Três anos atrás, o câncer se manifestava de diversas formas. Convulsões, perda de peso, sangramentos nasais, febres, desmaios, de uma forma desordenada e incompreensível. Nunca vimos algo tão intenso quanto a A.N.T, e conseguimos uma forma de retarda-la, mesmo não sabendo o que isso realmente era. Por três anos, conseguimos manter as células cancerígenas imóveis.Mas, a um mês atrás, descobrimos que elas conseguiram se multiplicar novamente, que o retardamento não funciona.
Elas criaram resistência aos medicamentos que íamos aplicando nos pacientes, e agora ela se manifesta ainda mais desordenada. Atingindo cada canto do corpo, e agindo de diferentes formas em cada pessoa. Não temos controle sobre a doença, e não sabemos quais são os sintomas exatos. Pode ocasionar qualquer reação. ⎯ Dr. Warren Lee, ao conselho de tratamento oncológico, e aos responsáveis pelos pacientes no hospital. Dois meses atrás.Quinta-feira as 14:05 da tarde, Heantrwoth.
⎯ Somos os “Black Devils”, somos melhores que qualquer merda dessa cidade. ⎯ o treinador andava de um canto ao outro perscrutando cada jogador, dizendo o encorajamento rude. ⎯ Vamos, contudo nessa temporada. Sem falhas, sem hesitações. Quero que destruam aqueles merdas de San Jose! Somos os...
⎯ Black Devils!⎯ gritam os jogadores em uníssono, batendo no peito como devotos.
Enchendo o treinador de orgulho. Ele ri, observando todos segui em suas posições, no oceano gelado que era a pista, com seus tacos nas mãos.⎯ Vamos comer tubarãozinhos nessa semana garotos. Pequenos bebês de San Jose.⎯ ele berra, fazendo sua voz ecoar.
Esse era um dos treinamentos intensivos do time, que sempre se iniciava depois do almoço, e durava em torno de uma hora e meia, diariamente. Nos primeiros vinte minutos do segundo período, quando Jason Resten tomou o disco de um dos jogadores da imponência, e patinou veloz em direção a baliza para marcar mais um ponto. A voz surgiu em uma limpidez de trás do banco de reserva gritando por seu nome, Jason desviou seus olhos e parou no meio da pista.
Peter Meyer está acenando para que ele venha ao seu encontro, e a sua face revela apreensão. Ver o técnico confuso, e os colegas também. Ele patina acelerado, e salta o murro de proteção. A primeira coisa que vem em sua mente é Alyssa, e que talvez tenha acontecido algo. E o seu pensamento está correto.
⎯ Peter, o que aconteceu?⎯ Jason questiona, em estarrecimento.
⎯ Preciso da chave do seu carro, é urgente! ⎯ disse exaltante. Peter Meyer havia de não ter ido por toda aquela semana, com o seu carro, um problema em uma parte do motor, em seu veículo.
Jason adentra o vestiário feminino às pressas, que mal nota que deixará o loiro para trás a metros de si. Jason retirou suas luvas e jogou em um canto do cômodo. Seus olhos se esforçam para achar os cabelos castanhos da irmã em algum lugar. Mas, não há nada, está deserto.
O instinto o leva para o outro lado dos armários, onde há uma fileira limitada das caixas retangulares de metal.
⎯ Jason te entregou a chav...⎯ as palavras morrem no ar, assim Alyssa ver o irmão a observando, assustado.
Ela está inclinada sobre um corpo, com um celular no ouvido falando com alguém. Kiara entrelaça as mãos no estômago apertando forte, ela rende a cabeça para trás em dor, está inteiramente suada e seu rosto brilha. Há sangue no seu uniforme escolar, e no nariz e bochecha.
Ela geme pelas dores, no chão do vestiário. Ela está aterrorizada. Não importa quantas vezes aquilo tenham acontecido com Kiara, não diminui o sentimento do terror e aflição rondando seu corpo.
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Sem Cores, Sem Dores
Teen FictionKiara Anderson desde criança sofreu com sérios problemas de saúde, por conta de um câncer. No quase fim da adolescência, depois de varias tentativas de suicídio sem nunca conseguir chegar ao final, a mesma decide arrumar todos os preparativos do pró...