Prólogo

1K 91 47
                                    

Escrever essa história salvou grande parte de mim, espero que ler possa salvar a sua. ⎯  Atenciosamente, Leny Kress.

Prólogo

"Qual foi a pior sensação que sentiu?"

"A mais dolorosa? Foi quando senti que não conseguia mais viver, quando a vida se tornou insustentável. O ar ficou insuportável, era como respirar dióxido de carbono. Todas as palavras, e todas as pessoas não faziam sentido. Sabe o que é não querer viver? É escuro, frio e doloroso. É como mil agulhas rasgando a sua alma. Não queira sentir isso. Não há nada, ou ninguém que consiga curar essa dor. Mas, ele conseguiu."

"O quê?"

"Ele enalteceu, todas as malditas dores. Ele é a morfina da minha alma, da minha mente."

Kiara Anderson, com Dr. Waldo.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Lembrara de uma noite. Ela acordara os pais aos gritos, sentia uma dor agonizante. Ouviu-se a ambulância praguejar em sua rua, os socorristas a imobilizar, faziam uma massagem cardíaca, e o ar evidentemente fugia dos seus pulmões. Vozes abafadas protestavam por agilidade. Deleitam ela na maca, e eles levavam-na aos fundos da ambulância.

Em meio a sua quase iminente morte, notara um garoto de cabelos negros, a observar ora com medo, ora confuso, ora preocupado. Ele encontrava-se do outro lado dos arbustos, a esquerda dele, um homem apertava uma garotinha em um abraço, a pequena á encarava assustada, agarrada na cintura do homem.

Kiara tinha apenas onze anos, uma inocente criança. "Ela está tendo uma convulsão, uma convulsão senhor" a voz da mulher, misturava ao sibilar ensurdecedor, enquanto a criança debatia-se. "Estamos perdendo-a".

De repente o zumbido das maquinas desapareceram, junto as vozes.

Silêncio profundo.

A respiração pesada entrava violentamente nos pulmões. Inesperadamente abriu os olhos, deitada rodeada de tubos, ardência por todo corpo, os olhos queimavam, a cabeça dava pontadas sequenciadas. Tentou erguer um dos braços, mas eles nem sequer moveram.

⎯  Dr. Parson, ela acordou. ⎯  A voz embargada soou de um ponto cego do recinto. Mas, ela não precisava ver a face, Kiara reconheceria a voz em qualquer lugar.

⎯  Agnes. ⎯  disse a garota, sentindo um gosto amargo na garganta; o ponto de visão limitada naquele lugar no qual estava presa.

Agnes dará alguns passos longos até a jovem, encostou na cama, acariciando os cabelos dela. Sorria doce para a critura prostada na cama, não queria esmorecer-la.

Agnes, foi enfermeira/governanta de Kiara por mais de cinco anos; sabia ela o que cada expressão facial da garota significava, mesmo nas melhores atuações dela. Calças jeans, um sobretudo marrom, botas no tornozelo, franja caídas nos olhos, e cabelos escuros ondulados ⎯ Esta era Agnes Vincenzo.

⎯  Vai poder ir para casa agora, niña. ⎯  Agnes diz sem esconder o sotaque hispânico. Procurava alguma forma de deixa Kiara mais confortável em relação ao hospital, por mais que aquele lugar tinha se tornado parte da adolescente; Kiara o detestava.

Aos doze anos fora dada a ela, o seu primeiro diagnóstico. Kiara tinha A.N.T Aillse Neo-aithnichte. Umas das primeiras pessoas a demostrar resquícios da doença, foi um habitante de Aberdeen, na Escócia.

As células se multiplicam demasiadamente, e diferentes de uma célula de um corpo humano normal, as da A.N.T não morrem, idênticas aos do Blastoma. Estar impregnada ao seu D.N.A, no sangue percorrendo suas veias.

Sem Cores, Sem DoresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora