido sucesso em suas operações. – Xi Zhang sussurrou, mas falou tão baixo que mais ninguém tinha ouvido ele.


Como podem ver, a Sétima Lamina teve sucesso em eliminar seus alvos, mas a batalha em Fuujitora está longe de acabar e aquele que é considerado o mais perigoso ainda não fez seu movimento. Esperem ansiosos pelo próximo capitulo e não esqueçam de curtir e comentar!

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IWhere stories live. Discover now