❝Black is the color of my true love's hair❞ part/9

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Ela está correndo, correndo muito rápido. As coisas em sua frente é uma visão embaçada, arvores uma cor opaca, assim como tudo ao seu redor parece ter. O chão se abre em duas partes fazendo escorregar e desviar da cratera. É dia, mas as nuvens estão negras que torna um dia escuro e sombrio.

As lápides de sua casa estão em ruinas, e o enorme palacete branco está deserto. Kiara corre desenfreadamente por sua casa. Seus gritos são frenéticos e, chorosos. Ela chama por todos, mas ninguem aparece. Tem muitos gritos além dos seus, e pode ver dezena de pessoas sem rostos correndo pelas ruas, é uma imagem apocalíptica.

Não consegue ver ninguém que conheça. Ela continua gritando. O mundo inteiro se destrói, enquanto a garota flamejante corre sozinha pelas ruas, com uma dor incompreensivelmente angustiante no peito.

Está sozinha.

Seus pulmões ardem, e seus olhos se enchem de lagrimas. Não tem ninguém por você, ou com você, está sozinha. Sempre estará sozinha. Pode ouvir a sua mãe rosnar.

Kiara abre os olhos bruscamente, e no súbito senta na cama, como sempre faz quando tem um pesadelo. Aqueles malditos pesadelos estavam ficando mais reais e intensos. Sua respiração está irregular, suas mãos estão tremulas e os olhos se encontram molhados. Jason se remexe na cama, com sua estatura esportiva faz toda a cama se mover.

Os braços dele a procuram em meio ao breu, mas ele se depara com a garota empertigada, e a respiração pesada dela o faz levantar instintamente. Kiara ver a silhueta perfeita, e a postura rígida de Jason sentado ao seu lado. Ele está um pouco sonolento, mas em alerta.

⎯ É um sonho, um pesadelo. Não é real. ⎯  Ele diz manso, entrelaçando as mãos no corpo dela.

É como se a acabasse de ler os pensamentos dela. Kiara apavorada se escolhe nos braços dele, deitando sobre o colo do rapaz ainda chorosa.

⎯ Você não estava lá, Jason. Você tinha que está lá, e ninguém estava. ⎯ Kiara respira fundo ao dizer, oprimida. Ela sentia a dor angustiante de não achar ninguém e o quão desesperador fora, e além do mais a voz de sua mãe que ecoava em seus ouvidos.

⎯  Não foi real, porque eu estou aqui.⎯  Jason esfrega os dedos na testa dela carinhosamente, a voz dele apesar de rouca soava serena, quase angelical.

Ele limpa as lagrimas dela aos poucos com ternura, Kiara geme baixinho. Ficava dizendo a si mesma “Sem Cores, e Sem Dores...”  mentalmente o mantra.

A respiração regularizava, e o desespero perdia força gradualmente, contanto a sua angustia permanecia, arranhando seu peito com as garras impiedosas.

Os pesadelos frequentes de acordo com o Dr. Waldo, é um resultado colateral do estresse causado pelos inúmeros medicamentos. Ele também disse isso ao fato de que a garota anda mais sensível e angustiada. Kiara as vezes se conteve para não gritar com Jason, ou encharca-lo com suas lagrimas.

Já perdeu a conta de quantas vezes o mandou ir embora com sua arrogância, ou quantas as vezes o implorava para não a deixar. Quando Kiara começava a chorar ⎯ a grande parte sem motivos. Ela pedia que ele a contasse alguma história, e ele com seu sarcasmo obedecia. Jason Resten contou 37 histórias essa semana.

⎯  Se continuarmos nesse ritmo, vamos acabar rescrevendo 1000 e uma noites. ⎯  brincou ele numa tarde, quando Agnes entrou no quarto e viu a garota flamejante com o rostinho sereno dormindo no colo dele, logo depois do jovem contar uma história estranha sobre a Guerra de Secessão.

⎯ É melhor mil e uma Histórias, do que mil e um comprimidos para dormir. ⎯ Agnes retruca com um sorriso divertido, ela o ajuda a mover para a cama cuidadosamente.

Sem Cores, Sem DoresWhere stories live. Discover now